20/02/2014

La Porte de Brazenac






Brazenac, França, Inverno de 1771.
De regresso a Paris, Damien de Beltoise é apanhado por um temporal e vê-se forçado a pedir hospitalidade no castelo local, onde encontra o barão Pierre de Brazenac, o seu senhor e único habitante, que vela o seu último criado, acabado de morrer.
Entre os dois homens, unidos pelo interesse pela fauna e pela flora, estabelece-se rapidamente uma relação de amizade, mas estavam longe de imaginar os acontecimentos surpreendentes que iam partilhar em breve.


Após a partida do seu novo amigo e o funeral do seu servo, de regresso ao castelo, o barão encontra uma estranha ave. Passeios mais atentos pela propriedade levam-no a reportar outras criaturas invulgares e, finalmente, um dia, após o seu cavalo desaparecer progressivamente perante os seus olhos, descobre uma estranha passagem que o leva para um tempo e um mundo diferentes dos seus.
Neste vive Aima, uma médica, cujos filhos já transitavam entre os dois mundos, aproveitando o resultado de uma experiência científica recente.
A história escrita por Rodolphe e Leo, de contorno histórico e tom fantástico, começa bem, mostrando o choque mútuo dos adultos perante a novidade e o desconhecido, captando a atenção do leitor, imerso num mistério que se adensa antes de, aos poucos, se ir desvendando.
O traço de Pion, realista, inicialmente rígido ao nível dos rostos e nem sempre rigoroso nas proporções do ser humano, pelo tom sombrio que adopta mostra-se adequado à narrativa.
Pena é que, progressivamente, uma vez desvendando o segredo, o desenvolvimento se torne frouxo e pouco imaginativo, mergulhando o relato num tom vulgar e desperdiçando dessa forma o potencial de uma ideia promissora que poderia ter originado uma história ou uma série – a Balade au bout du monde tem uma base similar – bem mais interessante.


Colecção Long Courier
La Porte de Brazenac
Rodolphe e Leo (argumento)
Pion (desenho)
Dargaud
França, 7 de Fevereiro de 2014
240 x 320 mm, 76 p., cor, cartonado, 15, 99 €


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