Brazenac, França, Inverno de 1771.
De regresso a Paris, Damien de Beltoise é apanhado por um
temporal e vê-se forçado a pedir hospitalidade no castelo local, onde encontra
o barão Pierre de Brazenac, o seu senhor e único habitante, que vela o seu
último criado, acabado de morrer.
Entre os dois homens, unidos pelo interesse pela fauna e pela
flora, estabelece-se rapidamente uma relação de amizade, mas estavam longe de
imaginar os acontecimentos surpreendentes que iam partilhar em breve.
Após a partida do seu novo amigo e o funeral do seu servo,
de regresso ao castelo, o barão encontra uma estranha ave. Passeios mais
atentos pela propriedade levam-no a reportar outras criaturas invulgares e,
finalmente, um dia, após o seu cavalo desaparecer progressivamente perante os
seus olhos, descobre uma estranha passagem que o leva para um tempo e um mundo
diferentes dos seus.
Neste vive Aima, uma médica, cujos filhos já transitavam
entre os dois mundos, aproveitando o resultado de uma experiência científica
recente.
A história escrita por Rodolphe e Leo, de contorno histórico
e tom fantástico, começa bem, mostrando o choque mútuo dos adultos perante a
novidade e o desconhecido, captando a atenção do leitor, imerso num mistério
que se adensa antes de, aos poucos, se ir desvendando.
O traço de Pion, realista, inicialmente rígido ao nível dos
rostos e nem sempre rigoroso nas proporções do ser humano, pelo tom sombrio que
adopta mostra-se adequado à narrativa.
Pena é que, progressivamente, uma vez desvendando o segredo,
o desenvolvimento se torne frouxo e pouco imaginativo, mergulhando o relato num
tom vulgar e desperdiçando dessa forma o potencial de uma ideia promissora que
poderia ter originado uma história ou uma série – a Balade au bout du monde tem
uma base similar – bem mais interessante.
Colecção Long Courier
La Porte de Brazenac
Rodolphe e Leo (argumento)
Pion (desenho)
Dargaud
França, 7 de Fevereiro de 2014
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