Um homem em convulsão numa praia.
A desolação de um campo de trincheiras com uma árvore nua,
qual vigia solitária.
Uma estação de serviço perdida no meio do nada.
O homem chama-se Silvano Landi.
Nas trincheiras, teve lugar a história do seu avô.
Na estação de serviço, a mulher abandonou-o levando a filha.
A dura realidade ou a liberdade ficcional das histórias de
Silvano Landi, o escritor?
A(s) resposta(s) dadas por Gipi, já a seguir.
Gipi, assumidamente, vai mostrando, em vários estilos – em traço
fino a preto e branco, em soberbas aguarelas coloridas, num desenho (um pouco
mais) convencional em cores directas – momentos soltos de cada uma das
situações.
Saltita entre elas, entre o presente e o passado – nas memórias
(à solta?) de Landi? – acrescentando (ou tirando) pormenores, obrigando-nos a
mergulhar nas perdas sucessivas – da amizade,
do amor, da noção de realidade, da liberdade - que afecta(ra)m o protagonista –
ou os (diferentes) protagonistas?
Esforço de reconstrução do que foi ou estruturação do que
desejava ter sido? Memórias que precisa de reencontrar ou às quais tenta
desesperadamente fugir?
Relato emocional – reforçado pela leveza, a agrura ou a
simplicidade dos traços que o sustentam e, de que maneira(!), pelo notável trabalho
de cor – não é de leitura fácil e levará certamente muitos a abandoná-lo a
meio.
Eu, pessoalmente, mesmo não tendo (ainda) encontrado, com
certeza, todas as respostas, confesso-me rendido. E disposto a voltar a ele em
breve.
Vois comme ton ombre s’allonge
Gipi
Futuropolis
França, 9 de Janeiro de 2014
195 x 265 mm, 128 p., cor, cartonado,
19,00 €
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