17/02/2014

Big Nate: O que é que podia correr mal?





Houve um tempo – já algo distante… - em que a edição de compilações de tiras de imprensa era – parecia ser? – um bom negócio em Portugal.
Impulsionado pelo sucesso de Calvin & Hobbes (que agora vai ser integralmente reeditado entre nós), surgiram séries como Cathy, Foxtrot ou Adam, apenas para referir as que tiveram mais volumes editados, entre muitas outras - não obrigatoriamente menos interessantes mas, com toda a certeza, menos populares.
Agora, a um mercado quase exclusivamente limitado à edição dos novos volumes de Zits e Baby Blues, chega Big Nate com a (inteligente) pretensão de explorar um segmento diferente.


Série divertida, embora não genial, capaz de provocar alguns sorrisos, em especial pela (fácil) empatia criada com muitas das situações apresentadas – e aqui e ali pela forma inesperada como elas são resolvidas - aborda o dia-a-dia – especialmente escolar – de um pré-adolescente incompreendido (como são todos…).
Big Nate: O que é que podia correr mal?, compila tiras e pranchas publicadas em jornais norte-americanos entre 2007 e 2008 e a sua base é a relação de Nate com os colegas – o sabichão da turma, a paixão não correspondida, o valentão… - e com os professores, embora o pai e a irmã também sejam presenças recorrentes, e os muitos choque que elas provocam devido ao carácter irreverente e muito convencido do protagonista.
O seu grande trunfo é o facto de ser baseada na série homónima infanto-juvenil de (algum) sucesso, o que justifica a adopção do formato livro – apesar de não ser o mais adequado para a publicação de tiras e, principalmente, de pranchas dominicais – em tudo semelhante aos da ‘série-mãe’, seguindo o modelo da edição original.
Dessa forma, embora pais e irmãos mais velhos possam igualmente divertir-se com a sua leitura, o livro está especialmente vocacionado para os leitores (adolescentes) da série original, um dos segmentos que mais livros consome em Portugal, o que de certa forma pode garantir o seu sucesso (e a futura edição das duas outras compilações já existentes nos EUA), podendo também funcionar – espero eu - como incentivo à leitura de outras obras aos quadradinhos.

Big Nate: O que é que podia correr mal?
Lincoln Peirce
Arteplural edições
Portugal, Fevereiro de 2014
150 x 235 mm, 224 p., pb
brochada com badanas,  12,20 €


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