24/05/2024

Spirou: A esperança nunca morre… - Quarta parte

Nunca morre
...?




Depois do crescendo, com o avolumar dos horrores da guerra - de todas as guerras... - este é claramente um álbum de descompressão, com a chegada dos aliados.
[E sigam por vossa conta e risco porque, no texto que se segue, sem dizer especificamente nada, posso ter escrito genericamente demais...]

Muitos acreditam que a normalidade irá voltar; outros, mais realistas, antevêem as dificuldades provocadas pela destruição e a devastação, os confrontos entre os que resistiram e os que se submeteram ou, pior ainda, aqueles que colaboraram.

Há muitas feridas abertas, há muito desejo de vingança, há tentativas de esconder o que se fez, assumindo agora posições radicalmente contrárias. São retratos de seres humanos, com medo, a querer sobreviver, ultrapassar, esquecer, em muitos casos sem olhar ao preço.

Émile Bravo continua apoiar-se em Spirou e Fantásio para mostrar posições antagónicas e contrabalançar o humor do segundo com o pessimismo realista e desiludido do primeiro. A facilidade da festa que a libertação pelos aliados podia promover, é substituída pela crueza realista do que perpassa perante os nosso olhos, o que só abona a favor de Bravo e deste seu retrato cruel e sincero de uma realidade que ninguém quer experimentar.

...e a fechar, porque convém não esquecer o que ficou para trás, no iniciático Diário de um ingénuo e nas partes Primeira, Segunda e Terceira, há ainda uma revelação que se torna chocante embora talvez expectável no registo escolhido, e que nos leva a questionar se, realmente, a esperança nunca morre...


Spirou: A esperança nunca morre… - Quarta parte
Émile Bravo
ASA
Portugal, Abril de 2024
240 x 320 mm, 48 p., cor, capa dura
19,90 €

(capa disponibilizada pela ASA; clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre o tema destacado)

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