29/12/2022

BD nacional para o sapatinho


Se durante décadas a banda desenhada portuguesa se mostrou presa e limitada a temáticas históricas ou a adaptações de obras literárias, nos últimos anos quebrou essas amarras temáticas e apresenta-se rica, diversificada e estimulante, sob diversas facetas e em inúmeros estilos gráficos e narrativos.
E mesmo tendo o nosso mercado editorial as reconhecidas limitações, 2022 foi fértil em edições aos quadradinhos criadas no nosso país Ficam, a seguir, por ordem alfabética, algumas sugestões de leitura, que bem poderiam ser outras tantas ou até mais.

28/12/2022

Mônica: 1970

Reconhecimento


Nome incontornável dos quadrinhos brasileiros e mundiais, Maurício de Sousa, para além do reconhecimento popular de décadas, tem tido, muito justamente, o reconhecimento daqueles que gostam, divulgam e defendem outro tipo de banda desenhada.
A Biblioteca Maurício de Sousa, inaugurada com o volume Mônica: 1970, é mais um (belo) exemplo disso.

27/12/2022

Um Conto de Natal

Quem conta “Um Conto de Natal”...

A Noite de Natal era igual todos os anos (…) Mas as coisas tantas vezes repetidas e as histórias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e mais misteriosas.”

Sophia de Mello Breyner Andresen in “O Cavaleiro da Dinamarca”


Um Conto de Natal (A Christmas Carol), de Charles Dickens é, possivelmente, uma das histórias que mais adaptações teve, desde a sua publicação original em Dezembro de 1843. O teatro, o cinema, a televisão e a própria banda desenhada, ao longo dos anos apropriaram-se dela e apresentaram-na com novas roupagens.

26/12/2022

O Terror Negro

Recordar...






Recordar Jayme Cortez e a sua obra marcante no género de terror.

24/12/2022

Feliz Natal

© Jeff Smith
As Leituras do Pedro desejam a todos os seus visitantes um Feliz Natal, com paz, saúde, harmonia e todos os livros que desejam!

(clicar na imagem para a aproveitar em toda a sua extensão)

23/12/2022

One Piece #1

Tudo a postos



One Piece era com certeza uma das colecções mais aguardadas pelos leitores portugueses de manga - e mais alguns…? - e certamente tem tudo para lhes agradar, em termos de obra e edição.
Por isso, vai estar, possivelmente no pinheirinho de muitos adolescentes e fazer as suas delícias - se foram capazes de aguardar até ao Natal.

22/12/2022

O Castelo dos Animais #3

Em crescendo


Sei que as minhas propostas desta semana têm sido (quase todas) pouco ajustadas à quadra natalícia que atravessamos, mas a verdade é que as leituras não se têm submetido ao calendário e mergulhado em tantas e tão boas escolhas editoriais neste final de ano, depois da II Guerra Mundial e da enganadora Pax romana, cabe-me agora trazer-vos de novo os animais que Dorison e Delep tão bem - tão mal...? - humanizaram, na senda do trajecto que Orwell genialmente desbravou no seu Animal Farm.

21/12/2022

Alix Senator #7

Inusitada violência (II)




Intitulei a análise aos dois álbuns anteriores de Alix Senator como 'Inusitada violência', mas estava longe de imaginar o que me esperava neste sétimo tomo, que encerra um ciclo de quatro álbuns e, mais do que isso, um primeiro arco alargado numa série que, álbum após álbum se apresenta como de leitura muito aconselhável.

20/12/2022

A Adopção

Histórias que (não) acabam bem


Todos sonhamos com histórias que acabam bem”, lê-se a certa altura em A Adopção, mas, raramente, sabemos o que é ‘acabar’ e o que é ‘bem’. E temos tendência para procurar a felicidade nos outros, no acessório, no que está longe, como se aquilo que nos rodeia, que está mesmo à nossa beira não pudesse suprir - e de forma bem mais consistente - “esta esperança, esta cegueira” - a tal ‘felicidade’ - que é “a força da humanidade”.

19/12/2022

O Grão-Duque #1-#3

Confirmação

A leitura deste tríptico em modo ‘integral’ - que é como quem escreve, dos três volumes de seguida, sem interrupções de qualquer ordem - confirma as indicações que o primeiro volume tinha deixado.
Para o mal e para o bem. Embora com este a prevalecer.

18/12/2022

Os Autógrafos do Pedro: Jean Bastide e Philippe Fenech




Mesmo sem ter estado presente na Comic Con Portugal 2022, à distância foi possível entrevistar Jean Bastide e Philippe Fenech, desenhadores das aventuras de Ideiafix, para o Jornal de Notícias (texto publicado na edição de papel de 13 de Dezembro) e obter os indispensáveis autógrafos.
Fica aqui o devido registo e um agradecimento à equipa das Edições ASA que o tornou possível.

16/12/2022

Yo maté a Adolf Hitler

Atrozmente simple
s, mas...


Vamos imaginar que neste tempo - em qualquer tempo - ser assassino contratado é uma profissão como outra qualquer. E imaginemos que nesta/nessa época, alguém é contratado para recuar 50 (ou mais) anos no tempo e matar Adolf Hitler, antes da ascensão do nazismo mergulhar a Europa e o mundo numa guerra atroz que provocou milhões de mortos.
Esta é a base de Yo maté a Adolf Hitler.
Mas…

15/12/2022

Nevada #2: Estrada 99

Em construção


Leitor de banda desenhada há mais de quatro décadas, acho que posso dizer que neste percurso a aventura foi sempre o tema de eleição - embora também reconheça que a maior parte das grandes obras que li aos quadradinhos estejam completamente fora daquele género.
Quanto à aventura, pode vir em estado puro, se assim posso escrever, ou condimentada como western, policial, ficção-científica, relato na selva, narrativa medieval, conto primitivo...
Dentro do género, Nevada, escolha improvável - menos provável, soa-me melhor... - na linha editorial mais evidente de A Seita, é um exemplo como tantos outros, mas confesso que o primeiro livro não fez de mim fã da série, embora me deixasse com alguma curiosidade para mais. Se como titulei na altura, A Estrela Solitária lançava os alicerces, agora, com a construção ‘a aparecer’, já me senti mais realizado com a leitura.

13/12/2022

Kong the King #2

Um turbilhão de emoções



Em 2015, Kongthe King (edição da Kingpin Books) irrompia na paisagem da banda desenhada portuguesa, de forma surpreendente e estimulante. Revisão livre da história de King Kong, tinha o mesmo ponto de partida, a chegada de uma equipa de filmagens à ilha da Caveira e o transporte do seu colossal habitante para a grande metrópole.

12/12/2022

Regresso ao Éden

Triste paraíso



Paco Roca continua a narrar a (sua) história do século XX espanhol, em particular dos anos das guerras - Civil e II Mundial - e das décadas que se lhe seguiram. É uma forma muito pessoal de a contar, entre o realismo histórico e a sua realidade pessoal e familiar, esta última assumida de forma púdica e e num patamar inferior em relação à ‘Grande História’.
Continua a fazê-lo de forma extremamente sensível e original, enquanto explora - revela? - potencialidades do meio que lhe serve de veículo: a banda desenhada.

11/12/2022

Derradé: “É na BD que se encontra a minha verdadeira vocação”



A atribuição do Prémio Jorge Magalhães para Argumento de BD a Derradé, pelo seu livro O Fogo Sagrado, foi o mote para breve entrevista, feita à distância, que serviu de base ao texto publicado no Jornal de Notícias online de 3 de Dezembro de 2022, e à sua versão em papel publicada no dia seguinte.
A seguir, fica a versão integral dessa mini-entrevista, com aspectos que fazem pensar.

07/12/2022

O Bando das Cavernas: A incrível tribo B.D.

Pontes





Depois de quarenta volumes editados e quase um milhão de exemplares vendidos, o Bando das Cavernas, criação a solo de Nuno Caravela, descobre a banda desenhada. Literalmente.

06/12/2022

Elviro

A ver passar os eléctricos


Membro do projecto ComicArte e da organização do Salão do Porto, Paulo J. Mendes regressou à banda desenhada há dois anos com O Penteador (edição Escorpião Azul) que, em pleno pandemia, se revelou uma lufada de ar fresco pelo humor absurdo e pelo apelo a convívios, jantaradas e passeios.
Dois anos volvidos, Elviro confirma o autor que se (re)descobriu na altura, com a vantagem de ser uma obra mais estruturada, assente numa pesquisa cuidada, com um fio condutor mais sólido, sobre relações humanas e a forma como encaramos o passado. E com 0 colorido que se adivinhava/desejava em O Penteador.

02/12/2022

Prémio Jorge Magalhães 2021 para Derradé






Derradé, aliás Dário Duarte, foi distinguido com o o Prémio Jorge Magalhães de Argumento para Banda Desenhada 2021, pelo seu livro O Fogo Sagrado, uma edição da Escorpião Azul. Sucede assim a Filipe Melo, vencedor no ano transacto com Balada para Sophie.