29/03/2023

Tex despede-se de García Seijas







Ernesto Rudesindo García Seijas, desenhador argentino, faleceu ontem, contava 81 anos. O mundo da BD, bastante fustigado pela partida de alguns dos seus expoentes em tempos recentes, fica mais pobre.


(clicar nesta ligação para ler a notícia completa; clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)

Batman: O Príncipe Encantado das Trevas #1/#2

Por...

Este díptico passaria poderia perfeitamente integrar uma colecção do género Batman por…, a exemplo do que, a nível franco-belga, tem sido (tão bem feito) com Lucky Luke ou Spirou...
Exemplar único - neste contexto, na época específica - de visão/versão europeia do Homem-Morcego, justifica plenamente a leitura por parte dos admiradores do super-herói, tanto quanto por parte dos que seguem Marini.

28/03/2023

Conversas de Banda Desenhada

Por detrás das vinhetas desenhadas


A conhecida expressão “espaço branco [ou vazio] entre as vinhetas” define de forma extremamente feliz a magia desta arte narrativa que, na sua essência, vive da forma como o leitor preenche mentalmente esse espaço para sequenciar a narrativa, ‘adivinhando’ o que decorre entre cada duas vinhetas.
Tentando fazer uma transposição do conceito, posso escrever que o livro Conversas de Banda Desenhada tenta preencher o que existe por detrás das vinhetas, ou seja, dar a conhecer um pouco de quem são os criadores de histórias aos quadradinhos.

27/03/2023

Curtas (I)


Em anos recentes, habituei-me a ter em curso de leitura obras com histórias curtas que servem para preencher espaços de tempo igualmente curtos, levar a cabo pequenos interlúdios entre tarefas, aligeirar alguma pressão ou ocupar tempos de espera.
Tento ir variando de género, estilo, proveniência e temática, por um lado para diversificar as leituras, por outro para ver formas diferentes de abordar temas também diferentes.
As capas mostradas acima, ilustram algumas (dessas) leituras mais recentes, feitas ao longo de dias ou semanas, para fugir à inevitável repetição a que este tipo de colectâneas geralmente não consegue fugir.

26/03/2023

23/03/2023

Zodiako

'Outro' Jayme Cortez...


Outra vez Jayme Cortez, depois de O Terror Negro, no volume inicial da colecção que a Polvo achou por bem - e muito bem! - dedicar-lhe, organizada por Fabio Moares.

Depois do terror puro, agora é a vez do super-herói Zodiako, já parcialmente publicado entre nós na Riquiqui, da Portugal Press, no longínquo ano de 1979. Ou talvez não propriamente super, mas indiscutivelmente herói.

22/03/2023

Mister No Revolution: Amazonia

Final inglório


É um sinal de tempos mais ou menos recentes, o revisitar das origens de heróis da banda desenhada, e não só para tentar tirar partido da sua popularidade e da sua pertença ao imaginário colectivo.
Este tipo de exercício, feliz nalguns casos, infeliz noutros, comporta sempre dois riscos: por um lado, quanto maior é a popularidade da personagem revisitada, mais arriscado se torna mexer com o que maravilhou gerações; por outro lado, se a nova obra beneficia sempre do conhecimento prévio do original por parte do leitor, também tem que se apresentar autónoma em si mesma, para seduzir quem se aproxima dela virgem do tema.
É neste último aspecto que falha o volume final deste tríptico de Mister No, que transpõe as suas deambulações para 25 anos depois do tempo em que o situou o seu criador.

21/03/2023

Congo I: Um mundo esquecido - Edição definitiva

Regresso a
(o) Congo


Congo, 1880. Uma expedição portuguesa percorre as selvas inexploradas daquele país, com o objectivo de cartografar uma das regiões mais inóspitas e desconhecidas do continente africano. Nomeado pelo monarca português, Afonso Ferreira, explorador de renome, chefia a expedição - também com o objectivo secreto de tentar conquistar algum terreno ao reino da Bélgica - mas nem mesmo ele estava preparado para o que ia encontrar: cenários dantescos, povoados por dinossauros, que se transformam na antecâmara de uma experiência de puro terror.

20/03/2023

Poirot: Drama em três actos + Ideiafix #2

Continuidade. Intemporalidade. Competência.

Dois títulos recém-chegados ao mercado nacional, justificam uma abordagem, segundo os vectores referidos acima.
Vamos a ela.

17/03/2023

Ringo intégrale

Finalmente


Se, como escrevi aqui, Durango era uma lacuna nos meus conhecimentos de western, Ringo era uma lacuna parcial na leitura e também na minha biblioteca, onde até agora só existia ‘espalhado’ pelo Mundo de Aventuras, Tintin Sélection e pelo (único) álbum (publicado em português) da Bertrand. Para complicar, as cinco histórias (na verdade seis…) que protagonizou até hoje tinham sido compiladas uma única vez, em dois volumes de 2004, na colecção Tout Vance, há muito desaparecidos dos mercados.

Agora, finalmente, a publicação integral desta série escrita e desenhada pelo grande William Vance (nos dois momentos iniciais) e depois, sucessivamente, com argumentos de Jacques Acar, Yves Duval e André-Paul Duchateau, permitiu-me a sua leitura cronológica de uma assentada.

14/03/2023

Sambre V/VI

Viver em função da vingança




Os acasos - editoriais - têm destas coisas e, 20 anos depois, Yslaire ressurge no mercado português e logo em dose dupla. Com Menina Baudelaire, em edição da Ala dos Livros, uma biografia do poeta maldito sobre a qual escrevi aqui na semana passada, e com este Sambre, V/VI, da Arte de Autor, também ele um regresso.

13/03/2023

Anjinho: Além

Anjo ou demónio?


Entre as (muitas) qualidades das Graphic MSP - o selo editorial dedicado apublicar versões de autor das personagens criadas por Maurício deSousa - está a demonstração da diversidade, vitalidade e potencial de todos esses heróis.
Se todos éramos capazes de referir a Mônica, o Cebolinha, a Magali, o Cascão ou o Chico Bento quando questionados sobre as criações daquele autor brasileiro, enquanto leitores das Graphic MSP podemos (re)descobrir a Turma da Mata, o Papa-Capim, o Jeremias ou o Capitão Feio. Ou, agora, o Anjinho.
Nas novas versões, claro, que evocam as antigas.

Lançamentos: Panini Brasil - Março 2023

 

A distribuição deste mês da revistas brasileiras da Turma da Mônica e da Marvel da Panini Comics traz uma excelente surpresa: o regresso a Portugal das Graphic MSP, as versões estimulantes e desafiadora autorais das personagens de Maurício de Sousa,  que têm passado regularmente aqui por As Leituras do Pedro.

A estreia cabe a Anjinho: Além, de Max Andrace, com preview e todas as informações já a seguir.

09/03/2023

Príncipe Valiente (1974-1976)

Reencontro com um velho amigo...


Ainda sob o peso de alguns preconceitos, este novo reencontro com o Príncipe Valente - a caminhar a passos largos para uma decadência (hoje (re)conhecida) - foi como encontrarmos um parente ou um velho amigo de quem já fomos próximo mas que já não víamos há muitos anos.
As histórias que contam parecem familiares, outras soam como repetidas, mas o entusiasmo que provocam não é o mesmo e a afinidade que em tempos se sentiu parece ter desaparecido - ou pelo menos desvaneceu-se em grande parte. Percebe-se com tristeza que os tempos mudaram e que não há volta a dar.

08/03/2023

07/03/2023

Menina Baudelaire

Biografia ousada do poeta maldito



O tema não era fácil nem a obra poderia ser ligeira, por isso biografar Charles Baudelaire em banda desenhada comportava riscos óbvios, mas Bernard Yslaire, que regressa ao mercado português com este Menina Baudelaire, sai-se muito bem da tarefa a que se propôs, reflectindo na sua obra a vida atribulada e a inquietação permanente do autor de As Flores do Mal.

06/03/2023

A incrível Adele #3 e #4

Não tentem fazer isto em casa...

Numa época em que impera a ditadura do ‘politicamente correcto’ e a presunção de que tudo é ofensivo para alguém e em que umas quantas minorias acéfalas tentam impor os seus pontos de vista, censurando, reescrevendo, alterando ou proibindo, uma leitura como Adele, surge como uma refrescante alternativa, livre de pressões e preconceitos e é uma pedrada no marasmo reinante

03/03/2023

Ariol #1 e #2


Diferenças ou semelhanças?

No actual panorama editorial português para os mais novos, nas séries protagonizadas por crianças, podemos distinguir três ‘modelos de base’, se assim os posso designar. A combinação de realidade com fantasia e magia em Olívia; a imprevisibilidade das crianças terroristas, de que a Incrível Adele é um feliz protótipo e, finalmente, as histórias ancoradas no quotidiano, como espelha este Ariol.