30/07/2022
28/07/2022
Blacksad #1
Ágil como um felino, o detective...
Escrevia
eu há 20 anos no Jornal de Notícias de 17 de Setembro:
‘Tal
como o western,
também
o policial tem sido ciclicamente reinventado, situando a acção em
passados históricos ou futuros imaginários, ou através de novos
protagonistas, sejam eles homens ou mulheres, detectives particulares
ou polícias oficiais, musculosos ou de grande capacidade dedutiva. E
esta reinvenção pode acontecer, mesmo quando a história contada já
o foi centena ou milhares de vezes, como é o caso de Blacksad
#1 - Algures entre as sombras.
26/07/2022
A Bomba #1 e #2
Crónica de milhares de mortes anunciadas
A
6 de Agosto de 1945, a primeira bomba atómica era lançada sobre a
cidade japonesa de Hiroxima, provocando milhares de mortos - no
imediato e a curto, médio e longo prazo - e pondo um fim oficial à
Segunda Guerra Mundial.
A
Bomba,
banda desenhada em dois volumes (na edição portuguesa da Gradiva)
ao longo das suas mais de 450 páginas narra os passos que conduziram
àquele momento.
25/07/2022
U-Boot #3 e #4
Submarino ao fundo
Com
o volume #4, encerrou esta colecção ASA/Público e, obviamente, é
mais uma série completa em português, cumprindo-se aquela que
parece ser a 'nova normalidade ' editorial por cá.
Com
a história decorrer local e temporalmente em vários momentos, com
mais de um século de intervalo, a sua conclusão dá as respostas
necessárias e
ganha
relevo por duas coincidências que explico mais abaixo.
24/07/2022
23/07/2022
22/07/2022
The Promissed Neverland #8-#11
Fim de ciclo
Dadas
muitas respostas, definidos posicionamentos e motivações, The
Promised Neverland chega
ao fim daquilo que podemos designar como 'primeiro ciclo' ao fim de
11 volumes.
Isto
não significa o final da série nem a estanquicidade do que até
aqui foi narrado, mas permite terminar por aqui a leitura de forma
satisfatória - mas não completa e desde já me confesso leitor
futuro e atento do que Shirai e Demizu ainda nos vão narrar.
21/07/2022
20/07/2022
Namor: Rei das Trevas
Duplicidade
A
mega-saga do momento - nas edições brasileiras que vão chegando
mensalmente a Portugal - é Rei
das Trevas
e esta edição é parte dela, embora se possa ler uma sem a outra e
vice-versa.
Na
temática que (re)une os super-heróis Marvel desta vez, perante a
ameaça de Knull - o tal rei
referido
- a habitual legião de super-seres não foi suficiente e por isso
foi necessário recorrer a outras forças. Entre elas a Maré
Negra, cuja origem nos é aqui contada.
19/07/2022
A vingança do Conde Skarbek
À sombra de Alexandre Dumas
Estou certo de que, se questionados sobre a mais famosa história de vingança que conhecem, a maior parte dos leitores evocaria O Conde Monte Cristo, de Alexandre Dumas, e confesso que foi esse romance que me veio à cabeça quando comecei a leitura de A vingança do Conde Skarbek, recém-editado pela Arte de Autor.
18/07/2022
La Bestia
Negro e neve
Uma pequena aldeia perdida algures numa zona montanhosa vive atemorizada por uma fera que caça nas suas imediações. O problema agrava-se quando a besta começa a caçar os homens.
16/07/2022
14/07/2022
Agá 2.0
E continua!
Já surpreendente no
âmbito das edições suportadas pelos erários municipais, Agá
2.0 volta a fugir aos estereótipos ao apresentar uma continuação
da saga iniciada há cinco anos.
Se o cenário
permanece o mesmo - uma (Nova) Lousada futurista - o autor é outro,
mas assumindo plenamente a continuidade.
13/07/2022
U-Boot #2 Herr Himmel
Primeiras respostas, mais perguntas
A um bom ritmo narrativo - e de publicação: um álbum por semana, durante 4 semanas - a mini-série U-Boot neste segundo tomo começa já a dar as primeiras respostas - embora levante outras (tantas - ou mais) questões.
12/07/2022
Estes dias
Os pequenos nadas que nos tapam a visão
Confirmado como valor seguro para a banda desenhada portuguesa em 2019, como desenhador de
Toutinegra,
a partir de um argumento de André Oliveira, depois de histórias curtas em Crumbs ou a participação como colorista em O Impaciente Inglês, Bernardo Majer fez
recentemente o seu regresso às edições impressas com Estes
dias.
Colectânea
de histórias curtas, de que é autor completo, apresenta-nos uma
série de reflexões desenhadas que nos falam de momentos
característicos dos dias que vivemos.
11/07/2022
O Mergulho
Amplitude
Penso
que,
actualmente,
com alguma amplitude, é possível definir a linha editorial da
maioria das editoras portuguesas de BD.
E
com alguma amplitude, felizmente, porque ela permite que -
espreitando para lá das suas 'zonas de conforto', nos sirvam belas - e
surpreendentes! - obras como este O
Mergulho.
10/07/2022
09/07/2022
08/07/2022
O Crocodilo
Golpe de teatro!
E
de repente, sem que nada o fizesse prever, eis que O
Crocodilo
salta do palco e nos surge à frente sob a forma de... banda
desenhada.
Não
sendo inédito, entre nós, é tudo menos vulgar vermos uma peça
teatral adaptada em BD.
07/07/2022
Marco Polo #1
Como numa aventura
Muitas
vezes, mesmo que competentemente escritos e desenhados - ou mais
ainda - os volumes desta série Descobridores
assim
como os que constituem a colecção Eles fizeram História
- pecam pelo excesso de informação e pelo tom mais didáctico,
que os torna mais densos e mesmo algo pesados.
Desta
vez, tal não acontece e ler este primeiro volume da biografia de
Marco Polo é como embarcar numa verdadeira aventura, aqui aos
quadradinhos.
06/07/2022
05/07/2022
Pele de Homem
Uma questão de respeito
Cresci
a ouvir falar de respeito, por oposição a tolerância, um termo, um
conceito, hoje muito em voga. Porque respeito implica aceitação
enquanto que tolerância tem agregada uma posição de sobranceria e
até de superioridade moral.
Vem
este intróito a propósito de Pele
de Homem,
uma obra que ganhou a maioria dos prémios francófonos para a banda
desenhada em 2021 e que acaba de ter edição nacional de A Seita, e
na
qual são abordadas questões prementes e actuais - ou na moda - como
a liberdade sexual, a homossexualidade, o fanatismo religioso ou as
questões de género.
A trama decorre numa idade medieval indefinida, no espaço e no tempo, e o seu ponto de partida é o casamento próximo de Bianca e Giovanni. Um casamento decidido após duras negociações, que mais não representa do que um contrato entre famílias que transaccionam um homem e uma mulher que até aí não se conheciam - e em condições normais pouco se conhecerão depois. Porque é assim que as coisas são ali, com as mulheres confinadas às quatro paredes da sua casa ou pouco mais, e os homens com toda a liberdade para saírem e experimentarem tudo o que desejarem, figurada e textualmente.
Antes do casamento, Bianca é posta a par do grande segredo das mulheres da sua família, a existência de uma pele de homem (literalmente) que, uma vez vestida, lhe permite ser e actuar como um deles. Na sua posse, Bianca usa-a para, sob as formas de Lorenzo, se aproximar de Giovanni; só que, enquanto este se apaixona pelo mancebo, Bianca pretende trazer para o seu casamento o que viveu na forma de homem com o seu (futuro) marido.
Se esta temática já daria por si só pano para mangas, é necessário acrescentar-lhe o peso da tradição histórica, as diferenças sociais seculares entre homens e mulheres, o fanatismo religioso consubstanciado em Frei Angelo, irmão de Bianca, e a forma díspar como as mulheres da família se servem da pele.
Apesar da complexidade do(s) tema(s), a verdade é que Pele de Homem se apresenta como um relato leve e descontraído, em boa parte devido ao sentido de humor que perpassa por todo o livro, e Hubert, o seu argumentista, que se suicidou antes de a obra ser publicada, consegue abordar todas aquelas questões de um modo sério e que obriga cada um a reflectir.
O desenho vivo de Zanzim e o modo como a planificou, com grande dinamismo, simplicidade de fundos e cenários e pranchas de vinheta única pela quais as personagens passeiam, também contribui para esse sentimento agradável e descomplexado que a leitura proporciona.
Se é indiscutível que estamos perante um belo livro, não consigo deixar de questionar se os muitos prémios - e uma tão invulgar unanimidade... - reflectem apenas a sua qualidade ou se não foram de alguma forma uma homenagem póstuma ao seu malogrado escritor e à sua contribuição para uma temática na moda...
Pele de Homem
Prefácio de
Ana Cristina Santos
Boulard
Hubert
(argumento)
Frédéric
Zamzim
(desenho)
A
Seita
Portugal,
Junho de 2022
210
x 280 mm, 160
p., cor,
capa dura
28,00
€
(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 25 de Junho de 2022; imagens disponibilizadas por A Seita; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar no texto a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
04/07/2022
U-Boot #1 Doutor Mengel
Surpresas na continuidade