23/05/2012

Death Note #2

Encontro











Tsugumi Ohba (argumento)
Takeshi Obata (desenho)
Devir (Portugal, Maio de 2012)
130 x 190 mm, 200 p., pb, brochado
9,99 €



1.       Se a leitura de Death Note #1 confirmou tudo de bom que eu tinha lido a seu propósito, teve também um outro efeito...
2.      Deixar-me muito curioso quanto à sua continuação, de uma forma que há muito não me lembrava em relação a um segundo tomo de uma banda desenhada.
3.      A sua publicação pela Devir, num intervalo de tempo que se tem de considerar curto (cerca de 3 meses transcorridos entre a edição dos dois primeiros tomos de Death Note), para além de ter contribuído para a satisfação da minha curiosidade – factor menos importante no caso, claro - …
4.      … poderá (deverá?) merecer por parte dos leitores um voto de confiança em relação à editora e levar a que apostem nesta edição, para que ela possa prosseguir com esta regularidade…
5.      ... factor que me parece essencial para o seu sucesso.
6.      E a leitura deste segundo volume, mais uma vez, satisfez as expectativas que eu tinha.
7.      Desde logo porque o relato aprofunda o tom realista (e policial), passando para segundo plano o tom fantástico que, com um certo apagamento do demónio Shinigami, praticamente fica limitado ao que é inerente ao conceito – um caderno mágico que permite matar à distância todos aqueles cujo nome for nele escrito pelo dono do caderno.
8.     Depois, porque os autores continuam a explorar as (imensas) potencialidades do Death Note, através de Light Yagami que ganha assim cada vez mais protagonismo, ao demonstrar toda a sua inteligência e capacidade dedutiva pela forma como explora de forma notável os poderes do caderno, tornando cada vez mais complexos os esquemas utilizados para suprimir as suas vítimas.
9.      Ao mesmo tempo que – ou será por isso? – à medida que a malha do cerco policial se vai apertando e a polícia, encabeçada pelo misterioso L se vai aproximando cada vez mais de Light, este se vai afastando progressivamente do seu propósito inicial, que era utilizar o Death Note para matar grandes criminosos e fazer do nosso planeta um mundo melhor.
10.  Agora - egoisticamente, mas de forma bem humana, deixando-se corromper pelo poder que o Death Note lhe confere, o que reforça o (apesar de tudo falso) realismo da história - a sua prioridade é manter-se à frente de quem investiga os seus crimes – porque fazer justiça pelas próprias mãos é um crime – seja qual for o preço (em vidas humanas) que tenha de pagar.
11.   (Mesmo que tenham que sucumbir novas personagens que, aos olhos do leitor, apareciam com imensas potencialidades e capazes de proporcionar novas e interessantes vias ao relato – e quem já leu/ler este tomo facilmente perceberá de quem estou a falar).
12.  A par de tudo isto, o relato continua a ser muito bem construído e explanado, com uma trama que se adensa e ganha em complexidade sem perder o poder encantatório sobre o leitor, sempre com a tensão e a adrenalina em alta, numa notável toada de parada e resposta entre o misterioso L, que investiga os crimes, e Light, que os comete.
13.  Isto sem que, no entanto, o leitor consiga antecipar os passos de cada um deles, o que multiplica o efeito surpresa ao longo das páginas e diz bem da sua originalidade.
14.  Outra mais-valia continua a ser o traço utilizado, realista, expressivo, bem legível e dinâmico quanto baste para dotar a narrativa do ritmo adequado, propositadamente pausado, para que o leitor se possa imbuir de tudo o que lhe vai sendo apresentado.
15.   Por tudo o que até aqui escrevi, se os dois volumes já lidos corresponderam ao que deles esperava em termos de qualidade e originalidade, deixam também uma enorme vontade de ler o seguinte que, desejo, possa ser editado em breve.
16.  (Mesmo que neste momento os 3 curtos meses transcorridos entre o #1 e o #2 me pareçam demasiado longos!)

11 comentários:

  1. É uma bela aposta da Devir. Death Note é excepcional até metade. Depois desce de qualidade mas continua sempre a ser uma boa leitura.

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    1. Caro Loot,
      Obrigado pela visita e pelo comentário.
      Mesmo percebendo que será difícil manter o nível destes dois primeiros tomos, estou muito curioso quanto à forma como a história se vai desenvolver.
      Boas leituras

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  2. "4. … poderá (deverá?) merecer por parte dos leitores um voto de confiança em relação à editora e levar a que apostem nesta edição, para que ela possa prosseguir com esta regularidade…
    5. ... factor que me parece essencial para o seu sucesso."

    Pedro até parece que está a pedir que comprem por (caridade?!) e não porque é dever da editora levar a edição até ao fim......

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    1. Olá Optimus,
      Eu não tenho que implorar nada, até porque não recebo qualquer comissão!
      Mas também sei que se os (potenciais) leitores não comprarem, acreditando que a Devir vai levar a edição até ao fim, então aí é que a edição vai mesmo ficar a meio... Porque todos sabemos que o "dever de levar a edição até ao fim" está empre sujeito à rentabilidade (vendas) pois a Devir não é a santa casa da misericórdia dos leitores portugueses de BD!
      Boas leituras... e compras!

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  3. Penso que o que o Pedro tentou dizer foi exactamente o contrário, ou seja, será que a editora merece a confiança dos leitores nesta publicação ou será que os leitores vão mais uma vez ficar 'pendurados' a meio da história?
    De qualquer forma, concordo que o facto de as editoras muitas vezes não terminarem as edições que começam afecta grandemente as suas vendas. E aqui falo por experiência própria. Adoro o Death Note mas já cheguei a um ponto em que, enquanto não vir a saga completa editada não hei-de comprar um numero. Semelhante passa-se com edições de outras histórias. (devo dizer que estou com muita esperança no Dragon Ball :)

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    1. Caro Luis Sanches,
      Obrigado pela sua opinião.
      Como já respondi atrás ao Optimus Prime, não estou a pedir por caridade que os leitores comprem, mas sim a sugerir que o façam como única forma de a colecção poder continuar e chegar ao fim.
      Porque, como todos sabemos, se os primeiros números não venderem, o mais certo é Death Note ficar a meio, como aconteceu ao longo dos anos com tantas outras colecções de BD...
      Em relação ao Dragon Ball, lamento desiludi-lo mas a colecção da ASA vai terminar - pelo menos para já - no nº 18. Pelo motivo do costume: as vendas inferiores ao necessário para rentabilizar a edição...
      Boas leituras!

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    2. Lol!! Com o Dragonball, já estava à espera mas não queria admitir! É uma pena que seja assim. É uma pena que se baseiem nos numeros para decidirem se acabam uma colecção que começaram. Acabam por se tornar a origem do problema. Falo por mim e por outros que conheço. Quem começaria uma caderneta de cromos sem ter a certeza que todos os cromos sairiam? Enfim, é uma pena que estas coisas aconteçam. Em tempos fartei-me de ver os numeros 1 que comprava (capa dura, bom papel, etc) ficarem-se por aí. Tenho pena que seja assim mas não vou aumentar a minha colecção de histórias por terminar :)
      Abraço

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    3. Caro Luís Sanches,
      Entendo e respeito a sua decisão, embora não concorde com ela, apesar de também ter muitas colecções incompletas (ou completas noutras línguas, o que é sempre uma alternativa).
      Se todos pensássemos assim, há muito que não seria editada BD em Portugal, pois ficaríamos sempre à espera da colecção completa para comprar e tal dificilmente se concretizaria.
      Porque, como todos sabemos, editar livros - geralmente - é um negócio. Há que pagar direitos, autores, tradutores, balonistas, papel, gráfica, distribuidora... e ainda quem trabalha na editora.
      Se os livros não vendem, são raros os que se dispõem a perder (mais) dinheiro continuando a apostar em algo que não resultou...
      Boas leituras!

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. E assim se cria um ciclo vicioso,se a editora não leva colecção até ao fim apesar do "prejuízo monetário" ficam a perder ainda mais 1 perdem a "credibilidade" depois os clientes emigram para outras paragens,até porque é o leitor/consumidor que em ultima instância paga pelos erros das editoras desde coleçoes com demasiados volumes,a coleçoes sem fim a vista, e ainda n coleçoes que até hoje aguardam o volume final,através de pvp,só para o editor e editora bater no peito e dizer que faz isso pelo bem da bd nacional,basicamente é um negócio muito mal gerido.

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    Respostas
    1. Olá Optimus,
      Susbcrevo-te quase a 100 %...!
      E se é fácil perder a credibilidade - ainda mais em Portugal, com o pequeno nicho que a BD ocupa no mercado - recuperá-la é algo extremamente complicado...
      Uma das soluções, como indicas, deveria ser a opção por volumes únicos ou colecções de poucos tomos...Embora seja um dado adquirido que são as colecções extensas que ganham leitores e mantêm maior rentabilidade ao longo do tempo...
      Uma autêntica pescadinha de rabo-na-boca, difícil de resolver...
      Boas leituras, de preferência em português!

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