“No dia 22 de Fevereiro de 2016 – por causa de uma veia que rebentou no
meu estômago – morri e regressei à vida, num acontecimento que atravessou
espaço e tempo separando e unindo em simultâneo. (…) Descrevê-lo com desenhos
fez parte dessa viagem.”
António Jorge Gonçalves
In A minha casa não tem dentro
Há situações na(s) vida(s) – muitas vezes experiências
limite - que só seremos capazes de entender se as vivermos. António Jorge
Gonçalves passou por uma. E decidiu partilhá-la.
Da melhor forma que sabe, com a arte do (seu) traço que
todos (lhe re)conhecemos, para mostrar o que sentia dentro de si, o que via ao
seu redor.
O resultado - conjunto de ilustrações, narrativa fragmentada
ou novela gráfica (como a editora apresenta)? - é A minha casa não tem dentro, tanto uma obra de - adivinha-se - difícil
concepção, quanto de classificação ou interpretação e, certamente, cada leitor
sairá da sua leitura com sensações diferentes., consoante a forma como leia e
interligue o que o autor expõe.
Ancoradas (ou deixadas à solta…?) por curtos textos
evocativos ou descritivos, andando em círculos (em busca de uma saída), com
passado e futuro (?) confundidos, realidade, sonho e delírio amalgamados, esta
obra compila ilustrações pré-existentes e outras inspiradas pela experiência, e,
mais ainda (?) visões, sensações, emoções – e algumas assombrações…? – e abre-nos
uma pequena fresta de uma porta que nenhum de nós quer transpor, mas que muitos
gostaríamos de poder espreitar. Com resultados díspares, com toda a certeza.
Sempre por nossa conta e risco.
A minha casa não tem dentro
António Jorge Gonçalves
abysmo
Portugal, Janeiro de 2017
175 x 240 mm, 112 p., cor, capa dura
20,00 €
(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua
extensão)
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