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26/06/2021
Walli (1952-2021)
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04/03/2016
Chlorophylle et Le monstre des trois sources
Se Spirou é o exemplo maior e mais antigo da retoma de heróis por outros autores – nalguns casos de forma notável – este é um caminho cada vez mais explorado na BD franco-belga. Chlorophylle, de que é lançado hoje no mercado francófono Le monstre des trois sources, depois de Embrouilles a Coquefredouille, de Zidrou e Godi, há cerca de um ano, é o exemplo mais recente.
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28/10/2014
Chlorophylle: Embrouilles a Coquefredouille
Já o escrevi várias vezes: a retoma de séries clássicas
franco-belgas por outros autores, se num primeiro momento é gratificante -
partindo do princípio que é fiel ao espírito e às ideias do(s) seu(s) criador(es)
- com o tempo torna-se perniciosa por esvaziar o original e transformar a série
na soma (sempre menor) das sucessivas abordagens.
O melhor (mau) exemplo disto é Blake e Mortimer que há muito
deixou de ser a obra pessoal clássica (por excelência) de Jacobs, para ser a
soma dos contributos dele, mas também de Van Hamme, Ted Benoît, Yves Sente,
André Juillard, etc., etc…
A justificação deste intróito vem já a seguir.
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Zidrou
27/09/2013
Chlorophylle – Intégrale #3
Raymond
Macherot
Le Lombard
Bélgica, 5 de Abril de 2013
222 x 295 mm, 208 p., cor, cartonado
25,50 €
Resumo
Terceiro e último tomo da reedição integral das
aventuras de Chlorophylle criadas pelo genial Raymond Macherot, este volume compila
La revanche d'Anthracite, Chlorophylle joue et gagne, Le furet gastronome,
Chlorophylle à la rescousse e Le klaxon de vérité.
Inclui igualmente um dossier sobre o período em
que as obras foram criadas e exemplos de rubricas que Macherot assinou como La
petite jungle du Vallon fleuri, Pipelette e En promenade avec le Père Matthieu.
Desenvolvimento
O que mais me surpreendeu neste volume, em que o pérfido Antracythe faz o seu regresso, foi o aspecto
mais humano de Chlorophylle, Minimum e os seus amigos – vestidos e tudo! – marcando
dessa forma Macherot a mudança de tom da banda desenhada, menorizando o tom
bucólico e aventuroso dos relatos iniciais, para a transformar numa sátira –
mordaz mas triste - da sociedade humana, com a violência inerente que daí resulta a contrastar com o aspecto simpático e inofensivo dos intervenientes
Por isso, sem dificuldade, se descobrem várias
referências aos nazis e aos seus métodos e à resistência francófona nos primeiros
relatos ou se descobre, com surpresa, a transposição dos gangues parisienses da
década de 1960 para as páginas de Le furet gastronome, uma excelente banda
desenhada, seja qual for o contexto em que se pretenda analisá-la.
Terá sido esse avanço para um certo realismo, aliás,
uma das principais razões para Macherot abandonar Chlorophylle – devido às
pressões que a revista Tintin exercia sobre uma série que pretendia mais
infantil e inócua – e a juntar-se à concorrência (leia-se Spirou) para um
regresso aos seus temas originais, em Sibylline.
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20/11/2012
Chlorophylle – Intégrale #1
Raymond
Macherot
Le Lombard
(Bélgica, 26 de Outubro de 2012)
222 x 295 mm, 208 p., cor, cartonado
26,50 €
Resumo
Inclui ainda três histórias curtas realistas
escritas e desenhadas por Macherot no Tintin belga: Le véritable monde perdu,
L’Homme qui tua le diable e L’odyssée du Flandres Impériale.
A abrir o volume, antes das bandas desenhadas, surge
um dossier da autoria de Jacques Pessis, sobre o percurso de Macherot,
profusamente ilustrado, com muitos inéditos.
Desenvolvimento
As reedições integrais em magníficas edições
como esta, continuam na ordem do dia no mercado francófono, recuperando obras –
hoje – clássicas dos anos 50, 60, 70, 80 e mesmo 90, ou seja aquelas que foram
lidas pelas gerações que têm hoje maior poder de compra.
Se alguns deles me têm valido boas descobertas,
Chlorophylle era uma das séries que eu aguardava com maior interesse.
Chlorophylee, um pequeno roedor, estreou-se nas
páginas do Tintin belga #336, a 14 de Março de 1954. Aí viveu diversas
aventuras, entre curtas e longas, em companhia de Minimum, outro roedor, a
lontra Torpille, o corvo Bitume e o coelho Serpolet, entre outros.
Em meados dos anos 60, Macherot trocou o Tintin
pelo rival Spirou, onde criou Sibyline, cuja estrutura é muito semelhante à de Chlorophylle, sendo este último
retomado por autores como Dupa ou Greg.
No início da série a quietude do bosque onde os
protagonistas vivem é quebrada por uma invasão de ratos negros comandados pelo pérfido
Anthracyte, que uma vez derrotado por Chlorophylle se transformará em seu
inimigo.
As aventuras decorrem quase sempre em ambiente
rural, campestre ou florestal, apenas com uma ou outra escapadela citadina,
como acontece neste tomo em Pas de salame pour Céliméne, onde se Chlorophylle
assume igualmente o protagonismo, num relato de tom detectivesco, claramente
não está no seu ambiente natural, tal como o seu autor, aliás.
Banda desenhada animalista, de tom terno e
ingénuo, conquistou-me desde que a conheço e não me canso de a reler, sempre
com agrado.
Pela forma solta e fluente como está escrita
(apesar de desenvolvida ao sabor da inspiração, uma vez que Macherot não
desenvolvia previamente um argumento base)?
Pelo traço agradável, seguro, ágil, dinâmico e
cativante?
Pelo retrato assertivo da sociedade humana,
através dos pequenos animais do bosque onde Chlorophylle e os seus amigos
habitam e vivem as suas aventuras?
Pelos muitos pormenores divertidos ou curiosos
espalhados pelo autor no fundo das pranchas ou à margem da acção principal?
Possivelmente por tudo isto e ainda mais que
desafio a (re)descobrirem.
Chlorophylle chegou rapidamente ao nosso país,
estreando-se nas páginas da revista Flecha #12, a 27 de Janeiro de 1955, menos
de um ano após o seu lançamento no mercado francófono.
Depois, seria presença recorrente nas páginas da
versão nacional do Tintin, tendo igualmente aparecido no Almanaque Tintin.
As duas primeiras histórias deste volume
marcaram presença no segundo tomo da colecção Clássicos da Revista Tintin
(ASA/Público), sendo que a segunda e a terceira já tinham sido editadas pela
Edinter nos anos 1980.
Chlorophylle, teve igualmente a honra de
protagonizar um dos primeiros álbuns de BD editados entre nós, Clorofila e os
Quebra-Ossos (início da década de 1960), uma edição hoje em dia muito rara,
cabendo a um dos seus exemplares o recorde do livro de banda desenhada mais
caro vendido em Portugal: 575 euros!
Curiosidade
Entre as duas primeiras histórias longas e as
restantes há uma evidente diferença ao nível do colorido, cuja explicação é
dada no livro. Chlorophylle contre les rats noirs e Chlorophylle et les
conspirateurs, reproduzidas a partir dos filmes originais a preto e branco,
foram recoloridas digitalmente, respeitando as cores de Macherot.
Para as restantes, uma vez que os filmes
originais não foram encontrados, foi necessário utilizar como base as páginas
impressas da revista Tintin.
A reter
- A genuinidade das histórias ternas, divertida
e cativantes.
- O dinamismo do traço de Macherto
- A bela edição, digna sem dúvida da obra que
reproduz.
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