Chlorophille e Minimum, do grande Raymond Macherot
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25/12/2020
04/10/2017
Sibylline 1969-1974
Bipolar
Criação do grande Raymond Macherot, aquando da sua
‘transferência’ da Tintin para a Spirou, Sibylline - que o mestre me
desculpe a ousadia - surge aqui (quase como) bipolar.
27/09/2013
Chlorophylle – Intégrale #3
Raymond
Macherot
Le Lombard
Bélgica, 5 de Abril de 2013
222 x 295 mm, 208 p., cor, cartonado
25,50 €
Resumo
Terceiro e último tomo da reedição integral das
aventuras de Chlorophylle criadas pelo genial Raymond Macherot, este volume compila
La revanche d'Anthracite, Chlorophylle joue et gagne, Le furet gastronome,
Chlorophylle à la rescousse e Le klaxon de vérité.
Inclui igualmente um dossier sobre o período em
que as obras foram criadas e exemplos de rubricas que Macherot assinou como La
petite jungle du Vallon fleuri, Pipelette e En promenade avec le Père Matthieu.
Desenvolvimento
O que mais me surpreendeu neste volume, em que o pérfido Antracythe faz o seu regresso, foi o aspecto
mais humano de Chlorophylle, Minimum e os seus amigos – vestidos e tudo! – marcando
dessa forma Macherot a mudança de tom da banda desenhada, menorizando o tom
bucólico e aventuroso dos relatos iniciais, para a transformar numa sátira –
mordaz mas triste - da sociedade humana, com a violência inerente que daí resulta a contrastar com o aspecto simpático e inofensivo dos intervenientes
Por isso, sem dificuldade, se descobrem várias
referências aos nazis e aos seus métodos e à resistência francófona nos primeiros
relatos ou se descobre, com surpresa, a transposição dos gangues parisienses da
década de 1960 para as páginas de Le furet gastronome, uma excelente banda
desenhada, seja qual for o contexto em que se pretenda analisá-la.
Terá sido esse avanço para um certo realismo, aliás,
uma das principais razões para Macherot abandonar Chlorophylle – devido às
pressões que a revista Tintin exercia sobre uma série que pretendia mais
infantil e inócua – e a juntar-se à concorrência (leia-se Spirou) para um
regresso aos seus temas originais, em Sibylline.
Leituras relacionadas
Chlorophylle,
integral,
Le Lombard,
Macherot
20/11/2012
Chlorophylle – Intégrale #1
Raymond
Macherot
Le Lombard
(Bélgica, 26 de Outubro de 2012)
222 x 295 mm, 208 p., cor, cartonado
26,50 €
Resumo
Inclui ainda três histórias curtas realistas
escritas e desenhadas por Macherot no Tintin belga: Le véritable monde perdu,
L’Homme qui tua le diable e L’odyssée du Flandres Impériale.
A abrir o volume, antes das bandas desenhadas, surge
um dossier da autoria de Jacques Pessis, sobre o percurso de Macherot,
profusamente ilustrado, com muitos inéditos.
Desenvolvimento
As reedições integrais em magníficas edições
como esta, continuam na ordem do dia no mercado francófono, recuperando obras –
hoje – clássicas dos anos 50, 60, 70, 80 e mesmo 90, ou seja aquelas que foram
lidas pelas gerações que têm hoje maior poder de compra.
Se alguns deles me têm valido boas descobertas,
Chlorophylle era uma das séries que eu aguardava com maior interesse.
Chlorophylee, um pequeno roedor, estreou-se nas
páginas do Tintin belga #336, a 14 de Março de 1954. Aí viveu diversas
aventuras, entre curtas e longas, em companhia de Minimum, outro roedor, a
lontra Torpille, o corvo Bitume e o coelho Serpolet, entre outros.
Em meados dos anos 60, Macherot trocou o Tintin
pelo rival Spirou, onde criou Sibyline, cuja estrutura é muito semelhante à de Chlorophylle, sendo este último
retomado por autores como Dupa ou Greg.
No início da série a quietude do bosque onde os
protagonistas vivem é quebrada por uma invasão de ratos negros comandados pelo pérfido
Anthracyte, que uma vez derrotado por Chlorophylle se transformará em seu
inimigo.
As aventuras decorrem quase sempre em ambiente
rural, campestre ou florestal, apenas com uma ou outra escapadela citadina,
como acontece neste tomo em Pas de salame pour Céliméne, onde se Chlorophylle
assume igualmente o protagonismo, num relato de tom detectivesco, claramente
não está no seu ambiente natural, tal como o seu autor, aliás.
Banda desenhada animalista, de tom terno e
ingénuo, conquistou-me desde que a conheço e não me canso de a reler, sempre
com agrado.
Pela forma solta e fluente como está escrita
(apesar de desenvolvida ao sabor da inspiração, uma vez que Macherot não
desenvolvia previamente um argumento base)?
Pelo traço agradável, seguro, ágil, dinâmico e
cativante?
Pelo retrato assertivo da sociedade humana,
através dos pequenos animais do bosque onde Chlorophylle e os seus amigos
habitam e vivem as suas aventuras?
Pelos muitos pormenores divertidos ou curiosos
espalhados pelo autor no fundo das pranchas ou à margem da acção principal?
Possivelmente por tudo isto e ainda mais que
desafio a (re)descobrirem.
Chlorophylle chegou rapidamente ao nosso país,
estreando-se nas páginas da revista Flecha #12, a 27 de Janeiro de 1955, menos
de um ano após o seu lançamento no mercado francófono.
Depois, seria presença recorrente nas páginas da
versão nacional do Tintin, tendo igualmente aparecido no Almanaque Tintin.
As duas primeiras histórias deste volume
marcaram presença no segundo tomo da colecção Clássicos da Revista Tintin
(ASA/Público), sendo que a segunda e a terceira já tinham sido editadas pela
Edinter nos anos 1980.
Chlorophylle, teve igualmente a honra de
protagonizar um dos primeiros álbuns de BD editados entre nós, Clorofila e os
Quebra-Ossos (início da década de 1960), uma edição hoje em dia muito rara,
cabendo a um dos seus exemplares o recorde do livro de banda desenhada mais
caro vendido em Portugal: 575 euros!
Curiosidade
Entre as duas primeiras histórias longas e as
restantes há uma evidente diferença ao nível do colorido, cuja explicação é
dada no livro. Chlorophylle contre les rats noirs e Chlorophylle et les
conspirateurs, reproduzidas a partir dos filmes originais a preto e branco,
foram recoloridas digitalmente, respeitando as cores de Macherot.
Para as restantes, uma vez que os filmes
originais não foram encontrados, foi necessário utilizar como base as páginas
impressas da revista Tintin.
A reter
- A genuinidade das histórias ternas, divertida
e cativantes.
- O dinamismo do traço de Macherto
- A bela edição, digna sem dúvida da obra que
reproduz.
Leituras relacionadas
Chlorophylle,
integral,
Le Lombard,
Macherot
14/11/2011
Sibylline
L’Intégrale – Tome 1: 1965-1969Raymond Macherot (argumento e desenho)
Casterman (França, 26 de Outubro de 2011)
216x288 mm, 200 p., cor, cartonado
25,00 €
Resumo
Primeiro tomo da reedição integral das aventuras de Sibylline, uma criação do magistral Raymond Macherot (1924-2008), prevista em 5 volumes que compilarão de cerca de 1000 pranchas.
Este livro inicial inclui a primeira parte de um dossier sobre o autor e as bandas desenhadas “Sibylline”, “Sibylline & Cie”, “Sibylline et la betterave”, “Sibylline et l’imposteur”, “Sibylline en danger”, “Un sapin pour Sibylline”, “Sibylline contre-attaque” e “Sibylline et les abeilles”.
Desenvolvimento
Se acerca de muitas das obras e/ou autores que me marca(ra)m consigo com facilidade referir o que me atrai nelas(es), o mesmo não se passa com Raymond Macherot, um dos grandes mestres da banda desenhada franco-belga, cuja mérito, injustamente, poucas vezes é reconhecido.
No entanto, logo que soube da publicação deste primeiro tomo das aventuras de Sibylline, pedi-o de imediato e, quando o recebi, não resisti a puxá-lo rapidamente para o topo da pilha dos livros que tenho para ler.
E, concluída essa leitura, confirmei o grande prazer que Macherot sempre me proporciona. Não sei se isso se deve à pequena estatura das suas personagens – Sibylline e também Chlorophylle são ratos – o que dá uma outra dimensão ao mundo em que (tal como nós) vivem, ao seu humor singelo e terno, ao espírito e à espontaneidade dos diálogos, ao seu sentido do gag, à forma extremamente legível como as suas páginas são construídas ou ao modo ritmado e alegre como conta as pequenas aventuras dos seus pequenos heróis.
Possivelmente é o conjunto de tudo isto que confere à sua obra a magia e uma certa ingenuidade que me encantam e seduzem.
Sibylline, que hoje me ocupa, nasceu a 4 de Março de 1965 nas páginas do número 1403 da revista belga Spirou, para onde Macherot se transferira com armas e bagagens após deixar a também belga Tintin, devido a desacordo com o seu redactor-chefe sobre o futuro de Chlorophylle. Tendo deixado o seu herói original na revista que o vira nascer, o desenhador optou por uma nova criação, cujos pontos de contacto com aquele eram por demais evidentes.
Curiosamente, se o desacordo tinha por base a localização das aventuras – Macherot queria o campo, a revista Tintin a cidade – as aventuras de Sibylline iniciam-se em cenário urbano, rapidamente abandonado para a fazer migrar para o campo.
Em relação a Chlorophylle, se o objectivo era o mesmo, utilizar animais para narrar o que o ser humano lhe inspirava, a principal diferença é o menor protagonismo de Sibylline, uma ratinha corajosa, decidida e pouco modesta.
O que acaba por dar mais espaço aos seus coadjuvantes: Taboum, o noivo distraído e trapalhão, o corvo Flouzemaker, oportunista vendedor de banha-da-cobra e o brigadeiro Verboten, responsável por manter a ordem no bosque. E, claro está, Anathème, o pérfido rato negro, vilão da série, que tem por único objectivo vingar-se de Sibylline e dos seus amigos enquanto serve de contraponto às suas acções. Ou, nas histórias iniciais, o pobre gato de quem Sibylline e os outros ratinhos urbanos fazem gato-sapato. Desta forma, Macherot multiplica os motivos de interesse de cada história, assentes em personagens fortes e de carácter bem definido, baseadas no dia-a-dia rotineiro da vida simples e descontraída num pequeno bosquezinho que provê tudo o que os protagonistas necessitam, enquanto enfrentam a cobiça e a perfídia de Anathème e dos seus correligionários.
A reter
- A magia ingénua de Sibylline, simplesmente irresistível.
- A entrada da Casterman no segmento das reedições de clássicos.
-A qualidade da edição, com um magnífico dossier da autoria de Stéphan Caluwaerts, uma excelente reprodução das pranchas e um bom trabalho de restauração das cores.
- A possibilidade de ler histórias apenas publicadas na revista Spirou e até agora inéditas em álbum.
Menos conseguido
- A maqueta da colecção, que podia ter sido melhor trabalhada.
Curiosidades
- Em 2005, Sibylline foi retomada por Andre Taymans, nas edições Flouzemaker.
Em Portugal
- Sibylline teve vida curta em Portugal. A estreia deu-se no número inaugural da segunda série da revista Spirou, a 10 de Abril de 1979, com a história “Sibylline e a Beterraba”, concluída ao fim de 10 números.
- Seguiu-se, no número 11, onde protagonizava a capa, “Sibylline & Cª” (numa inversão da ordem original da série) que duraria até ao número 20.
- Finalmente, “Sibylline” foi publicada nos números 21 a 25, terminando assim a publicação de Sibylline em edições nacionais.
- Antes disso, a 26 de Março de 1955, o Cavaleiro Andante, no seu número 169, dedicava a capa a “Missão Perigosa” (“Mission Chèvrefeuille”), cujas 4 pranchas publicava, uma história também incluída no presente integral e que é, de certa forma, uma antecipação (um episódio-piloto…) do que viriam a ser Chlorophylle e Sibylline.
Casterman (França, 26 de Outubro de 2011)
216x288 mm, 200 p., cor, cartonado
25,00 €
Resumo
Primeiro tomo da reedição integral das aventuras de Sibylline, uma criação do magistral Raymond Macherot (1924-2008), prevista em 5 volumes que compilarão de cerca de 1000 pranchas.
Este livro inicial inclui a primeira parte de um dossier sobre o autor e as bandas desenhadas “Sibylline”, “Sibylline & Cie”, “Sibylline et la betterave”, “Sibylline et l’imposteur”, “Sibylline en danger”, “Un sapin pour Sibylline”, “Sibylline contre-attaque” e “Sibylline et les abeilles”.
Desenvolvimento
Se acerca de muitas das obras e/ou autores que me marca(ra)m consigo com facilidade referir o que me atrai nelas(es), o mesmo não se passa com Raymond Macherot, um dos grandes mestres da banda desenhada franco-belga, cuja mérito, injustamente, poucas vezes é reconhecido.
No entanto, logo que soube da publicação deste primeiro tomo das aventuras de Sibylline, pedi-o de imediato e, quando o recebi, não resisti a puxá-lo rapidamente para o topo da pilha dos livros que tenho para ler.
E, concluída essa leitura, confirmei o grande prazer que Macherot sempre me proporciona. Não sei se isso se deve à pequena estatura das suas personagens – Sibylline e também Chlorophylle são ratos – o que dá uma outra dimensão ao mundo em que (tal como nós) vivem, ao seu humor singelo e terno, ao espírito e à espontaneidade dos diálogos, ao seu sentido do gag, à forma extremamente legível como as suas páginas são construídas ou ao modo ritmado e alegre como conta as pequenas aventuras dos seus pequenos heróis.
Possivelmente é o conjunto de tudo isto que confere à sua obra a magia e uma certa ingenuidade que me encantam e seduzem.
Sibylline, que hoje me ocupa, nasceu a 4 de Março de 1965 nas páginas do número 1403 da revista belga Spirou, para onde Macherot se transferira com armas e bagagens após deixar a também belga Tintin, devido a desacordo com o seu redactor-chefe sobre o futuro de Chlorophylle. Tendo deixado o seu herói original na revista que o vira nascer, o desenhador optou por uma nova criação, cujos pontos de contacto com aquele eram por demais evidentes.
Curiosamente, se o desacordo tinha por base a localização das aventuras – Macherot queria o campo, a revista Tintin a cidade – as aventuras de Sibylline iniciam-se em cenário urbano, rapidamente abandonado para a fazer migrar para o campo.
Em relação a Chlorophylle, se o objectivo era o mesmo, utilizar animais para narrar o que o ser humano lhe inspirava, a principal diferença é o menor protagonismo de Sibylline, uma ratinha corajosa, decidida e pouco modesta.
O que acaba por dar mais espaço aos seus coadjuvantes: Taboum, o noivo distraído e trapalhão, o corvo Flouzemaker, oportunista vendedor de banha-da-cobra e o brigadeiro Verboten, responsável por manter a ordem no bosque. E, claro está, Anathème, o pérfido rato negro, vilão da série, que tem por único objectivo vingar-se de Sibylline e dos seus amigos enquanto serve de contraponto às suas acções. Ou, nas histórias iniciais, o pobre gato de quem Sibylline e os outros ratinhos urbanos fazem gato-sapato. Desta forma, Macherot multiplica os motivos de interesse de cada história, assentes em personagens fortes e de carácter bem definido, baseadas no dia-a-dia rotineiro da vida simples e descontraída num pequeno bosquezinho que provê tudo o que os protagonistas necessitam, enquanto enfrentam a cobiça e a perfídia de Anathème e dos seus correligionários.
A reter
- A magia ingénua de Sibylline, simplesmente irresistível.
- A entrada da Casterman no segmento das reedições de clássicos.
-A qualidade da edição, com um magnífico dossier da autoria de Stéphan Caluwaerts, uma excelente reprodução das pranchas e um bom trabalho de restauração das cores.
- A possibilidade de ler histórias apenas publicadas na revista Spirou e até agora inéditas em álbum.
Menos conseguido
- A maqueta da colecção, que podia ter sido melhor trabalhada.
Curiosidades
- Em 2005, Sibylline foi retomada por Andre Taymans, nas edições Flouzemaker.
Em Portugal
- Sibylline teve vida curta em Portugal. A estreia deu-se no número inaugural da segunda série da revista Spirou, a 10 de Abril de 1979, com a história “Sibylline e a Beterraba”, concluída ao fim de 10 números.
- Seguiu-se, no número 11, onde protagonizava a capa, “Sibylline & Cª” (numa inversão da ordem original da série) que duraria até ao número 20.
- Finalmente, “Sibylline” foi publicada nos números 21 a 25, terminando assim a publicação de Sibylline em edições nacionais.
- Antes disso, a 26 de Março de 1955, o Cavaleiro Andante, no seu número 169, dedicava a capa a “Missão Perigosa” (“Mission Chèvrefeuille”), cujas 4 pranchas publicava, uma história também incluída no presente integral e que é, de certa forma, uma antecipação (um episódio-piloto…) do que viriam a ser Chlorophylle e Sibylline.
30/11/2009
Isabelle - Intégrale - Volume 1
Isabelle - Intégrale - Volume 1
Delporte, Macherot e Franquin (argumento) e Will (desenho)
Le Lombard (Bélgica, Abril de 2007)
Delporte, Macherot e Franquin (argumento) e Will (desenho)
Le Lombard (Bélgica, Abril de 2007)
222 x 295 mm, 216 p., cor, cartonado
Resumo
Em 1969 nascia Isabelle. Com a particularidade de ter três pais (algo que poderia ser perfeitamente normal no mundo mágico em que vivia). E que pais: Delporte e Macherot nos textos e Will no desenho. E a que se viria a juntar mais tarde Fanquin, substituindo Macherot, doente, à partida provisoriamente por algumas semanas, numa colaboração que se tornaria definitiva e duraria uma década. Mas a isso já lá vamos, até porque tal terá lugar neste primeiro volume desta reedição integral que reúne os álbuns “Le tableau enchanté”, “Isabelle et le capitaine”, “Les maléfices de l’Oncle Hermes” e “L’Astragale de Cassiopée”.
Desenvolvimento
Isabelle é uma jovem que vive numa pequena cidade, em que todos se conhecem, mas onde tudo pode acontecer: uma aventura de um pequeno ser (que vive num quadro de parede) num mundo em que tudo lhe parece gigante (a lembrar as deliciosas histórias de Chlorophylle ou Sibylline que Macherot já criara); a passagem de uma sineta de Páscoa, poedeira de… ovos de chocolate!; uma pacífica e florida invasão hippie que deixa a cidade em polvorosa; a passagem de um simpático capitão, acompanhado por uma gaivota cantora, que após cada soluço - e são muitos! - pode formular um pedido que se torna de imediato realidade…
Um universo em que tudo é possível (em que só vejo rival na série "Oliver Rameau", de Dany e Greg) a um tempo terno, agradável, simples e servido por um humor gentil e sem pretensões, no qual se nota o dedo de mestre de Raymond Macherot. E ao qual Will deu vida, na sua linha clara expressiva e eficiente, e que vai evoluindo de forma notória ao longo das histórias, acompanhando também as transformações que estas vão sofrendo, com a protagonista a interagir cada vez mais com mundos feéricos e oníricos. Aos quais, depois, Franquin trará a sua marca, aprofundando a psicologia das personagens, criando histórias mais movimentadas e dinâmicas, com personagens cada vez mais estranhas e inimagináveis (para desespero de Will…) e dando a Delporte oportunidade para soltar o seu humor mais mordaz.
Esta edição, que inclui 12 páginas sobre as origens de Isabelle, com ilustrações inéditas, e também histórias nunca publicadas em álbum, é mais um (bom) exemplo da utilidade das reedições: redescoberta de séries esquecidas (ou nunca publicadas em álbum - ou nunca publicadas, ponto, quando se trata de outro pais… …) a um preço bem interessante. No caso, 25 € por 216 páginas a cores, no formato franco-belga tradicional.
A reter
- A reunião de “quatro monstros” da BD belga na mesma série: Delporte, Macherot, Will e Fanquin.
- Mais uma vez, as características destas edições integrais: qualidade gráfica, introduções, recuperação de material que de outra forma é impossível encontrar e preço.
Resumo
Em 1969 nascia Isabelle. Com a particularidade de ter três pais (algo que poderia ser perfeitamente normal no mundo mágico em que vivia). E que pais: Delporte e Macherot nos textos e Will no desenho. E a que se viria a juntar mais tarde Fanquin, substituindo Macherot, doente, à partida provisoriamente por algumas semanas, numa colaboração que se tornaria definitiva e duraria uma década. Mas a isso já lá vamos, até porque tal terá lugar neste primeiro volume desta reedição integral que reúne os álbuns “Le tableau enchanté”, “Isabelle et le capitaine”, “Les maléfices de l’Oncle Hermes” e “L’Astragale de Cassiopée”.
Desenvolvimento
Isabelle é uma jovem que vive numa pequena cidade, em que todos se conhecem, mas onde tudo pode acontecer: uma aventura de um pequeno ser (que vive num quadro de parede) num mundo em que tudo lhe parece gigante (a lembrar as deliciosas histórias de Chlorophylle ou Sibylline que Macherot já criara); a passagem de uma sineta de Páscoa, poedeira de… ovos de chocolate!; uma pacífica e florida invasão hippie que deixa a cidade em polvorosa; a passagem de um simpático capitão, acompanhado por uma gaivota cantora, que após cada soluço - e são muitos! - pode formular um pedido que se torna de imediato realidade…
Um universo em que tudo é possível (em que só vejo rival na série "Oliver Rameau", de Dany e Greg) a um tempo terno, agradável, simples e servido por um humor gentil e sem pretensões, no qual se nota o dedo de mestre de Raymond Macherot. E ao qual Will deu vida, na sua linha clara expressiva e eficiente, e que vai evoluindo de forma notória ao longo das histórias, acompanhando também as transformações que estas vão sofrendo, com a protagonista a interagir cada vez mais com mundos feéricos e oníricos. Aos quais, depois, Franquin trará a sua marca, aprofundando a psicologia das personagens, criando histórias mais movimentadas e dinâmicas, com personagens cada vez mais estranhas e inimagináveis (para desespero de Will…) e dando a Delporte oportunidade para soltar o seu humor mais mordaz.
Esta edição, que inclui 12 páginas sobre as origens de Isabelle, com ilustrações inéditas, e também histórias nunca publicadas em álbum, é mais um (bom) exemplo da utilidade das reedições: redescoberta de séries esquecidas (ou nunca publicadas em álbum - ou nunca publicadas, ponto, quando se trata de outro pais… …) a um preço bem interessante. No caso, 25 € por 216 páginas a cores, no formato franco-belga tradicional.
A reter
- A reunião de “quatro monstros” da BD belga na mesma série: Delporte, Macherot, Will e Fanquin.
- Mais uma vez, as características destas edições integrais: qualidade gráfica, introduções, recuperação de material que de outra forma é impossível encontrar e preço.
(Versão revista e actualizada do texto originalmente publicado no BDJornal #19 de Junho/Julho de 2007)
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