Estúdios Maurício de Sousa
Panini Comics (Brasil, Abril e Maio de 2010)
160 x 210 mm, mensal, 128 p., preto e branco, brochada
Na banda desenhada – como em qualquer outra arte – variedade e diversidade é fundamental. Quanto mais não seja, para haver possibilidade de

Se só houvesse Dot & Dash, ou só Stuart, ou só Tintin, ou só J. Kendall, ou só Corto Maltese, ou só Iron Man, ou só humor, ou só acção, ou só aventura, ou só crítica social, ou só História, ou só manga, ou só super-heróis, ou só franco-belga, ou só autobiografia, seria impossível desfrutar em toda a plenitude de qualquer destas obras ou de qualquer destes géneros.
Porque, todos eles têm o seu lugar, o seu interesse, a sua importância: na formação de jovens leitores ou no seu acompanhamento ao longo do crescimento e amadurecimento, na diversificação da oferta ou na exploração de novas vias e tendências, na combinação de diferentes géneros e sensibilidades artísticas ou na adaptação de obras de outros meios de expressão à linguagem própria dos quadradinhos.
Por isso, quando nas minhas Melhores Leituras de um qualquer mês eu indico Tex e Jerry Spring e André Carrilho e Blacksad, não estou de forma alguma a dizer que todos os livros em questão me satisfizeram de igual forma ou me tocaram da mesma maneira. Apenas indico que todos eles me satisfizeram no momento da sua leitura, que todos eles corresponderam ou superaram as minhas expectativas. Até porque não tenho – não posso ter, ninguém pode – as mesmas expectativas para todas as obras. Mas, a diferentes níveis, todas podem satisfazer-me (ou não, também é verdade).

Por isso, neste espaço que preencho com as reflexões das minhas leituras, tenho procurado diversificar o leque de obras sugeridas, cumprindo, de algum modo – menos do que desejava – o propósito que estabeleci no início do ano.
Por isso, também, hoje, a minha proposta de leitura são os dois mais recentes (nas nossas bancas) números da Turma da Mônica Jovem.
Escolha que certamente levará muitos a torcer o nariz e a seguirem adiante. Perdendo, em minha opinião, a hipótese de desfrutarem de um produto (não, não é um termo pejorativo) bem feito e adequado aos propósitos que o seu autor previamente estabeleceu: educar, formar, divertir. O maior número de leitores que for possível.


E mensalmente, em cada nova história escrita e desenhada, as personagens vão desenvolvendo as suas personalidades – mantendo muitas das características já conhecidas, recorrentemente evocadas, para aumentar a ligação com os leitores -, o novo universo vai sendo estruturado, relações e sentimentos vão sendo aprofundados.

Como leitura exclusiva? Não, de forma alguma! Como leitura capaz de satisfazer integralmente um leitor exigente? Também não (embora a resposta possa ser sim, se pensada para situações específicas). Mas, sem dúvida, como MAIS uma leitura, capaz de agradar e dispor bem, e de permitir desfrutar, (também) a outros níveis, de outras leituras diferentes.
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