Nos passados dias 7 a 10 de Março realizou-se a quarta edição do
Coimbra BD. O caminho traçado prossegue com segurança, cada vez
mais interessante, e com conhecimento das limitações próprias.
[Este texto foi escrito com base no que pude observar no dia 8,
sexta-feira. Espelha também um pouco do que transpirou dos restantes
dias nas redes sociais.]
Parece continuar a ser o calcanhar de Aquiles d(e algum)as
manifestações portuguesas dedicadas à banda desenhada. A
informação oficial do Coimbra BD, só chegou (a alguns órgãos de
comunicação social) na terça-feira, dois dias antes da abertura do
evento. Demasiado à justa, se a intenção era realmente divulgar e
chamar visitantes.
E custa mais a compreender, sabendo-se que a 'página não oficial'
no facebook já postava informação fidedigna semanas antes e a
presença de Etiénne Schréder tinha sido anunciada durante o
Amadora BD em... Novembro de 2018.
Mesmo que o programa só surgisse na terça-feira, os convidados e
exposições deveriam ter sido divulgados oficialmente mais cedo,
para os interessados reservarem a data nas suas agendas. O Coimbra BD
não é um evento local, tem dimensão nacional.
Ao mesmo nível da (má) divulgação, está o fraco cartaz
'oficial' (ao lado, em cima). Está na altura da câmara olhar para o 'alternativo' (ao lado) e
perceber o que se pretende deste tipo de documento...
Esta é a grande 'limitação própria' referida acima. A Casa da
Cultura de Coimbra tem o espaço físico que tem. Por outras
palavras, lá, o Coimbra BD não poderá crescer (muito) mais. Não
que precise, é um festival de média dimensão (para o nosso país)
e funciona bem - muito bem até? - como está.
Querendo crescer, terá de procurar um espaço maior - mas não um
outro espaço em paralelo, que na prática significará aumentar as
questões logísticas, possivelmente sem ganhos reais.
Exposições
Um bom lote delas. Pequenas, contidas - só originais e livros, sem
qualquer tipo de cenografia - mas bastante interessantes.
Óptimos originais de Fabio Celoni e Fábio Veras. Alguns originais
estimulantes nas Mulheres na BD Portuguesa do Século XXI, uma
excelente escolha temática. A soberba arte-final de Daniel Henriques. Uma amostra multifacetada das obras de
Étienne Schréder editadas em Portugal. Um making-off conseguido,
embora restrito, da História de Loulé. A variante, curiosa,
de exemplos de desenho ao vivo do Salão 40.
E todas as paredes disponíveis ocupadas.
Falha, redondamente, a iluminação que não é de todo aconselhável
para este tipo de mostra. Mas, parece-me que esta é uma guerra
perdida à partida...
Feira do Livro
Muito completa, com quase tudo o que se edita por cá, com uma boa
oferta de obras estrangeiras. E que vendeu. Bastante.
Autores
Dois nomes estrangeiros - Fabio Celoni e Étienne Schréder - de
média grandeza, chamativos principalmente pela força de terem obras
publicadas em Portugal - no final, o que interessa é que se leiam
livros de BD!
Um óptimo lote de autores nacionais, que só não vou nomear para
não deixar algum de fora. Autores que cada vez mais têm livros
editados para autografar.
Programação.
Sessões de autógrafos (muito concorridas), desenho ao vivo,
cosplay, conversas com temáticas interessantes, um sem número de
lançamentos e/ou apresentações. Duas tarde em cheio.
Conclusão
A afluência de público, as notas de satisfação disponíveis
online, as conversas que tive, dão a entender que este modelo, com
esta dimensão, satisfaz quem prepara e quem visita.
Percebe-se que as bases são sólidas e os conhecimentos de quem
organiza também.
Pode-se sempre querer mais, é legítimo, há com certeza pormenores
a melhorar.
Como está, o Coimbra BD marca uma posição forte e descentraliza
mais um pouco a BD em Portugal.
Venha a quinta edição.
(clicar
nas
imagens para
as aproveitar em toda a sua extensão)
Saíu uma colecção em bancas, pela Planeta Agostini, do Principe Valente.
ResponderEliminarA Coimbra BD esteve fantástica, mas concordo que á sempre algo a melhorar.
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