Distinguindo-se
de outros heróis de western pelo conhecido grito “Hi-Yo Silver! Awaaay!”, de
incentivo ao seu cavalo branco, The Lone Ranger, celebrizado pela BD, a
televisão e o cinema, estreou-se há 80 anos como… folhetim radiofónico!
Criação de
Frank Striker cuja acção decorria em 1880, contava como um grupo de rangers
liderado pelo capitão Dan Reed tinha sido assassinado numa emboscada pelo bando
de Butch Cavendish, deixando um único sobrevivente, John, o irmão mais novo do
capitão, salvo in-extremis por um índio chamado Tonto.
Uma vez
restabelecido, escondendo a sua identidade sob uma mascarilha negra, John Reed,
na companhia de Tonto, decide dedicar a sua vida a perseguir criminosos, a
começar pelo grupo de Cavendish.
Estreado na
emissora WXYZ, de Detroit, The Lone Ranger tornou-se extremamente popular,
tendo-se multiplicado os artigos de merchandising nele inspirados, e, dois anos
depois, saltou para o papel, sob a forma de romances populares, igualmente
escritos por Striker e ilustrados por Hal Arbo. Em 1937 chegou às salas de
cinema um seriado com as suas aventuras, protagonizado por Stanley Andrews e
Victor Daniels. No pequeno ecrã, a estreia deu-se em 1949, tendo The Lone
Ranger, interpretado por Clayton Moore, protagonizado 221 episódios até 1961.
Antes
disso, em Setembro de 1938, tinha chegado a vez das histórias aos quadradinhos,
simultaneamente em tira diária e prancha dominical, escritas por Striker e
desenhadas por Ed Kressy que, cerca de um ano mais tarde, cederia o seu lugar a
Charles Flanders (que já desenhara outro western da BD, “King of RoyalMountain”), que deixaria uma marca indelével na personagem.
As suas
aventuras em BD, publicadas ininterruptamente até 1971, chegariam a Portugal
nos anos 50, nas páginas do “Condor”, “Condor Popular”, “Colecção Audácia” ou
Mundo de Aventuras” – com o herói rebaptizado Mascarilha, Zorro, Vingador
Solitário ou Bronco Bustin, e Tonto, nalguns casos, a passar a… Zorro!
Já nos anos
70, teve mesmo dois títulos em nome próprio: “The Lone Ranger” e “Mascarilha”. A
popularidade da personagem entre nós deve-se de igual modo a publicações que
chegavam via Brasil, como “Globo Juvenil”, “Zorro”, “Zorro em Cores” ou “Zorro
Especial”.
Agora,
depois das longas-metragens “The Lone Ranger” (1956), “The Lone ranger and The
City of Gold” (1958), ambas com Clayton Moore, e “The Legendo of The Lone
Ranger” (1981), com Klinton Splisbury, o cavaleiro solitário vai regressar aos
ecrãs pela mão da Walt Disney Pictures, estando agendada para 28 de Junho deste
ano uma película dirigida por Gore Verbinsky e protagonizada por Johnny Depp,
Armie Hammer e Helena Bonham Carter.
(Versão expandida do texto que publiquei no Jornal de
Notícias de 30 de Janeiro de 2012)