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11/08/2020
02/12/2011
Sasmira
#2 - La fausse NoteLaurent Vicomte (argumento e desenho)
Claude Pelet (desenho)
Glénat (França, 30 de Novembro de 2011)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,90 €
Pré-história
“Stanislas… Stan…”
É este débil murmúrio, ao crepúsculo, numa rua de Paris, um simples sussurrar do seu nome por uma velhinha que ele desconhece e que morrerá nos seus braços instantes depois, que vai mergulhar Stan numa estranha aventura.
A ele e a Bertille, a sua namorada, pois estarão juntos na busca da casa representada numa fotografia que a velhinha possuía.
Será essa fotografia, bem como um estranho anel que ela dá a Stan antes de morrer, e a conjugação de desejos (ainda inconscientes?) que os guiarão num regresso ao passado para descobrirem, entre outras coisas, como sabia ela o seu nome, como é que Stan aparece à janela da casa, na fotografia tirada cerca de 90 anos antes e o porquê do estranho fascínio exercido nele pela jovem da fotografia. Para saber a resposta a estas questões, será necessário conhecer a misteriosa Sasmira, de olhar tão penetrante, e Prudence, que parece saber tanto sobre viagens no tempo.
“Sasmira”, sendo uma homenagem aos sonhos que muitos (de nós) tiveram perante velhos baús encontrados nos sótãos dos nossos avós, revela uma faceta até agora ignorada de Laurent Vicomte: a de um argumentista sólido, capaz de elaborar uma narrativa densa, bem estruturada, que transmite uma atmosfera opressiva, onde cada aparente acalmia esconde nova revelação, num crescendo surpreendente. Aguardam-se novos volumes, para ver até que ponto consegue dar resposta a todas as questões que colocou. (…)
(Excerto do texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Julho de 1998)
Actualidade
Se normalmente a publicidade é enganosa, no caso concreto deste álbum a editora não exagerará muito ao anunciá-lo como “O álbum mais aguardado da banda desenhada franco-belga”!
Na verdade, os cerca de 15 anos que mediaram entre os dois tomos possivelmente não têm paralelo e a qualidade do primeiro volume fez com essa espera fosse ainda mais custosa.
Agora, como álbum nas mãos – é real, não uma miragem, asseguro! – após a sua leitura, encontro-me dividido.
Por um lado, porque este é apenas o segundo volume de Sasmira e o seu historial faz-me temer ter que aguardar mais alguns anos pela sua continuação (ou conclusão?).
Por outro lado, sem que consiga manter o elevado nível do tomo inicial – algo que seria extremamente difícil – a continuação da história de Stanislas e Bertille, prisioneiros no início do século XX, quase 100 anos antes do seu tempo, responde e corresponde aos pressupostos que o primeiro tomo avançara, mantendo a capacidade de encantar, o fascínio, a sedução, o tom de mistério e fantástico que perpassava as pranchas do primeiro tomo.
Sem querer estará desvendar a história, para não estragar o prazer da sua leitura, adianto que, como esperado, a atracção de Stanislas pela bela Sasmira se acentua, assim como se acentua a estranha ligação entre esta e Bertille. Em paralelo, num ambiente tenso, misterioso e fantástico, no qual a acção decorre quase sempre em ritmo lento, que dá ao leitor tempo de interiorizar e reflectir sobre o que lhe vai sendo mostrado ao mesmo tempo que são desenvolvidas e aprofundadas as personagens principais e se estabelecem diversos tipos de relações entre elas, se muitas questões estão ainda por desvendar, é-nos revelado um pouco mais sobre as razões que provocaram a viagem ao passado dos dois protagonistas e são lançadas pistas que, deixando ainda muito em aberto, permitem antever um desfecho bem trágico para esta cativante saga.
Apesar da entrada de Claude Pelet para o desenho, no qual trabalhou durante os últimos dois anos, o grafismo do álbum não se ressente demasiado, mantendo um elevado nível assente no magnífico traço realista, detalhado na representação de edifícios, viaturas ou cenas naturais, proporcionado e expressivo no tratamento dos protagonistas, em especial das belas e sensuais mulheres, e muito impressivo nas cenas mais espectaculares ou fantásticas.
Para a irresistível atracção do conjunto contribuem também as belíssimas cores de Patricia Faucon, mais conseguidas até do que as do tomo inicial, que contribuem para definir as tensões latentes e o espírito que preside às diferentes cenas.
A reter
- Sasmira #2 está publicado, é real!
- E consegue dar respostas, firmes e coerentes – mas ainda não definitivas – às pistas avançadas no tomo 1.
- O belíssimo traço de Vicomte e Pelet.
Menos conseguido
- 15 anos entre dois volumes é demasiado. Ainda mais quando o primeiro tomo criou tantas expectativas.
- O receio, incontornável, de que o tomo #3 demore, de novo, demasiado a ser publicado.
Preview
- No site da Glénat estão disponíveis para leitura as primeiras 12 páginas do álbum.
Claude Pelet (desenho)
Glénat (França, 30 de Novembro de 2011)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,90 €
Pré-história
“Stanislas… Stan…”
É este débil murmúrio, ao crepúsculo, numa rua de Paris, um simples sussurrar do seu nome por uma velhinha que ele desconhece e que morrerá nos seus braços instantes depois, que vai mergulhar Stan numa estranha aventura.
A ele e a Bertille, a sua namorada, pois estarão juntos na busca da casa representada numa fotografia que a velhinha possuía.
Será essa fotografia, bem como um estranho anel que ela dá a Stan antes de morrer, e a conjugação de desejos (ainda inconscientes?) que os guiarão num regresso ao passado para descobrirem, entre outras coisas, como sabia ela o seu nome, como é que Stan aparece à janela da casa, na fotografia tirada cerca de 90 anos antes e o porquê do estranho fascínio exercido nele pela jovem da fotografia. Para saber a resposta a estas questões, será necessário conhecer a misteriosa Sasmira, de olhar tão penetrante, e Prudence, que parece saber tanto sobre viagens no tempo.
“Sasmira”, sendo uma homenagem aos sonhos que muitos (de nós) tiveram perante velhos baús encontrados nos sótãos dos nossos avós, revela uma faceta até agora ignorada de Laurent Vicomte: a de um argumentista sólido, capaz de elaborar uma narrativa densa, bem estruturada, que transmite uma atmosfera opressiva, onde cada aparente acalmia esconde nova revelação, num crescendo surpreendente. Aguardam-se novos volumes, para ver até que ponto consegue dar resposta a todas as questões que colocou. (…)
(Excerto do texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Julho de 1998)
Actualidade
Se normalmente a publicidade é enganosa, no caso concreto deste álbum a editora não exagerará muito ao anunciá-lo como “O álbum mais aguardado da banda desenhada franco-belga”!
Na verdade, os cerca de 15 anos que mediaram entre os dois tomos possivelmente não têm paralelo e a qualidade do primeiro volume fez com essa espera fosse ainda mais custosa.
Agora, como álbum nas mãos – é real, não uma miragem, asseguro! – após a sua leitura, encontro-me dividido.
Por um lado, porque este é apenas o segundo volume de Sasmira e o seu historial faz-me temer ter que aguardar mais alguns anos pela sua continuação (ou conclusão?).
Por outro lado, sem que consiga manter o elevado nível do tomo inicial – algo que seria extremamente difícil – a continuação da história de Stanislas e Bertille, prisioneiros no início do século XX, quase 100 anos antes do seu tempo, responde e corresponde aos pressupostos que o primeiro tomo avançara, mantendo a capacidade de encantar, o fascínio, a sedução, o tom de mistério e fantástico que perpassava as pranchas do primeiro tomo.
Sem querer estará desvendar a história, para não estragar o prazer da sua leitura, adianto que, como esperado, a atracção de Stanislas pela bela Sasmira se acentua, assim como se acentua a estranha ligação entre esta e Bertille. Em paralelo, num ambiente tenso, misterioso e fantástico, no qual a acção decorre quase sempre em ritmo lento, que dá ao leitor tempo de interiorizar e reflectir sobre o que lhe vai sendo mostrado ao mesmo tempo que são desenvolvidas e aprofundadas as personagens principais e se estabelecem diversos tipos de relações entre elas, se muitas questões estão ainda por desvendar, é-nos revelado um pouco mais sobre as razões que provocaram a viagem ao passado dos dois protagonistas e são lançadas pistas que, deixando ainda muito em aberto, permitem antever um desfecho bem trágico para esta cativante saga.
Apesar da entrada de Claude Pelet para o desenho, no qual trabalhou durante os últimos dois anos, o grafismo do álbum não se ressente demasiado, mantendo um elevado nível assente no magnífico traço realista, detalhado na representação de edifícios, viaturas ou cenas naturais, proporcionado e expressivo no tratamento dos protagonistas, em especial das belas e sensuais mulheres, e muito impressivo nas cenas mais espectaculares ou fantásticas.
Para a irresistível atracção do conjunto contribuem também as belíssimas cores de Patricia Faucon, mais conseguidas até do que as do tomo inicial, que contribuem para definir as tensões latentes e o espírito que preside às diferentes cenas.
A reter
- Sasmira #2 está publicado, é real!
- E consegue dar respostas, firmes e coerentes – mas ainda não definitivas – às pistas avançadas no tomo 1.
- O belíssimo traço de Vicomte e Pelet.
Menos conseguido
- 15 anos entre dois volumes é demasiado. Ainda mais quando o primeiro tomo criou tantas expectativas.
- O receio, incontornável, de que o tomo #3 demore, de novo, demasiado a ser publicado.
Preview
- No site da Glénat estão disponíveis para leitura as primeiras 12 páginas do álbum.
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