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Neste último exemplo encaixa-se The Book of Genesis Illustrated (W.W. Norton & Company), de Robert Crumb, pai da BD underground e autor provocador, lançado no final de 2009, que prometia polémica mas que se revelou apenas uma leitura fiel do primeiro livro da Bíblia, tendo por base o texto integral, ilustrado de forma clássica e com muita mestria. Na mesma linha e na mesma época, surgiu
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São dois exemplos recentes de uma linhagem já com algumas décadas, que inclui versões clássicas, próximas do texto original, como a “História do Povo de Deus - Bíblia em Banda Desenhada em 8 Volumes” (Edições Salesianas), de Thivolier e Charpentier, ou “La Bible” (Delcourt), de Camus, Dufranne e Zitko.
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A outro nível, a Bíblia serviu de inspiração a Charles Schulz o criador dos "Peanuts", um luterano convicto, que muitas vezes utilizou versículos citados por Charlie Brown ou Snoopy (o que esteve na origem do livro "The Gospel According to Peanuts" (1965) do pastor presbiteriano Robert L. Short)
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Num contexto histórico encontram-se biografias ou relatos como “Don Bosco” (Dupuis), feita em 1949 por Jijé, futuro criador de Spirou e Jerry Spring,
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Outros papas inspiraram autores de BD, em registos ficcionados. É o caso, para referir edições disponíveis em português, de “Bórgia” (ASA), um retrato virulento e licencioso do ministério papal de Alexandro VI, aliás Rodrigo de Bórgia, no século XV, traçado em função dos seus actos violentos, das suas intrigas e da sua prepotência, ou a série
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As teorias da conspiração, na sequência do êxito do Código Da Vinci, de Dan Brown tem inspirado muitos autores franco-belgas – embora algumas delas lhe sejam anteriores –, destacando-se, por exemplo
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A mesma base preside a “Revelações” (BDMania), de Paul Jenkins e Humberto Ramos, um policial que decorre em pleno Vaticano, onde se confrontam fé e razão. Na mesma linha está “O terceiro Testamento” (Witloof), de Dorison e Alice, que narra uma longa investigação de um inquisidor caído em desgraça.
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Para finalizar esta relação, obrigatoriamente curta e subjectiva, em "Pourquoi j’ai tué Pierre" (Delcourt), embora datado de 2006, Oliver Ka, com o desenhador Alfred, aborda de forma pudica e sensível, num registo autobiográfico que serviu para exorcizar os seus fantasmas, um tema que infelizmente faz a actualidade: a pedofilia na Igreja Católica.
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Mas não só do cristianismo se alimenta a banda desenhada. “Mágico Vento”, um western Bonelli, criado por Gianfranco Manfredi, que chega mensalmente aos nossos quiosques na edição brasileira da Mythos, é protagonizado por um branco que é também um xamã sioux, abordando muitos temas relacionados com as crenças dos índios norte-americanos e com o sobrenatural. Sobrenatural, também, é o Hellboy de Mike Mignola, de que a G-Floy Studios acaba de lançar entre nós “Terras Estranhas”,
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Adéle Blanc-Sec, a invulgar heroína de Tardi, cujas aventuras extraordinárias foram parcialmente editadas pela Bertrand e pela Witloof, e cuja adaptação cinematográfica da responsabilidade de Luc Besson chegará em breve aos cinemas, combate uma seita de adoradores do demónio assírio Pazuzu
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E foi sobre crendices e superstições, cuja fronteira com a religião é muitas vezes ténue, que Goscinny e Uderzo se debruçaram no irresistível “Astérix e o Adivinho” (ASA).
(Versão revista e alargada do texto publicado no Jornal de Notícias de 3 de Abril de 2010)
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