17/09/2012

The Walking Dead #3 - Segurança na Prisão











Robert Kirkman (argumento)

Charlie Adlard (desenho)
Cliff Rathburn (tons cinzentos)
Devir (Portugal, Agosto de 2012)
170 x 255 mm, 136 p., pb, brochado
14,99 €
 

1.       Confesso que descobri The Walking Dead na (magnífica) série televisiva e só depois o li nos comics originais, através da edição da Devir.

2.      Isto, apesar das muitas e boas críticas abonatórias, já que a temática “mortos-vivos”, para mim pouco apelativa, me foi afastando da obra.

3.      (Que, uma vez descoberta, se revelou um tratado sobre a vasta gama das reacções humanas em situações extremas, bem mais do que um simples conto de terrpor).

4.      Por aquele motivo, a BD – o suporte original - até agora tinha andado sempre a reboque da série - com as inevitáveis comparações…

5.      (Que, como já referi, não são desabonam qualquer dos suportes narrativos, apenas é diferente a abordagem feita por cada um…)

6.      Parentesis à parte, pela conjugação das datas de publicação deste terceiro tomo de The Walking Dead e da estreia da 3ª temporada da série televisiva – que em Portugal deverá ocorrer na Fox a 17 de Outubro, apenas 72 horas depois da exibição na TV norte-americana – esta foi a primeira vez que a leitura do comic antecipou a adaptação vista no pequeno ecrã.

7.      (O que é desde logo um bom sinal, pois é sinónimo de que a edição da Devir se agilizou e está a diminuir o espaço de tempo entre tomos – embora seja mesmo assim excessivo…)

8.     Isso permitiu-me uma leitura diferente – devido à descoberta do argumento – e analisar o comic de um outro ponto de vista.

9.      “Segurança na Prisão” narra a chegada do grupo dirigido por Rick Grimes a uma penitenciária de alta segurança, na qual, após eliminarem os muitos zombies lá existentes, encontram quatro (ex-)detidos, confinados a um espaço fechado e isolados do mundo.

10.  – E este parece-me o ponto mais fraco da história, pois não me parece fazer muito sentido que quatro pessoas com os antecedentes dos quatro criminosos – que se virão a revelar de forma trágica - conseguissem suportar-se uns aos outros durante as semanas ou meses decorridos desde o início da epidemia que fez os mortos ressuscitar e (quase) dominar os Estados Unidos. –

11.   Continuando, estes elementos permitem a Kirkman revelar a sua mestria narrativa, a dois níveis.

12.  Por um lado, encontrando novos elementos para adicionar à trama, substituindo aqueles que – inevitavelmente - vão sendo mortos, renovando-a através a exploração paulatina das suas histórias.

13.  Por outro lado, utiliza o espaço fechado da prisão como gatilho para o exacerbar dos (muitos) conflitos e tensões latentes entre os diversos protagonistas.

14.  Pelo caminho, aproveita para mostrar como os preconceitos continuam vigentes, mesmo num mundo mergulhado no caos…

15.   Dessa forma, a subida das tensões e dos choques – revelados a diversos níveis – é inevitável, centrando-se – mais uma vez – neles a narrativa, relegando para segundo plano a (omnipresente) questão dos mortos-vivos.

16.  O desenho de Adlard, assente numa planificação bem diversificada, na constante mudança de pontos de vista – que belíssimo story-board deve ter constituído o comic para os realizadores da TV – e em rostos bem expressivos, é igualmente de destacar.

17.   Desta forma, agarrado pela narrativa, arrastado pelo desenho, o leitor vê escoarem-se em ritmo vivo a quase centena e meia de páginas deste volume, deixando-o faminto de mais…

18.  … quase tanto quanto os zombies anseiam por carne humana…

 

 

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