Máquina de sonhos
Disney já tem 90 anos
Há 90 anos, mais exactamente a 16 de Outubro de 1923, os
irmãos Walt e Roy Disney formavam a The Walt Disney Company, responsável desde
então por fazer sonhar sucessivas gerações.
A perda de duas personagens bem-sucedidas - Alice (criada em 1923), que combinava
actores de carne e osso com animação, e Oswald,
The Lucky Rabbit (1927) – devido a não haver contratos em seu nome, lição
que Disney aprendeu como o demonstrou no futuro, não os impediu de prosseguir e
o sucesso chegaria em Novembro de 1928, na forma de um rato – Mickey de nome
próprio – estrela de Steamboat Willie,
primeiro filme de animação sonoro, e de Plane
Crazy, mais antigo – mas surpreendentemente actual e divertido - que só
estreou posteriormente por ser mudo.
No novo estúdio, Roy Disney (1893-1971) assumia o controlo
financeiro, Walt Disney (1901-1966), assumia a produção, e Ub Iwerks
(1901-1971) era o responsável pelo desenho e pela animação.
Seria este último a assumir também as primeiras tiras de BD de Mickey Mouse, surgidas em 1930 na senda do sucesso dos filmes animados. Os quadradinhos
foram numa primeira fase uma forma de alargar a divulgação das suas personagens,
mas em breve, sempre sob rigoroso controle da Disney, seriam cedidos a
companhias subsidiárias, primeiro nos Estados Unidos, depois nos países
nórdicos. Brasil e Itália, este último o principal produtor das aventuras
desenhadas de Mickey Donald e companhia na actualidade.
A década de 1930 assistiu ao nascimento das Silly Simphonies, curtas-metragens
especialmente centradas nos elementos da natureza, que valeram ao estúdio sete
Óscares – o primeiro em 1932 com Flowers
and Trees - e viram nascer um certo Donald Duck – em The Wise Little Hen (1934).
Mickey ganhou cor em 1935 e, em 1937, estreava a primeira
longa-metragem animada Disney, Branca de
Neve e os Sete Anões, distinguida com um Óscar pelos progressos técnicos
alcançados.
Foi neste último factor, a par da sua indiscutível qualidade
e da vocação familiar das produções Disney, que assentou o sucesso cimentado ao
longo dos anos em animações que marcaram - e continuam a marcar - sucessivas
gerações como Fantasia (1940), Bambi (1942), Peter Pan (1953), 101
Dálmatas (1961), Rei Leão (1994),
Carros (2006), entre muitas outras.
A par da produção cinematográfica e da banda desenhada, The
Walt Disney Company ao longo das décadas impôs-se como uma das maiores
corporações multimédia a nível mundial, apostando também na rádio, televisão –
onde se recodam programas como O Clube do
Mickey Mouse, Disneyland ou, mais
recentemente, Duck Tales, Hanna Montana ou Phineas e Ferb - teatro, musica, parques temáticos e em conteúdos
online.
Noventa anos depois da sua criação, mais de 300 filmes e 36
Óscares depois, The Walt Disney Company, que resistiu ao falecimento dos seus
fundadores, emprega cerca de 165 mil pessoas, apresentou no ano passado lucros
brutos de 6,5 mil milhões de euros, num volume de negócios de 30 mil milhões de
euros e promete continuar a encantar crianças de todas as idades, mesmo que já
sejam adultos…
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de
Notícias de 16 de Outubro de 2013)
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