Temperamental, irascível, impulsivo, de ferver em pouca
água, Donald Duck, aliás Pato Donald, estreou-se a 9 de Junho de 1934, em The Wise Little Hen, um filme de
animação de Walt Disney.
Descubra como o pato mais popular do mundo saiu do ovo, já a
seguir.
Diga-se em abono da verdade, nada fazia prever o seu sucesso.
The Wise Little Hen, uma adaptação
musicada do conto clássico infantil, com 7 minutos e 26 segundos, foi dirigido
por Wilfred Jackson e era a 43.ª curta-metragem das 75 Silly Simphonies que os
estúdios Disney produziram entre 1929 e 1939 e lhes renderam um total de 7
Óscares.
Nela, Donald Fauntleroy Duck (o seu nome completo) fazia a
primeira aparição cerca dos 2 minutos, era apenas personagem secundária e,
apesar de já exibir o grasnar e o mau feitio que o fariam célebre, fisicamente
mostrava diferenças significativas em relação ao pato que hoje (re)conhecemos.
Era mais gordo, tinha as patas mais cheias, olhos menos vivos e um bico bem
mais longo, mas a camisola e boné de marinheiro, azuis, já constituíam todo o
seu guarda-roupa.
Um dos motivos para o sucesso de Donald, foi a voz, mistura
semi-ininteligível de fala e grasnados, criação de Clarence Nash (1904-1985), que
ao longo dos anos repetiu a experiência em mais de 100 filmes e também noutras
línguas, como espanhol ou brasileiro.
O pato, que curiosamente já tinha sido esboçado em 1931 e
figurara mesmo num conto infantil no ano seguinte, embora com aparência mais
juvenil, reapareceu de seguida em filmes como Orphan’s Benefit (1934) ou The
Band Concert (1935), em que contracenava com Mickey Mouse, nascido 6 anos
antes, e Pateta, transformando-se numa verdadeira estrela.
A chegada aos quadradinhos nos jornais, poucos meses depois
da estreia, numa adaptação do filme escrita por Ted Osborne e desenhada por Al Taliaferro,
deu-lhe maior visibilidade, que teria maior expressão na revista com o seu nome,
quatro anos volvidos.
Até hoje, protagonizou mais de 200 películas, incluindo Moving Day (1936), em que assumiu o
aspecto moderno, Donald’s Nephews
(1938), onde estrearam os seus sobrinhos Huey, Dewey e Louie (Huguinho, Zézinho
ou Luisinho), Mr. Duck Steps Out (1940),
quando conheceu Daisy Duck (Margarida), a sua noiva eterna, The Spirit of '43 (1943), em que Scrooge
McDuck (Tio Patinhas) faz a sua primeira aparição, ou Der Fuehrer's Face (1943),
um filme de propaganda antinazi que recebeu um Óscar.
No entanto, só a partir de 1942, com Carl Barks (1901-2000)
– o ‘desenhador dos patos’ Disney – é que Donald se autonomizou de Mickey.
Ao
longo de 25 anos e mais de meio milhar de bandas desenhadas, Barks, com um
notável sentido de humor, mordaz e satírico, humanizou-o, fazendo dele um
espelho dos defeitos e vícios da sociedade. E, dessa forma, fez-nos rir de nós próprios quase
sem o percebermos, através da sua interacção com os habitantes de Patópolis,
onde se incluíam os familiares já citados, o sortudo Gastão, rival na conquista
sempre renovada de Margarida, o estouvado primo Peninha, a sensata Vovó Donalda,
o genial inventor professor Pardal, o Silva, vizinho com quem travou guerras
épicas, dando largas ao seu mau humor e muitos mais.
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