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26/02/2021
Le Cri du Peuple
A Grande História
18
de Março de 1871.
Cercada
há quatro meses pelos prussianos, Paris acorda sob a humilhante
notícia da capitulação. Face ao desejo de armistício manifestado
por Adolphe Thiers, chefe do governo, a população revolta-se contra
as autoridades e, durante nove semanas, vai viver a aventura da
auto-governação, rapidamente baptizada de Comuna de Paris.
Tomando
como ponto de partida
um romance de Jean Vautrin, Jacques Tardi fez deste evento um imenso
fresco em banda desenhada, considerada por muitos a sua obra-prima.
25/02/2021
Crónicas da Birmânia
Guia turístico...
Depois
de narrar as suas viagens a Pyongyang e Shenzen, Guy Delisle leva-nos
desta vez com ele até à Birmânia
(como
se chamava
noutros
tempos)
- ou Myanmar
(como
se diz
agora),
que (infelizmente...)
está
de novo no topo da actualidade - narrando-nos o ano que lá passou a
acompanhar a
sua mulher, membro dos Médicos Sem Fronteiras.
Entre
o guia turístico (pouco), apontamentos locais e embirrações
pessoais, este é um livro mais divertido e informativo do que à
partida poderia parecer.
24/02/2021
Ne m'oublie pas
O tempo urge
"Je
pense que je perds la tête...mais le
pire c'est quand ça me revien."
A
avó de Clémence tem Alzheimer.
Vive
num lar, de onde fugiu pela terceira vez. Não
sabia onde estava, queria
regressar a casa porque os seus
pais
deviam
estar preocupados...
A
solução: aumentar o seu cocktail químico para a acalmar. A
quebrar. A matar em vida, pensa Clémence, que decide 'raptá-la',
para a levar à casa da sua infância, esperando que o choque a ajude
a recuperar a memória, a
voltar a si.
Crónica
de uma longa viagem de carro, carregada de emoções, recordações
e... o vazio.
23/02/2021
Monika
Outra vez o momento
Já
o disse algures por aqui, na primeira tentativa de leitura deste
Monika,
volume da colecção Novela
Gráfica 2019,
parei ao fim de 20 ou 30
páginas, sem conseguir qualquer empatia
que me levasse a continuá-la. [O
que, refira-se não é nada
habitual...]
Agora
- só agora! - impulsionado principalmente pela leitura da magnífica
surpresa que foi Karmen -
forcei-me a nova abordagem ao livro,
o
que comprovou novamente como o momento pode ser tão importante para a fruição - ou afastamento - de uma obra.
A
fasquia era muito alta, mas a leitura actual revelou suficientes
qualidades para a aconselhar.
22/02/2021
Vingadores: Sem rumo #2
Disseram 'absurdo'?
Como apontei há dias,
por vezes as ideias que parecem mais absurdas, são as que resultam
melhor ou de forma mais desafiadora, contornando ou subvertendo
conceitos há muitos estabelecidos.
Outras vezes, não.
Ou talvez sim... Como
neste caso, em que alguém teve a ideia singular de juntar Conan, o
bárbaro - exactamente esse que estão a pensar - à enésima
formação dos Vingadores
(onde já há um deus grego e um guaxinim antropomórfico falante,
por muito absurdo que isto soe...)
Soa absurdo, resulta
absurdo, mas no entanto...
19/02/2021
Crónicas de Guerra #1 + Almanaque Tex #52 + Contos Sangrentos #1
Curtas, curtas, curtas
Se não nascida, pelo
menos tornada popular em longos folhetins que se estendiam por
semanas ou meses nos jornais, a banda desenhada, com o advento das
revistas, ganhou relatos mais curtos. Hoje, encontramo-la por toda a
parte nestas duas dimensões - e noutras... - mas a verdade é que há
universos em que à partida não contamos com relatos curtos - e como
é relativo este adjectivo...
É o caso daqueles em
que se movimentam os super-heróis da Marvel ou o ranger
Tex Willer.
Mas
como não há regra sem excepção, hoje deixo
aqui
três exemplos.
18/02/2021
J. Kendall #142
Ciao, amore...
De novo à volta com os (sub-)títulos, a escolha hoje recaiu num que tem uma tripla leitura: para mim, para Julia e para Myrna, no meu regresso - graças a mão (muito) amiga - à criminóloga de Garden City, em mais uma edição (dupla) em que o foco de Berardi está mais nas relações - voluntárias ou não - da sua protagonista do que propriamente nos enredos policiais que apresenta.
17/02/2021
Ken Parker #8
Títulos...
Em
cada análise que faço aqui no blog, por baixo do título da obra
existe um (sub-)título com
o qual pretendo
resumir, apresentar o livro
e/ou
despertar a curiosidade de quem lê, mas sempre sem desvendar
demasiado.
Desta
vez, neste (rápido) regresso a Ken Parker, não consegui decidir que
(sub-)título utilizar: Fim de ciclo? Curiosidade? Mestria narrativa?
Ficam breves análises segundo as linhas orientadoras de cada um, já
a seguir...
16/02/2021
Terry y los piratas: Sunday Pages 1934-1936
Antes e/ou depois
Ao ritmo desta pandemia que nos prende mais em casa e nos limita a actividade, vou resgatando leituras que a falta de tempo - e o momento... - foram adiando.
Regresso assim a Terry y los Piratas (Terry and the Pirates, na versão original norte-americana9, no caso abrindo a edição que
compila os primeiros dois anos de pranchas dominicais, publicadas a
partir de 22 de Outubro de 1934.
Para
lá da banda desenhada (de referência) em si, este volume, para mim,
apresenta
como uma
das principais vantagens,
a par da leitura
no formato integral, a inclusão de textos de apoio que desvendam
muito sobre a forma de trabalhar dos autores e/ou a época original
de publicação e os suportes utilizados.
15/02/2021
Lazarus: Um a Três
Momento
O
que faz a diferença no
retirar ou não prazer da
leitura de um livro? O tema, argumento, o desenho, a planificação...
Tudo isso, sem dúvida, mas há outro factor (igualmente?) relevante:
o momento. O momento em que o leitor pega no livro, se acomoda e o
abre - e entenda-se aqui a predisposição do leitor para 'aquela'
leitura, o seu estado de espírito, até o ambiente em
que está.
Foi
o que aconteceu comigo em relação a Lazarus,
cuja leitura de seguida dos tomos Um
e Dois
me
deixou pouco menos do que indiferente. E que, numa nova oportunidade
- em que acrescentei a leitura do volume Três
- afinal se (me) revelou uma proposta aliciante e cuja continuação
espero
conhecer.
13/02/2021
Assim nasceu um cabeçalho...
Há cerca de 15 dias, As Leituras do
Pedro estrearam um novo visual, cujo principal elemento é uma
bela ilustração do Paulo J. Mendes.
Dar a conhecer alguns aspectos da sua
génese, é o propósito deste texto.
12/02/2021
A Ilha do tesouro
Cumprir
Regresso
aos Clássicos da Literatura em BD,
porque acredito que é uma das mais importantes iniciativas dos últimos anos entre nós, no âmbito da BD.
[O facto de os primeiros volumes terem esgotado e estarem em
reimpressão, indicia
a justeza desta aposta
da Levoir.]
Não,
como já escrevi aqui mais do que uma vez, para leitores regulares de
banda desenhada, mas sim enquanto proposta para leitores jovens, como
dupla porta de entrada na BD e nos clássicos da literatura.
Dito
isto - como não podia deixar de ser - há nesta colecção
adaptações
mais conseguidas do que outras. Do ponto de vista que hoje quero
abordar, A
Ilha do Tesouro
cabe
no
grupo
das 'mais'.
10/02/2021
Stumptown #2
Quadradinhos sem TV
Stumptown, enquanto série televisiva, teve apenas uma temporada. A sua proximidade ao original em banda desenhada, como foi sublinhado na altura da sua exibição, leva a lamentar esse cancelamento prematuro, pelo menos a avaliar pelo segundo volume em BD, O Caso da Bebé no Estojo de Veludo, já editado em português pela G. Floy, que revela uma evolução e maior consistência narrativa.
08/02/2021
O Castelo dos Animais #2: As Margaridas do Inverno
No ano de Orwell
No
ano em que a obra de George Orwell entrou no domínio público,
Dorison e Delep - e a Arte de Autor! - continuam a mostrar-nos a sua
versão de O
triunfo dos porcos -
o Animal
Farm original.
Não
numa adaptação - ao contrário do que acontece com 1984
que, só em França, viu recentemente serem editadas quatro (!)
versões diferentes - mas numa espécie de sequela que, no entanto,
mantém intocável a base original: 'os
animais são todos iguais, mas há alguns mais iguais do que os
outros'...
05/02/2021
Rio #4: Salve-se quem puder
Apoteose
Construída num
crescendo, esta série de 4 álbuns, termina agora em
grande apoteose, reunindo num volume extremamente visual todos que
até agora desempenharam papeis de destaque.
Rúben,
o (agora) coronel Jonas Moura, Capitu, Bakar, Luana... juntam-se uma
última vez, num tomo em que redenção e queda no abismo caminham
lado a lado, sob a influência de forças sobrenaturais do bem e do
mal e da
própria natureza.
04/02/2021
L'Homme qui tua Chris Kyle
Estranheza