Colecção Quadradinho #16
José Abrantes (argumento)
Miguel Rocha (desenho)
ASIBDP (Portugal, Outubro de 1998)
105 x 147 mm, 24 p., pb, capa fina com sobrecapa
390$00 (!)
Há algum
tempo à procura de um pretexto para evocar a colecção Quadradinho, encontrei-a
agora com o lançamento amanhã de um novo álbum de Blake e Mortimer.
Iniciativa
da ASIBDP (Associação do Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto), inspirada
na colecção Patte de Mouche de l’Association, que - acredito hoje - surgiu
antes do tempo, ao longo de 18 números, para além de duas divertidas criações
de Lewis Trondheim, publicou obras originais de autores nacionais como Pedro
Morais, Arlindo Fagundes, José Carlos Fernandes, Paulo Patrício, Mário Moura,
Pedro Pires ou a surpreendente dupla composta por José Abrantes e Miguel Rocha.
Este
último, dava então os primeiros passos aos quadradinhos, surgindo nesta
colecção como revelação - que o tempo rapidamente viria a confirmar – num grafismo
assente em contrastes de branco e negro, com algumas referências identificáveis mas já com uma inegável marca pessoal.
Com o título
emprestado de O Enigma da Grande Pirâmide e de A Armadilha Diabólica, que desde
logo antecipava a homenagem a Jacobs, este livrinho mostrava Mortimer (?) como
herdeiro de uma mansão abandonada, ganha ao jogo ao pérfido Conde Moloch. A
entrada no edifício revelá-lo-ia como uma enorme armadilha, do qual o protagonista
só conseguiria sair – na companhia de uma bela jovem de sumária indumentária,
refira-se – após resolver o tal enigma diabólico.
O
argumento, cuja escrita evocava a diversos níveis a obra da figura tutelar do
criador de Blake e Mortimer, para além da similitude de uma ou outra situação
com aventuras daquela dupla, tinha como trunfo final a revelação da essência do
sucesso dos heróis de Jacobs, consolidando a homenagem a um dos
grandes clássicos da banda desenhada franco-belga.