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11/06/2014

Mandrake: 80 anos mágicos



A 11 de Junho de 1934, a banda desenhada ganhava um novo e carismático herói: Mandrake, the magician, que enfrentava bandidos, vilões e até extraterrestres utilizando magia – que, com o passar dos anos, deu lugar apenas ao ilusionismo e ao hipnotismo, devido à pressão de sectores cristãos.

Evocação do mago já a seguir.

28/04/2011

Lee Falk (1911-1999)

Criador de Mandrake e Fantasma nasceu há um século
A 28 de Abril de 1911 nascia em Saint Louis, no Missouri, Leon Harrison Gross, que viria a ser conhecido como Lee Falk, criador de dois heróis clássicos da BD norte-americana: Mandrake, o mágico e o Fantasma, lidos diariamente por mais de um milhão de pessoas no auge da sua popularidade.
Após os estudos na universidade do Illinois, começou profissionalmente como animador de emissões radiofónicas, antes de criar Mandrake, em 1934, desenhado por Phil Davis. Dois anos depois, seria a vez do Fantasma, em parceria com Ray Moore.
Se as aventuras deste último, inspiradas nos mitos e lendas que Falk apreciava, se destacavam pelo exotismo dos cenários e pela acção violenta protagonizada pelo primeiro herói mascarado da BD, no caso de Mandrake foram o suspense, o mistério e as suas capacidades hipnóticas que garantiram o sucesso numa época em que os leitores ansiavam por escapes para a dura vida resultante da Grande Depressão de 1929.
Apesar de escrever duas tiras diárias – tarefa que manteve até à morte – Falk arranjou ainda tempo para ser romancista, dramaturgo, director teatral e produtor, tendo dirigido Marlon Brando, Charlton Heston, Eva Gabor ou Paul Newman.
Teve três filhos de três casamentos, sendo que o último, com Elizabeth Moxley, se reflectiu nos quadradinhos, levando Mandrake e Fantasma a desposaram a princesa Narda e Diana Palmer, as suas noivas eternas.
Falk viria a falecer de um enfarte, a 13 de Março de 1999, termi-nando a esposa o argumento das bandas desenhadas em curso. Depois, Fred Fredericks, que já desenhava os dois heróis imaginados por Falk, assumiu também os argumentos, juntando-os em aventuras comuns a partir de 2002.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Abril de 2011)

17/02/2011

Fantasma

O espírito que caminha há 75 anos
Passam hoje 75 anos sobre a estreia, no New Yorker American Journal, das tiras diárias de The Phantom, popularizado em Portugal como Fantasma. Seria no entanto necessário aguardar uma semana para conhecer o primeiro herói dos quadradinhos com identidade secreta, que ocultava com uma máscara negra, um fato justo (de cor roxa – ou outras, consoante os países em que é publicado) e as cuecas por fora, que deixavam á vista apenas a boca, o nariz e as mãos.
Apesar disso, o Fantasma não tinha super-poderes, que entrariam na BD apenas um par de anos mais tarde com o Superman, servindo-se das duas pistolas que usava à cintura, da força, da agilidade física e do seu aspecto amedrontador para derrotar gangsters e tiranos, que marcava indelevelmente com uma caveira socando-os com o anel com uma que usava na mão direita (o da mão esquerda, com dois sabres cruzados, significava protecção para quem ostentasse a sua marca). E ainda da lenda que o afirmava imortal, contando mais de 400 anos, sendo por isso conhecido entre os pigmeus com quem vive como “o espírito que caminha” ou “o homem que nunca morre”.
Na verdade, este Fantasma inicial era apenas o 21º de uma longa linha sucessória, iniciada em 1526 por um jovem aristocrata inglês que, naufragado na costa africana na sequência de um ataque de piratas Singh, jurou consagrar a sua vida e a dos seus descendentes a combatê-los, passando essa missão ao seu filho e por aí em diante. Esta base permitiu ao seu argumentista, Lee Falk (1911-1999), que dois anos antes criara outro herói de sucesso, o mágico Mandrake, variar a época e a temática das histórias que foi narrando até à sua morte.
O Fantasma inicialmente foi desenhado por Ray Moore (1905-1982), sucedendo-lhe Wilson McCoy (1902-1961) e Sy Barry (1928-). À tira diária juntar-se-ia uma prancha dominical colorida, em Maio de 1939, ano em que também se estreou em revista autónoma, por onde passariam nomes como Wallace Wood, Al Williamson, Steve Dikto ou Jim Aparo e, nas capas, Albert Breccia ou Frank Frazzeta. Actualmente o Fantasma continua a ser publicado diariamente nos jornais norte-americanos, em histórias escritas por DePaul e desenhadas por Paul Ryan.
Na sua primeira aparição o Fantasma salvava de apuros a bela Diana Palmer, por quem se apaixonou e que seria a sua noiva durante mais de meio século, até finalmente casarem, em 1977, nascendo um ano depois os gémeos Kit e Heloise. Guran, chefe dos pigmeu Bandar que servem o Fantasma, Rex, o seu protegido, Diabo, o seu cão-lobo, Herói, o belo cavalo branco e a Patrulha da Selva (que ele comanda secretamente), são outras personagens recorrentes desta banda desenhada. Do seu refúgio, na Caverna da Caveira, na fictícia selva de Bengala, onde estão os arquivos que narram as aventuras de todos os Fantasmas e onde existe um imenso tesouro em pedras preciosas, o Fantasma parte para os mais exóticos destinos para combater o crime e a opressão, tendo mesmo participado na II Guerra Mundial, quando os seus domínios foram invadidos pelos japoneses.
Do universo da série faz parte igualmente a paradisíaca Ilha do Éden, onde todos os animais vivem em harmonia e onde o Fantasma por vezes recupera as suas forças.
O sucesso da BD, especialmente notório na Suécia (onde a Egmont edita Fantomen, uma revista com produção local, ininterruptamente desde 1950) e na Austrália (onde a revista The Phantom, iniciada em 1948, atingiu já as 1500 edições) fez com que fosse adaptada ao cinema em 1943, em 15 capítulos protagonizados por Tom Tyler, e, mais recentemente, em 1996, num filme de má memória com Billy Zane. Curiosamente, na televisão a estreia deu-se apenas em 1986, numa série animada, em que um Fantasma do futuro integrou os Defensores da Terra, juntamente com Flash Gordon, Mandrake e e os respectivos filhos (!). Na mesma linha, surgiria em 1994 The Phantom 2040. No ano passado, uma mini-série em dois episódios, interpretada por Ryan Carnes, narrou a iniciação do 22º Fantasma.
Em Portugal, a estreia do herói deu-se em 1952, no Condor Mensal #18 (ver correcção nos comentários no final deste texto), tendo depois passado por inúmeras revistas (Mundo de Aventuras, Audácia, Ciclone, Chico Zumba, Jornal do Cuto…) e até por títulos próprios e álbuns.

Nos Estados Unidos, a Hermes Press tem em curso a reedição cronológica das tiras diárias do Fantasma, em luxuosos volumes que abarcam cerca de dois anos e contam quase três centenas de páginas cada um. Até ao momento foram lançados três tomos, com introdução de Ron Goulart.
A título de curiosidade, refira-se uma breve passagem do herói pelo traço do português Eliseu Gouveia (Zeu), nos números #20 e #26 da edição da Moonstone Books, em 2007/08.
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