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09/06/2009

Silver Surfer – Requiem

Silver Surfer – Requiem
J. M. Straczynski (argumento)

Esad Ribic (desenho e cores)
BdMania (Portugal, Setembro 2008)
176 x 262 mm, 92 páginas, cor, capa cartonada


Resumo



Afectado por uma estranha doença, o Surfista Prateado recorre a Reed Richards para tentar encontrar uma cura.

Desenvolvimento
Contar e recontar origens e fins, tem sido um dos filões explorados ciclicamente pela Marvel, seja para dar nova roupagem a um herói, relançá-lo pelas mão do autor do momento, interligá-lo com a mega-saga em curso, obter retorno mediático ou relançar vendas…
No caso deste “Requiem”, no entanto, o fim do Surfista Prateado, faz todo o sentido. Desde logo porque ele é uma das personagens mais estranhas do universo Marvel, com uma grande carga mística e filosófica e divagar sobre o sentido da (sua) vida, como antecâmara da sua morte anunciada, na sequência de uma doença degenerativa incurável, surge como natural e lógico. Claro que só isso não seria suficiente, pois facilmente a história poderia descambar para o lamechas ou até ridículo. Mas Straczynski , argumentista talentoso e competente, que assinou o Homem-Aranha durante anos, consegue evitá-lo, com um argumento seguro, solidamente construído, ancorado em textos de apoio que vão conduzindo a narrativa, levantando questões e apresentando algumas respostas. E ao mesmo tempo, relembra o passado do herói, a sua chegada à Terra e a interacção com o Quarteto Fantástico. E consegue ainda criar momentos marcantes como o (belo) presente de Mary Jane, a resolução (óbvia mas necessária) de um conflito cósmico milenar e, claro está, todo o epílogo em si.
Por seu lado, Ribic, fez de cada vinheta uma autêntica pintura, reforçando com isso o clima dramático da trama, mas dotou-as também de movimento, expressividade e bons enquadramentos que permitem que a leitura vá fluindo ao rimo adequado. E a isto tudo há que acrescentar ainda o fantástico acabamento “metalizado” do protagonista, pleno de reflexos e cambiantes, que realça e torna mais traumática a sua degeneração final.

A reter
- O argumento sólido e contido de Straczynski
- O trabalho fabuloso de Ridic, no desenho e na cor.

Menos conseguido
- Editar (BD, literatura, etc.) pressupõe o desejo/a vontade de fazer o livro chegar ao maior número possível de leitores; para isso, é preciso que os livros cheguem às livrarias, dentro de um prazo razoável. Não é isso que tem acontecido com as (boas) edições da BdMania (e da Vitamina BD). E por muito que eu conheça os problemas da distribuição em Portugal e possa compreender (o que não quer dizer concordar) todas as condicionantes e razões para que tal aconteça, quem fica a perder é, primeiro, o leitor, e, depois, o editor.



(Versão revista e aumentada do texto publicado no suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias, de 6 de Junho de 2009)
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