No dia em que chega aos locais de venda o segundo número da Colecção Oficial de Graphic Novels Marvel,
deixo um olhar mais atento sobre o livro que a inaugurou.
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19/10/2015
Homem-Aranha: Regresso às origens
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21/08/2012
Thor – Dioses Errantes
Colecção Marvel Deluxe
J. Michael Straczynski (argumento)
Olivier Coipel (desenho)
Mark Morales (arte-final)
Laura Martin (cor)
Panini (Espanha, Julho de 2012)
260 x 170 mm, 160 p., cor, cartonado
16,00 €
Resumo
“Dioses Errantes”, que compila os primeiros 6 números da
revista Thor de 2007, narra a sua saída do limbo no qual estava perdido, a
reconstrução do reino de Asgard e a procura dos antigos deuses, seus
companheiros, num mundo entretanto transformado pela Guerra Civil que opôs
super-heróis.
Desenvolvimento
Se em tempos as coisas eram diferentes, no actual universo Marvel
há que aceitar que se existe algo definido é que nada é definitivo, especialmente
a morte.
Por isso, não deve surpreender que desta vez caiba a Thor
regressar ao mundo dos mortais, retomando o seu lugar – lutando por ele, mais
exactamente.
Retomando a identidade secreta de Donald Blake, após
reconstruir Asgard, primeiro em território dos EUA, depois a dois metros acima
do seu solo (!), enceta uma busca – em parte de si próprio – pelos seus antigos
companheiros, aprisionados nos corpos de simples mortais.
Fábula sobre o poder da força de vontade, “Dioses Errantes”,
apesar de alguns desequilíbrios especificados mais abaixo, uma vez aceite o
pressuposto de partida, revela-se uma boa história de super-heróis, concebida
com mestria por Straczynski e bem narrada em imagens por Coipel, merecendo
destaque a composição das páginas e o reforço da importância de alguns momentos
pelo uso de vinhetas sobrepostas ou mesmo de página única de grande impacto e
beleza estética.
Entre os diversos momentos, três destacam-se
particularmente: o combate inicial que permite a Thor voltar à Terra, o seu
confronto com o Homem de Ferro e, especialmente, a sua conversa com o
sobrevivente de um furacão, na qual é posta em causa a forma de actuação e
aimportância dos super-heróis em geral e de Thor em particular.
No final, uma vez Asgard reconstruída e povoada pelos seus
antigos habitantes, Thor esgotado pelo esforço, cai como morto…
… com a certeza de que, reforçando o que no início escrevi,
certamente ressuscitará de novo no início do próximo tomo!
A reter
- O modo simples, coerente e completo como Straczynski
consegue “ressuscitar” Thor. Desde que se aceite o facto em si...
- A sátira inerente à forma “burocrática” como o Homem de
Ferro (após ter sido derrotado pelo deus do trovão) resolve (temporariamente…)
a contenda entre eles, ou melhor, entre Asgard e os Estados Unidos da América.
- A técnica narrativa de Coipel.
- A boa qualidade (mais uma vez) da edição da Panini espanhola, com bom papel, capa cartonada, leta introdução de Raimon Fonseca e a reprodução de algumas capas alternativas como extra.
Menos conseguido
- O ridículo da reconstrução de Asgard a 2 metros acima do
solo dos EUA.
- A forma caricatural como esta questão é tratada entre Thor
e os agentes da guarda nacional, porque surge deslocado do tom geral do relato.
- Os desequilíbrios do traço de Coipel, oscilando entre o
semi-caricatural e o híper-realista, o que não invalida a excelente qualidade
de qualquer destes registos – nem o modo como ele o adapta a todos os momentos
e da acção.
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09/06/2009
Silver Surfer – Requiem
Silver Surfer – Requiem
J. M. Straczynski (argumento)
Esad Ribic (desenho e cores)
BdMania (Portugal, Setembro 2008)
176 x 262 mm, 92 páginas, cor, capa cartonada
Resumo
Afectado por uma estranha doença, o Surfista Prateado recorre a Reed Richards para tentar encontrar uma cura.
Desenvolvimento
Contar e recontar origens e fins, tem sido um dos filões explorados ciclicamente pela Marvel, seja para dar nova roupagem a um herói, relançá-lo pelas mão do autor do momento, interligá-lo com a mega-saga em curso, obter retorno mediático ou relançar vendas…
No caso deste “Requiem”, no entanto, o fim do Surfista Prateado, faz todo o sentido. Desde logo porque ele é uma das personagens mais estranhas do universo Marvel, com uma grande carga mística e filosófica e divagar sobre o sentido da (sua) vida, como antecâmara da sua morte anunciada, na sequência de uma doença degenerativa incurável, surge como natural e lógico. Claro que só isso não seria suficiente, pois facilmente a história poderia descambar para o lamechas ou até ridículo. Mas Straczynski , argumentista talentoso e competente, que assinou o Homem-Aranha durante anos, consegue evitá-lo, com um argumento seguro, solidamente construído, ancorado em textos de apoio que vão conduzindo a narrativa, levantando questões e apresentando algumas respostas. E ao mesmo tempo, relembra o passado do herói, a sua chegada à Terra e a interacção com o Quarteto Fantástico. E consegue ainda criar momentos marcantes como o (belo) presente de Mary Jane, a resolução (óbvia mas necessária) de um conflito cósmico milenar e, claro está, todo o epílogo em si.
Por seu lado, Ribic, fez de cada vinheta uma autêntica pintura, reforçando com isso o clima dramático da trama, mas dotou-as também de movimento, expressividade e bons enquadramentos que permitem que a leitura vá fluindo ao rimo adequado. E a isto tudo há que acrescentar ainda o fantástico acabamento “metalizado” do protagonista, pleno de reflexos e cambiantes, que realça e torna mais traumática a sua degeneração final.
A reter
- O argumento sólido e contido de Straczynski
- O trabalho fabuloso de Ridic, no desenho e na cor.
Menos conseguido
- Editar (BD, literatura, etc.) pressupõe o desejo/a vontade de fazer o livro chegar ao maior número possível de leitores; para isso, é preciso que os livros cheguem às livrarias, dentro de um prazo razoável. Não é isso que tem acontecido com as (boas) edições da BdMania (e da Vitamina BD). E por muito que eu conheça os problemas da distribuição em Portugal e possa compreender (o que não quer dizer concordar) todas as condicionantes e razões para que tal aconteça, quem fica a perder é, primeiro, o leitor, e, depois, o editor.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias, de 6 de Junho de 2009)
J. M. Straczynski (argumento)
Esad Ribic (desenho e cores)
BdMania (Portugal, Setembro 2008)
176 x 262 mm, 92 páginas, cor, capa cartonada
Resumo
Afectado por uma estranha doença, o Surfista Prateado recorre a Reed Richards para tentar encontrar uma cura.
Desenvolvimento
Contar e recontar origens e fins, tem sido um dos filões explorados ciclicamente pela Marvel, seja para dar nova roupagem a um herói, relançá-lo pelas mão do autor do momento, interligá-lo com a mega-saga em curso, obter retorno mediático ou relançar vendas…
No caso deste “Requiem”, no entanto, o fim do Surfista Prateado, faz todo o sentido. Desde logo porque ele é uma das personagens mais estranhas do universo Marvel, com uma grande carga mística e filosófica e divagar sobre o sentido da (sua) vida, como antecâmara da sua morte anunciada, na sequência de uma doença degenerativa incurável, surge como natural e lógico. Claro que só isso não seria suficiente, pois facilmente a história poderia descambar para o lamechas ou até ridículo. Mas Straczynski , argumentista talentoso e competente, que assinou o Homem-Aranha durante anos, consegue evitá-lo, com um argumento seguro, solidamente construído, ancorado em textos de apoio que vão conduzindo a narrativa, levantando questões e apresentando algumas respostas. E ao mesmo tempo, relembra o passado do herói, a sua chegada à Terra e a interacção com o Quarteto Fantástico. E consegue ainda criar momentos marcantes como o (belo) presente de Mary Jane, a resolução (óbvia mas necessária) de um conflito cósmico milenar e, claro está, todo o epílogo em si.
Por seu lado, Ribic, fez de cada vinheta uma autêntica pintura, reforçando com isso o clima dramático da trama, mas dotou-as também de movimento, expressividade e bons enquadramentos que permitem que a leitura vá fluindo ao rimo adequado. E a isto tudo há que acrescentar ainda o fantástico acabamento “metalizado” do protagonista, pleno de reflexos e cambiantes, que realça e torna mais traumática a sua degeneração final.
A reter
- O argumento sólido e contido de Straczynski
- O trabalho fabuloso de Ridic, no desenho e na cor.
Menos conseguido
- Editar (BD, literatura, etc.) pressupõe o desejo/a vontade de fazer o livro chegar ao maior número possível de leitores; para isso, é preciso que os livros cheguem às livrarias, dentro de um prazo razoável. Não é isso que tem acontecido com as (boas) edições da BdMania (e da Vitamina BD). E por muito que eu conheça os problemas da distribuição em Portugal e possa compreender (o que não quer dizer concordar) todas as condicionantes e razões para que tal aconteça, quem fica a perder é, primeiro, o leitor, e, depois, o editor.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias, de 6 de Junho de 2009)
Leituras relacionadas
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