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17/06/2020

Kick-Ass: A miúda nova

Títulos




Não sei que importância dão os leitores deste blog aos sub-títulos de cada um destes meus textos de análise, mas a verdade é que tento que eles sejam apelativos e, com uma ou outra excepção, surgem-me espontaneamente.
Desta vez, se optei por 'Títulos', a reboque desta introdução - alheia ao livro! - tinha diversas outras hipótese e é com base nelas que desenvolvo o texto sobre este novo Kick-Ass, já a seguir.

15/04/2019

Kick-Ass

Homenagem e subversão





Finalmente em português, Kick-Ass, de Mark Millar e John Romita Jr., assume o duplo papel de homenagem ao fascínio que os comics de super-heróis exercem sobre os mais novos, ao mesmo tempo que subverte de forma hiper-violenta mas divertida esse mesmo género.

19/10/2015

05/09/2014

Homem de Ferro: Demónios










Se este era um dos livros mais esperados por mim na colecção Universo Marvel,  da Levoir, distribuída semanalmente com o jornal Público,  por tudo o que sobre ele li anteriormente e em especial pela introdução do tema do alcoolismo naquele universo super-heróico, a verdade é que fiquei algo desiludido.
Descubra as (minhas) razões já a seguir)

21/11/2013

Hit-Girl









Mark Millar (argumento)
John Romita Jr. (desenho)
Tom Palmer Sr. (arte-final)
Dan White e Michael Kelleher (cor)
Panini Comics
Espanha, Julho de 2013
185 x 280 mm, 136 p., cor, cartonado
15,00 €


Depois do sucesso dos dois tomos de Kick-Ass, Millar decidiu preencher o vazio entre eles e assim nasceu este Hit-Girl que, apesar do protagonismo da doce (?!) Mindy, dedica também bom número de páginas à busca de si mesmo e dos instrumentos para a sua vingança encetada pelo jovem Chris Genovese, passando para plano inferior – e depois afastando mesmo - o protagonista inicial.
Com a trama claramente ambientada num universo que se pretende realista, com a sombra dos (verdadeiros) super-heróis sempre a pairar, como modelo e exemplo – e a busca iniciática de Genovese, à imagem da de Bruce Wayne, é um achado de ironia e sarcasmo – o choque das explosões de hiper-violência continua a abalar os leitores, até pelo facto de serem em menor número nesta compilação dos cinco comic-books da edição original.
Millar continua a divertir-se à grande – e, assim, a divertir-nos a nós – jogando neste tomo com o impossível das situações super-heróicas face ao realismo da crueldade adolescente das colegas de escola de Mindy (que tenta a todo o custo fazer-se aceitar e viver uma vida normal…), numa narrativa que, desta forma, continua ambiguamente a balançar entre a abordagem séria e a desconstrução dos princípios que regem os universos – Marvel e DC Comics – de super-seres.
Quanto a Romita Jr., se despoja ainda mais o seu traço de pormenores – por vezes excessivamente…? – enquanto acentua o lado caricatural do tratamento que dá a (algumas d)as personagens, continua a dar lições de enquadramento e de dinamismo, adequando-os aos diferentes momentos que o ritmo narrativo vai impondo em função da acção.
A edição, mais uma vez impecável, fecha com algumas das capas alternativas originais, onde se encontram as assinaturas de Geof Darrow, Phil Noto ou Bill Sienkiewicz. 


17/10/2013

Kick-Ass










Mark Millar (argumento)
John Romita Jr. (desenho)
Tom Palmer Sr. (arte-final)
Dan White (cor)
Panini Comics
Espanha, 2010
185 x 280 mm, 224 p., cor, cartonado
19,95 €

Kick-Ass é uma ode à violência, ao mesmo tempo que desconstrói, a dois tempos, os cânones dos relatos de super-heróis.
No início, numa abordagem realista, quando apresenta Dave Lizewski, um adolescente nerd fã de super-heróis que decide imitá-los, acreditando que bastava vestir um fato de licra – faltaram-lhe as cuecas por fora… - para adquirir poderes e sair pelas ruas a enfrentar marginais.
O resultado, mostrado de forma crua por Millar e Romita, é demolidor (desculpem o trocadilho) para ele, que acaba – durante semanas… - numa cama de hospital, com muitos ossos partidos, sujeito a várias operações e a longas sessões de fisioterapia.
Esta abordagem – tivesse Kick-Ass terminado aqui – faria desta uma obra sobre o fim dos sonhos infanto-juvenis e o duro despertar para a (dolorosa) realidade da vida.
No entanto, Millar não parou e, num segundo fôlego, leva a sua abordagem de desconstrução dos super-heróis, para o extremo oposto, introduzindo Hit-Girl, pouco mais do que uma menina, exímia na utilização de espadas de samurai, e transforma Kick-Ass numa explosão de sangue a jorros – e não apenas ‘salpicos’ como lhes chama Celes J. López no conseguido prefácio – mostrando o que realmente aconteceria se a violência dos relatos de super-heróis fosse transposta para o mundo real.
E se, pessoalmente, penso que a obra ganharia se tivesse ficado pela primeira parte - mas nesse caso não teriam surgido as inevitáveis (e rentáveis) sequelas… - sem concessões reconheço que Kick-Ass, para lá de um regalo para os olhos – sim, eu sou fã do traço de Romita Jr. – é também uma narrativa que vai além da leitura imediata, provocadora e (muito) divertida, e desafia o leitor a (re)ler os comics de super-heróis com outros olhos. 

08/05/2012

Hulk - O regresso do monstro

















 
 
Tomos #1 e #2
Bruce Jones (argumento)
John Romita Jr. (desenho)
Tom Palmer (arte-final)
Devir (Portugal, 2004)
170 x 250 mm, 120 p., cor, brochado



Na banda desenhada (na literatura, no cinema...) há universos com características e especificidades muito próprias que podem tornar essas obras quase herméticas aos "não iniciados" ou, pelo menos, fazer com que a leitura só possa ser integralmente fruída por quem as conhece - e as aceita...
É o caso dos super-heróis norte-americanos e "Hulk - O regresso do monstro" (numa excelente edição da Devir) mostra-o, porque apesar de toda a bem estruturada narrativa de Bruce Jones ser perfeitamente compreensível, até por estar relativamente
afastada do contexto tradicional do Hulk, a verdade é que há aspectos (a dualidade do ser Bruce Banner/Hulk, a existência de personagens (aparentemente) imortais, etc.) que podem causar estranheza.
Mas, uma vez aceites estas regras, a leitura faz-se de forma cativante e imparável, para o que muito contribui o desenho de John Romita Jr., sem dúvida um dos grandes desenhadores de comics de sempre.
O seu traço, cada vez mais límpido e expressivo, é aqui tratado com uma paleta cromática reduzida, de tons verdes, azuis e sépias, que transporta o leitor (quase inconscientemente) para o tom dominante do monstro verde que, mesmo ausente, protagoniza a história. Esta, conta de forma detalhada e ritmada, entre o policial e o mistério, com um invulgar (para o meio...) toque de erotismo, a perseguição, por parte de uma misteriosa e todo-poderosa - cá estão mais especificidades - organização ao cientista que o aumento de adrenalina faz transformar em Hulk.
Uma história de fuga para a frente, em que está subjacente a ideia que o nosso pior monstro, somos nós. Mas sem esquecer que é ele que, por vezes, e com a motivação adequada, nos liberta das situações complicadas...

(Texto originalmente publicado no Jornal de Notícias de 17 de Abril de 2004, com o título “Um monstro como nós”)


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