Les trois perles de
Sa-Skya assinala mais um regresso de um dos grandes heróis clássicos
franco-belgas – Corentin, no caso - num álbum que a crítica francófona tem
saudado positivamente.
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16/09/2016
Corentin: Les trois perles de Sa-Skya
Leituras relacionadas
Corentin,
Cuvelier,
Le Lombard,
Simon,
Van Hamme
19/09/2013
MediaEntity.01
Simon (argumento)
Émilie (desenho e cor)
Delcourt
França, 28 de
Agosto de 2013
Não sou especialmente adepto de ler banda desenhada online –
bem pelo contrário. Não consigo usufruir do mesmo prazer que tenho com a
leitura em papel e, embora compreenda algumas das razões que podem levar a essa
opção – em especial a vantagem económica ou o acesso a clássicos de outra forma
indisponíveis – é leitura que raramente me seduz.
Há – possivelmente há cada vez mais – algumas excepções e
uma delas é este MediaEntity.01 que, refira-se, tem também existência –
diferenciada - no formato álbum desde o passado dia 28 de Agosto.
O motivo principal para esta obra me ter conquistado, é a
sua apresentação, que vai (bem) mais longe do que a visualização estática das
pranchas originais, assentando numa apresentação dinâmica sequencial de
vinhetas e/ou balões, com alguns avanços e recuos e o recurso a grandes planos
ou cenas de conjunto. O que, se por um lado pode levantar alguns pruridos a
leitores mais conservadores – pela dificuldade de se fazer uma leitura
sequencial tradicional – por outro, não sendo mais que uma pobre animação,
consegue transmitir um ritmo de leitura e um encadeamento impossíveis de conseguir
na leitura em papel, apesar do grande dinamismo do traço de Émilie.
A trama – que embora não seja original, está bem construída
e estruturada, graças à existência de sucessivos momentos de suspense – tem como
base o piratear da identidade virtual de Éric Magoni, um dos principais traders
de um grande banco, seguida da destruição da sua reputação e de uma acusação de
desvio de fundos. Após ser preso e conseguir fugir, é recrutado à força por uma
organização que, na sombra, tenta lutar contra a globalização… ou algo mais?
A resposta, ainda está por dar mas, desafio os que tiveram a
paciência de me ler até aqui, a descobrirem a versão online de MediaEntity e
- se quiserem – a compararem-na com a sua versão em papel ou em videojogo pois
esta apresenta-se como a primeira BD transmédia da história.
23/08/2011
Popotka le petit sioux
#1. La Leçon d'Iktomi
David Chauvel (argumento)
Fred Simon (desenho e cor)
Delcourt (França, Setembro de 2001)
32 p., cor, cartonado
8,95 €
Na banda desenhada, durante muitos anos, como no cinema, aliás, "os índios bons eram os índios mortos". Pontualmente, aparecia uma honrosa excepção, mas apenas para servir de auxiliar ao herói principal, branco, atlético e mais inteligente, como não podia deixar de ser.
Excepções mais consistentes, tiveram de esperar muitos anos, como são exemplos "Sargento Kirk", de Hugo Pratt, "Comanche", de Hermann e Greg ou "Blueberry", de Giraud e Charlier, onde os índios eram, por vezes, apresentados sobre um outro prisma mais humano, embora os estereótipos citados continuassem presente.
Anos mais tarde, Derib, em "Buddy Longway", atreveu-se a ir mais longe, casando o seu herói com uma índia e desenvolvendo, a partir desta base, uma interessante saga pautada mais pelos problemas de relacionamento entre raças e do homem com a natureza (aspecto em que os índios podiam ter dado grandes lições aos brancos...) do que pelas histórias típicas dos westerns. O autor levou ainda mais longe esta experiência mergulhando nos riquíssimos imaginário e mitologia índios em "Celui qui est né deux fois", série que continuaria em "Red Road", passada em época mais recente, com os índios confinados a reservas, humilhados pelos brancos e a braços com problemas como o álcool, o racismo ou a violência gratuita...
"Popotka, le petit sioux - 1. La leçon d'Iktomi" propõe uma abordagem completamente diferente ao género, inspirando-se em verdadeiras lendas índias (sim, a BD pode ter uma componente etnográfica), permitindo aos mais jovens - a quem se dirige especialmente - descobrir os costumes e as crenças de um povo esquecido. E mais uma vez, nesta interessante colecção "Jeunesse", da Delcourt, descobrimos dois autores que, tendo até agora trabalhado para público adulto, em séries de antecipação, como "Rails" ou em policiais, como "Le poisson Clown", são também capazes de criar para os mais pequenos, público que importa cativar para a 9ª arte para assegurar o seu futuro. David Chauvel é o autor do relato simples e divertido, com humor, ternura e fantasia quanto baste, que Fred Simon complementa de forma exemplar com uma linha clara, límpida ,expressiva e desprovida de pormenores desnecessários, a que aplica cores vivas que tornam o livro - enquanto objecto - bem apetecível.
(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 4 de Junho de 2002)
David Chauvel (argumento)
Fred Simon (desenho e cor)
Delcourt (França, Setembro de 2001)
32 p., cor, cartonado
8,95 €
Na banda desenhada, durante muitos anos, como no cinema, aliás, "os índios bons eram os índios mortos". Pontualmente, aparecia uma honrosa excepção, mas apenas para servir de auxiliar ao herói principal, branco, atlético e mais inteligente, como não podia deixar de ser.
Excepções mais consistentes, tiveram de esperar muitos anos, como são exemplos "Sargento Kirk", de Hugo Pratt, "Comanche", de Hermann e Greg ou "Blueberry", de Giraud e Charlier, onde os índios eram, por vezes, apresentados sobre um outro prisma mais humano, embora os estereótipos citados continuassem presente.
Anos mais tarde, Derib, em "Buddy Longway", atreveu-se a ir mais longe, casando o seu herói com uma índia e desenvolvendo, a partir desta base, uma interessante saga pautada mais pelos problemas de relacionamento entre raças e do homem com a natureza (aspecto em que os índios podiam ter dado grandes lições aos brancos...) do que pelas histórias típicas dos westerns. O autor levou ainda mais longe esta experiência mergulhando nos riquíssimos imaginário e mitologia índios em "Celui qui est né deux fois", série que continuaria em "Red Road", passada em época mais recente, com os índios confinados a reservas, humilhados pelos brancos e a braços com problemas como o álcool, o racismo ou a violência gratuita...
"Popotka, le petit sioux - 1. La leçon d'Iktomi" propõe uma abordagem completamente diferente ao género, inspirando-se em verdadeiras lendas índias (sim, a BD pode ter uma componente etnográfica), permitindo aos mais jovens - a quem se dirige especialmente - descobrir os costumes e as crenças de um povo esquecido. E mais uma vez, nesta interessante colecção "Jeunesse", da Delcourt, descobrimos dois autores que, tendo até agora trabalhado para público adulto, em séries de antecipação, como "Rails" ou em policiais, como "Le poisson Clown", são também capazes de criar para os mais pequenos, público que importa cativar para a 9ª arte para assegurar o seu futuro. David Chauvel é o autor do relato simples e divertido, com humor, ternura e fantasia quanto baste, que Fred Simon complementa de forma exemplar com uma linha clara, límpida ,expressiva e desprovida de pormenores desnecessários, a que aplica cores vivas que tornam o livro - enquanto objecto - bem apetecível.
(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 4 de Junho de 2002)
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