Intégrale #8
Tillieux e Desberg (argfumento)
Will (desenho)
Dupuis
Bélgica, Setembro de 2010
220 x 300 mm, 156 p., cor, cartonado
20,50 €
Regresso regularmente aos integrais franco-belgas.
Pela qualidade editorial, pelos dossiers que abrem os
volumes (no caso presente dedicado á entrada de Desberg para a equipa
criativa), pela boa relação qualidade/preço, pelo regresso a heróis e/ou
géneros que me marcaram há (alguns…) anos e aos quais volto de forma recorrente e com prazer.
Este oitavo tomo da Tif e Tondu, marcado pela entrada de
Desberg como co-argumentista de Tillieux, mostra o duo de protagonistas em duas
situações distintas.
Na primeira história – Aventure
Birmaine – deslocados do seu ‘habitat’ natural – funcionam mais como
espectadores do que como actores principais de uma história com leves contornos
políticos, centrada na busca de um tesouro arqueológico numa antiga colónia
francesa, por um grupo em que nem todos são quem parecem, como se descobre no
final - trágico.
No relato seguinte – Le
gouffre interdit, a pérola deste integral – apesar dos espaços
(aparentemente) abertos em que decorrem, Tif e Tondu movem-se num cenário (quase)
fechado, balizado por três ou quatro pontos de referência, com uma galeria de
personagens curta mas bem trabalhada, em que o clima de mistério e suspense atinge
níveis bastante interessantes.
Na base da história, consistente e
engenhosamente pensada e desenvolvida por Tillieux e Desberg, está um assalto a um banco seguido da morte (?) dos
ladrões na sequência de um acidente junto a uma ravina funda e inacessível, cujo acesso foi convenientemente interditado.
Finalmente, Les
passe-montagnes leva-os em pleno Inverno para a alta montanha, onde
descobrem uma secreta estância de luxo para milionários, onde terá lugar um
rapto. Apesar da abordagem de duas temáticas então actuais – a importância do
petróleo e o terrorismo asiático – e do ritmo mais vivo, a acção a rodos é de certa
forma cortada por um tipo de humor que não assenta bem no espírito da série e
acaba por desmotivar um pouco a leitura.
Leitura que, no seu conjunto, não é novidade, vale pelo tom
nostálgico e pelo reencontro com dois clássicos infanto-juvenis que marcaram (e
replicaram) a BD franco-belga (mais) tradicional de aventuras das décadas de 60
a 80.