#58 - Na pista dos Dalton
René Goscinny (argumento)
Morris (desenho)
ASA (Portugal, Agosto de 2011)
220 x 300, 48 p., cor, cartonado
12,11 €
Há diversas bandas desenhadas que tiveram um papel especial na minha vida, embora pelos motivos mais diversos.
Esta é uma delas. Recompensa por algo de que já não me lembro, foi o primeiro álbum que tive e li em francês, longe de imaginar os muitos, muitos, muitos mais que se seguiriam!
No entanto, para além disso associo-o a uma recordação menos feliz, uma troca forçada de livros, provocada por um energúmeno que era meu colega de escola, cujo nome e cara nunca mais esqueci, que me ficou com ele e alguns mais, apenas emprestados para leitura. O que contribuiu sobremaneira para que o número de pessoas existentes na lista daqueles a quem empresto banda desenhada possa contar-se com os dedos de uma única mão. Com sobras.
Curiosamente, nunca mais reli o álbum – e o que narrei já se passou há mais de 30 anos! – pelo que a actual edição da ASA serviu para o (re)descobrir (e) em português.
Originalmente datado de 1962, tem como principal atractivo a estreia de Rantanplan, num argumento que não sendo dos mais memoráveis de Goscinny, tem algumas tiradas e sequências memoráveis (a falta de jeito de Rantanplan, a fome de Averell), servidas por sucessivos gags, tudo aliado a um bom ritmo narrativo, o que contribui para que seja uma leitura bem divertida.
A base narrativa – como quase sempre em Lucky Luke, o que não é sinónimo de menosprezo da minha parte – é simples, mas conduz a um encadear de situações hilariantes que culminarão no habitual final, se não feliz, pelo menos de reposição da ordem.
No caso presente, a enésima fuga dos Dalton da prisão, leva-os a cruzar-se com Lucky Luke, levando este a persegui-los afincadamente até os conseguir capturar. Pelo meio, surgem situações diversas, algumas novas, outras recorrentes, que suportam a história.
Como já referi a principal novidade do álbum é a presença de Rantanplan, impingido a Lucky Luke pelos guardas da penitenciária que perseguiam os Dalton, que ao longo do álbum se vai aproximando daquilo que viria a ser posteriormente, perdendo as poucas qualidades que tinha para acabar a assumir na perfeição o papel de “cão mais estúpido do Oeste… e do Este”, incapaz de coordenar um pensamento lógico e sempre esfomeado. Numa significativa aproximação a Averell – não por acaso, o único que gosta dele – que também desempenha – pela negativa… - um papel importante no álbum.
Graficamente, o traço de Morris ainda estava em desenvolvimento, à procura da forma e do estilo que, justamente, o viriam a celebrizar – Lucky Luke e Rantanplan são os melhores exemplos disso _ embora em termos de planificação, de dinamismo narrativo e de transmissão da noção de movimento e da acção este álbum já ombreie com o melhor que Morris posteriormente demonstrou.
A reter
- A estreia de Rantanplan
- A dualidade Rantanplan/Averell.
- A cena em que Joe Dalton defende Lucky Luke.
Curiosidade
- A participação especial (involuntária) de Jerry Spring no álbum (ver prancha ao lado), numa homenagem de Morris ao mestre Jijé.
O livro de estreia de Rantanplan... só por isso passa a ser memorável! Quando era miúdo, o que eu me ri a ler este livro!
ResponderEliminar:D
Abraço
Olá Bongop,
ResponderEliminarAté parece que estás a ficar velho... Eh eh eh!
Eu voltei a (sor)rir...
Boas leituras... de miúdo!