De Groot (argumento)
Turk (desenho)
Le Lombard
França, 14 de Junho de 2013
222 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado
10,60 €
Introdução
“Léonard”, que se estreou em Outubro de 1975, no número
inaugural do “Achille Talon Magazine”, é uma série humorística ambientada na
Idade Média.
Como (vago) ponto de partida tem o célebre Leonardo da Vinci e
o seu génio inventivo, para originar gags atrás de gags que têm como mote os
inventos anacrónicos do génio de serviço que empresta o seu nome a esta criação
franco-belga.
Ao seu lado, numa galeria extremamente limitada, está o seu
discípulo, simultaneamente ajudante (para o serviço pesado ou arriscado) e
cobaia. Como personagens acessórios, surgem um gato e um rato, entretidos um
com o outro em zonas menos nobres das vinhetas e, pontualmente, com intervenção
directa na narrativa.
Em Portugal a Meribérica/Líber editou três álbuns da série - "Afinal o que é isso" (tomo 5), “Génio a tempo inteiro” (tomo 5) e “Génio Civilizado” (tomo 9) - no início da
década de 1980.
Resumo
“Tour de Génie” é o 44.º álbum com o relato dos desastres
provocados por Léonard e pelas suas invenções e é também o “álbum oficial” da
100.ª Volta à França em bicicleta, que terá lugar entre 29 de Junho e 21 de
Julho próximos, pois nele é narrado como o génio de serviço inventou aquela
famosa prova ciclística.
Desenvolvimento
Léonard, como muitas outras séries humorísticas, explana
todo o seu potencial na BD curta – geralmente apenas 1 ou 2 pranchas. De
estrutura muito simples, começa geralmente com o difícil acordar do discípulo (preguiçoso)
pelo génio (impaciente), prossegue com os acidentes que aquele sofre durante a
concretização da invenção e culmina com o desfecho que explora a descoberta do
invento pelo leitor, a forma como ele funciona (ou muitas vezes não) ou a forma
como ele é aplicado.
Essa regularidade narrativa, permite criar laços com o
leitor e tem (deveria ter) como local ideal de publicação a revista onde a
periodicidade (semanal?) mais facilmente permite apreciar o humor das situações,
sem a sensação de repetição que a leitura intensiva destes gags em álbum (pode)
provoca(r).
“Tour de Génie”, foge um pouco ao esquema, pois abre com uma
narrativa longa de 32 páginas que descreve a invenção da Volta à França em
bicicleta. Apesar disso, narrativamente, não foge muito ao habitual, assumindo
características de um conjunto de gags unidos pela mesma temática.
Com o humor habitual, centrado num tema específico – que aos
franceses diz bastante o que garantirá certamente boas vendas, empurradas
também pela publicidade que será feita ao longo das etapas da prova deste ano –
o álbum explora a relação génio/discípulo, mostrando em simultâneo como a invulgar
capacidade inventiva de Léonard não se limitou a criar a prova rainha do
ciclismo mundial, mas a dotou desde logo de todas as características que lhe
são reconhecidas: as enormes montanhas, os velozes sprints, a caravana da
volta, a camisola amarela, os beijos ao vencedor e, claro, o doping e o
respectivo controlo, que terão importância fundamental no desfecho da prova,
digo, da história!
A reter
- A associação de uma banda desenhada, como “álbum oficial”,
a uma prova com o impacto do Tour de France…
- … o que não impede que a leitura do álbum seja igualmente
divertida para apreciadores de ciclismo e para os outros.
Menos conseguido
- A repetição de situações, que aconselha a que a leitura em
álbum seja feita em doses moderadas, ao longo de vários períodos, para melhor
desfrutar dela.
Mais uma personagem que junta um conjunto de gags que tinha como principal obejctivo devertir e fazer rir. Não tendo atingido, na minha opinião, a qulaidade dum Gaston ou dum Cubitus, é concerteza uma BD que me traz sempre um sorriso na cara. A relação entre o Mestre e o seu discípulo/assistente/criado é propícia aos maioresdisparatessem deixar de piscar a uma certa modernidade. Já agora a Meribérica publicou três albuns. também Léonard, Afinal o que é isso?, julgo que o número trêsda série. Gostei muito deste post. Os meus cumprimentos.
ResponderEliminarCaro Letré,
ResponderEliminarObrigado pelo comentário e pela atenção! tem toda a razão, faltava um dos álbuns editados pela Meribérica, que já incluí no texto.
Léonard é uma criação divertida, mas mediana. A anos-luz de Gaston, sem dúvida.
Pelos mesmos autores, gosto mais do Robin da Mata, por exemplo...
Boas leituras!
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ResponderEliminarPuxa! Álbum 44? Pensei que tinha desaparecido. Também ando um bocado distraído. Este álbum está à venda por cá?
ResponderEliminarOlá Mário,
EliminarO Léonard vem de um mundo diferente do nosso, o da BD franco-belga, de grande sucesso e visibilidade...
Ainda não o vi á venda por cá, mas não é difícil encomendá-lo...
Boas leituras!