Ric Hochet: A Pista Vermelha

‘Branqueamento de criminosos’, à base de operações ao cérebro e troca de corpos, e o reencontro com um velho adversário são a base de A Pista Vermelha, o quarto álbum da colecção Os Piores Inimigos de Ric Hochet, que a ASA está a distribuir como jornal Público, à quarta-feira.

O último aspecto referido na introdução - o reencontro com um velho adversário – torna este um dos álbuns de eleição para uma colecção com o título que esta tem. O regresso recorrente de alguns dos seus adversários é, aliás, um dos aspectos responsáveis para a popularidade que Ric Hochet desfrutou nas páginas das revistas que o publicaram, como elemento extra de familiaridade do leitor com o protagonista.

Para levar a cabo esse regresso, Duchâteau explana uma história bem urdida, com vários momentos marcantes, dedução e acção quanto baste e suspense crescente baseado num pressuposto que só tarde – em termos de paginação… - será desfeito. Para isso, não hesita em esticar até ao limite do razoável a ancoragem na realidade que é uma das características das aventuras do jornalista/detective – deixando o leitor na dúvida durante boa parte da história…
Essa âncora na realidade, permite constatar como em 40 anos - esta história foi originalmente publicada em 1975 - mudaram tantas coisas ao nível da investigação policial e da prática da medicina – o que é acentuado pelo maior conhecimento actual destas áreas, ao nível do senso comum e do domínio público, em grande parte devido a séries televisivas como CSI (nas suas várias existências), ER – Serviço de Urgência ou Anatomia de Grey.

Mas, para além de 'documento de época', A Pista Vermelha, merece ser lida por si só, com o objectivo de divertir e passar um momento leve e agradável.

Ric Hochet: A Pista Vermelha

Colecção Os Piores Inimigos de Ric Hochet #4

A. P. Duchâteau (argumento)

Tibet (desenho)

ASA / Público

Portugal, 24 de Junho de 2015

220 x 290 mm, 48 p., cor, brochada com badanas

5,40 €