(Des)igualdade de
género
Com a abertura dada pelo segundo filme, com o terceiro à
porta, sob as pressões do politicamente correcto e com o dinheiro (sempre) a
falar (muito) alto, possivelmente era uma questão de tempo até surgir uma
aldeia de Schtroumpfettes…
Infelizmente, esta busca da igualdade de género (?) numa
série clássica da BD franco-belga com características (há muitos anos) bem
definidas, revela-se um enorme (e previsível?) falhanço.
Este primeiro álbum das Schtroumpfettes - é isso que na
verdade é, apesar do título enganador - é uma colectânea de histórias curtas
que revela um argumento nivelado por baixo, com um único nível de leitura, perdendo-se
a crítica social que havia na versão ‘masculina’ de Peyo, ideia pobres,
infantilizadas e muito desconsoladas e um colorido pouco imaginativo que abusa dos tons de rosa e violeta. Possivelmente, uma tentativa de apelar às leitoras
mais jovens, mas sem capacidade de aspirar a mais…
Sem apresentar grande distinção entre as protagonistas -
desperdiçando um dos grandes trunfos da versão original -, com elas quase
sempre ao lado dos Schtroumpfs que as versões cinematográficas privilegiaram e
que aqui surgem como co-protagonistas menores destinados apenas a destacar as
suas versões femininas, este álbum, hoje lançado no mercado francófono, é sem qualquer dúvida uma das piores leituras do
ano e uma das mais infelizes retomas que a banda desenhada francófona já fez.
Les Schtroumpfs et le
Village des Filles
Tome 1: La Forêt interdite
Thierry Culliford, Alain Jost
e Parthoens
(argumento)
Maury, De Coninck e Miguel Diaz Veloso e
Laurent Cagniat (desenho)
Le Lombard
França, 24 de Março de 2017
222 x 295 mm, 48 p., cor, capa dura
EAN: 9782803671168
10,95 €
(imagens disponibilizadas pela editora ; clicar nelas
para as aproveitar em toda a sua extensão)
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