Outra vez os
mortos-vivos
Tokyo Ghoul, de
que paulatinamente a Devir já editou cinco volumes, tem por base o conceito de seres comedores de carne humana, algures entre os vampiros e os mortos-vivos, temáticas hoje (novamente) na moda - tal como o terror em geral.
Mas de forma original e que justifica uma aproximação.
Volto atrás… “hoje (novamente) na moda, muito por culpa de The Walking Dead, na sua dupla
existência - ambas aconselháveis - de série de BD e de série de TV.
A abordagem de Tokyo
Ghoul, série em 14 volumes, publicada originalmente a partir de 2011, é, no entanto, completamente diferente e bastante original ao
introduzir um estado intermédio entre o ser vivo e o tradicional zombie.
Mas vamos mais devagar. Esta é a história de Kaneki, um
adolescente a caminho da idade adulta, que vive numa cidade de Tóquio
assombrada por ghouls, seres que se
alimentam de carne humana para sobreviver. E cuja mordidela em seres humanos
normais os transforma em novos ghouls.
Um primeiro (e prometedor) encontro de Kaneki com uma jovem
acaba num ataque de ghoul falhado.
Ferido, é transportado para o hospital e acaba por sofrer um transplante do ser
que o atacou, iniciando assim a sua transformação em ghoul. Porque, para além da mudança de hábitos alimentares, alguns dos novos seres desenvolvem novos e surpreendentes atributos físicos e capacidades.
Só que – e aqui está o tal estado intermédio – enquanto que
os ghouls tradicionais querem a todo o custo alimentar-se de outros seres
vivos, Kaneki fica num estado intermédio entre estes e os ghouls, mantendo a sua consciência e sentindo repugnância pela
carne humana – embora também pelos alimentos tradicionais.
Por isso, grande parte do interesse narrativo de Tokyo Ghoul centra-se na aprendizagem
que terá que fazer para se adaptar à nova situação e na descoberta de que
existem outros seres como ele, que tentam ajudar-se. A perseguição por parte de
uma força policial encarregada de combater – e banir – o novo e terrível
fenómeno em expansão acelerada e os confrontos com os ghouls fornecem os combates épicos inevitáveis (em quase qualquer)
manga, que contrastam com o percurso iniciático do protagonista junto com os
seus novos amigos, bem como com o seu crescimento que o faz deparar com
mudanças e novas situações próprias da passagem da adolescência para a idade
adulta.
Uma combinação que, pelo menos até agora, tem justificado
uma leitura atenta de Tokyo Ghoul,
apesar de alguma (inevitável?) dispersão narrativa que os volumes mais recentes começam a
denotar.
Tokyo Ghoul #5
Sui Ishida
Devir Manga Portugal
Fevereiro de 2017
126 x 190 mm, 204 p., pb, capa mole
ISBN: 978-989-559-314-9
9,99 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as
aproveitar em toda a sua extensão)
Sei que por norma o Pedro não lê mangas, este é apenas uma exceção pelo tema?
ResponderEliminarEduardo,
EliminarVou lendo os manga que se editam por cá, mas de uma forma geral são obras que não me dizem muito - como diversas outras de outros géneros.
O Tokyo Ghoul - como o Assassination Classroom, por exemplo - têm-se revelado mais interessantes para mim, daí o justificar-se escrever este texto.
Dentro do que a Devir editou, aconselho francamente o Death Note, de que gostei bastante.
Boas leituras!
Death note também já li e gostei muito! Penso que até vai existir uma série da netflix que ao que parece está a gerar muita polémica.
EliminarTenho pena que a devir por norma opte por coisas muito conhecidas mediaticas. Gostaria muito que monster, vagabond, 20 century boys, lobo solitário, vinland saga, full metal alchemist fossem por cá editados.
Contudo é melhor ter alguma coisa que não ter nada, rurouni kenshin é uma obra muito boa para mim a melhor que a devir edita neste momento.
Caro Eduardo, vão fazer um filme baseado no mangá. A nível de mangá já editados pela Devir, também a única colecção que completei foi o Death Note, embora esteja virado para experimentar Toyko Ghoul, porque pelo que já li, existe muitas diferenças entre o mangá e o anime. Boas Leituras.
EliminarPeço desculpa pela ignorância, mas que obra é essa que o Eduardo Cortez refere "rurouni Kenshin" que diz estar a ser publicada pela Devir. Sou dos leitores que tenho descoberto os mangás que para além do Akira e mother sarah não tinha lido nada, mas gostei imenso do Death Note e estou a ter uma agradável surpresa com o Assassination Classroom. Se me puderem esclarecer agradecia. os meus cumprimentos.
ResponderEliminarLetrée
Não tem que pedir desculpa, caro Letrée.
EliminarTrata-se de Kenshin, o samurai errante, de que a Devir já lançou 5 volumes (mais informação aqui: http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/search?q=kenshin)
Boas leituras... manga!
obrigado. Os meus cumprimentos.
EliminarLetrée
Terminei o volume VI e ainda não desaponta.
ResponderEliminarEntão, Paulo Brito, continuação de... boas leituras!
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