Rui Lacas
ASA (Portugal, Junho
de 2012)
205 x 290 mm, 72 p.,
cor, cartonado
Resumo
A corporação dos Asteroids Fighters continua a tentar evitar
que o planeta Terra seja destruído pelos misteriosos asteróides explosivos, ao
mesmo tempo que tentam descobrir a sua origem e quem está por detrás do seu
lançamento.
Desenvolvimento
Depois de um intervalo demasiado longo – Asteroid Fighters#1 – O Início
foi editado em Outubro de 2009 - surge finalmente o segundo tomo desta saga
que, de forma resumida – embora algo precipitada – pode ser classificada (apenas)
como uma verdadeira história de super-heróis.
Curiosamente, a sua maior qualidade – a originalidade do
contexto e (dos poderes) das personagens – é também o seu maior defeito. Porque
falta ao leitor sentir a familiaridade que geralmente sente em relação a outras
narrativas de super-heróis, e que gera a empatia necessária com elas.
Apesar disso, a narrativa, bem ritmada, lê-se com agrado – e
cumpre, assim, aquela que é sem dúvida a sua primeira premissa: divertir – e,
apesar de já fornecer algumas respostas, nomeadamente quanto à origem e
identidade do vilão de serviço, deixa o leitor suficientemente em suspenso,
ansiando pelo próximo tomo da série.
Para isso contribui o traço desenvolto de Lacas, que revela
uma grande segurança e à-vontade, quer no retrato das personagens, quer na
composição das cenas, ricas, diversificadas e, geralmente, com uma planificação
muito dinâmica - a que não é estranha alguma influência manga, assimilada ao
seu estilo bem pessoal – contribuindo o todo para garantir um bom ritmo
narrativo.
Claro está, fosse outro o meio aos quadradinhos em que
Asteroid Fighters nasceu – um contexto onde existisse uma indústria e um mercado
reais – e esta poderia ser apenas a introdução a um universo com muito para contar
e por onde se desenvolver – apesar da especificidade das ameaças que os
Asteroid Fighters combatem – pois as personagens ricas e estimulantes, com
passado, presente e futuro para explorar são muitas. Estando nós em Portugal,
resta-nos esperar pela conclusão deste tríptico – era esse o plano inicial – se
possível num prazo menos dilatado do que aquele que mediou entre os dois
primeiros tomos.
A reter
- A originalidade do conceito e das personagens que
sustentam esta saga.
- A desenvoltura gráfica de Rui Lacas, um dos grandes
narradores portugueses contemporâneos aos quadradinhos.
- O aproveitamento das guardas para apresentação dos vários
intervenientes…
- … que, curiosamente, são inspirados nos amigos – também autores
de BD ou ilustradores – de Lacas.
Menos conseguido
- O excessivo período de tempo que mediou entre a edição dos
dois primeiros tomos de Asteroid Fighters.