Quem
viveu por dentro do mundo da banda desenhada nos anos 1980 e 1990,
antes do aparecimento das tecnologias que revolucionaram também a
impressão, e tinha aspirações a ser autor, inevitavelmente ou
quase passou pelos fanzines, ou seja pelas edições amadoras. É
o caso de Dário Duarte, a identidade secreta (pública) de Derradé
que, entre os jornais em que colaborou, os fanzines que auto-editou e
algumas edições um pouco mais profissionalizadas em que publicou,
foi traçando um retrato do mundo universitário em que vivia então,
que obviamente era também um retrato de um certo Portugal. Entre as
suas criações da época, destacam-se duas que foram recorrente na
sua obra impressa: os Bad Summer Boys, uma banda punk de garagem, e
Bubas, uma projecção em que se adivinham apontamentos
auto-biográficos.
Na
banda desenhada - como nos perfumes, nos
chocolates… - o tamanho não tem importância. Que é como quem
diz, a qualidade de uma obra não se afere pelo seu número de
páginas, mas sim pelo que ela conta e/ou pelo modo como o conta.