19/01/2012

Zits #16 - Dá-lhe gás!










Jerry Scott (argumento)
Jim Borgman (desenho)
Gradiva (Portugal, Novembro de 2011)
210 x 220 mmm, 128 p., pb e cor, capa brochada
14,50 €


1.      Aqueles que acompanham séries – de BD, televisivas… com regularidade – também com alguma paixão… - acabam por criar com os protagonistas laços, por vezes até bem fortes.
2.      Laços que fazem com que se acompanhe com interesse e curiosidade – ou com medo, temor, solidariedade ou, escrevo outra vez, paixão – o seu dia-a-dia…
3.      Graças a esses laços, aprendemos – sim, sou um daqueles que acompanha séries com alguma paixão! – a conhecer os seus protagonistas.

4.      A saber a sua forma de estar e de (re)agir perante os problemas quotidianos ou as situações limite que enfrentam, a forma como interagem com os que lhes são próximos ou com os desconhecidos, o que sentem, como o expressam, o que reservam para si…
5.      Como vivem.
6.      Jeremy, de Zits, é um desses casos.
7.      Um (quase) eterno adolescente, por quem o tempo passa muito devagar – mas vai passando, embora nos quadradinhos das tiras diárias e pranchas dominicais que protagoniza, a um ritmo muito mais lento do que o da vida real…
8.      Que neste tomo já tem idade para ter carta, desfrutando do facto de poder conduzir da forma que só os recém-encartados o fazem.

9.      E pelo que atrás deixei escrito, torna-se evidente que ele – os seus autores – já não surpreendem quem o lê.
10. A sua postura – relaxada, indolente, quase imobilidade absoluta – é a mesma…
11.  Os grunhidos e monossílabos que troca com os pais repetem-se…
Aa linguagem adolescente em que assentam as suas conversas com os colegas também não mudou…
12.  A sua relação com Sara, a partilha da carrinha com Hector, as questões sociais e existenciais do “multi-piercing-ado” Pierce continuam recorrentes…
13.  O domínio da tecnologia e a proximidade com ela – que espanta e desespera os pais – acentua-se…
14.  Mas, apesar disso, aparentemente contradizendo-me, se tudo continua igual, Zits consegue sempre surpreender-nos.

15.  Porque cada uma das suas tira(das), cada uma das suas reacções, cada uma das suas saídas, cada uma das complicações que provoca, cada uma das situações vivenciadas, diverte e faz sorrir (ou mesmo rir), tanto o leitor novo quanto o veterano das suas tiras.
16.  Devido, ao humor puramente visual que recria no papel, como realidade visível, as metáforas banais do dia-a-dia – uma das grandes qualidades de Zits, principalmente expressa nas (bem) coloridas e graficamente melhor trabalhadas pranchas dominicais…
17.  … e também porque Scott e Borgman, aliam àquele humor um sentido crítico e irónico e uma imensa capacidade de traduzirem nos seus quadradinhos, de forma única e irresistível – recorrente, mas sempre surpreendente! - uma das fases mais complicada, atabalhoada, contraditória, desesperante, depressiva e estimulante da vida do ser humano: a adolescência.

2 comentários:

  1. Esta foi a pouco e poouco tornando-se uma das minhas séries de humor favoritas, com situações muito bem apanhadas e uma ironia muito própria. Mal posso esperar por ler este mais recente volume. Um abraço.

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  2. Olá João,
    Sim, o Zits tem um clima único e é das melhores coisas em publicação no que às tiras de imprensa diz respeito.
    Por isso a leitura de cada novo volume é um prazer!
    Boas leituras!

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