Volume 2 – Um longo caminho
Robert Kirkman (argumento)
Charlie Adlard (desenho)
Cliff Rathburn (tons cinzentos)
Devir (Portugal, Novembro de 2011)
170 x 255 mm, 136 p., pb, brochado
Preâmbulo:
fazer uma boa adaptação de uma obra num meio narrativo diferente não implica
transpor integralmente o original, mas sim adequar o seu espírito e a sua trama
base ao novo suporte.
1.
Dito isto, confesso que os zombies – os do ecrã,
os da BD, outros (?) – nunca foram seres pelos quais tenha nutrido especial
apetência ou simpatia.
2.
Mas confesso – também – que The Walking Dead –
no ecrã, primeiro, mas também na BD – foi uma série que rapidamente me agarrou.
3.
E da qual não me quero libertar.
4.
Voltando um pouco atrás, para quem desconheça de
que estou a falar, convém dizer que The Walking Dead narra a odisseia de um
pequeno grupo de humanos, guiado pelo (ex-)polícia Rick Grimes, em busca de um
lugar tranquilo para viver - e em busca de novas referências para a sua vida –
num mundo povoado de mortos-vivos que necessitam de comer carne humana.
5.
Feito este parêntesis, continuo onde estava, dizendo
que não me quero libertar de The Walking Dead, quer na versão televisiva, que a
Fox tem exibido em Portugal quase em simultâneo com a sua exibição nos Estados
Unidos, quer na versão aos quadradinhos de que a Devir já editou em Portugal os
dois primeiros tomos (correspondentes aos primeiros 12 comics), pese embora –
ou talvez mesmo por isso – as diferenças substanciais entre ambas.
6.
Da primeira, destaco a excelente qualidade
técnica que confere uma enorme veracidade aos mortos-vivos (por muito estranho
que isto soe…), as boas interpretações e, sobretudo, o tempo – surpreendente em
televisão – que a história – cada história – tem para respirar.
7.
Da segunda, a versão original em banda
desenhada, cujo ritmo é bem mais frenético – um comic-book mensal não se pode
dar a grandes luxos no que ao tempo narrativo diz respeito – há que destacar a
originalidade com que Robert Kirkman aborda esta temática e a forma como apresenta,
desenvolve e encadeia as diferentes histórias, baseadas na relação entre os
co-protagonistas e na forma como cada um enfrenta os novos desafios e a luta
pela sobrevivência.
8.
E, também, claro, o magnífico traço de Charlie
Adlard, cujos zombies – que não ficam a dever nada aos seus congéneres televisivos,
considerando as diferenças entre os dois suportes – parecem tão reais que quase
só lhes falta o cheiro a carne putrefacta.
9.
A ambas as versões é comum o aprofundamento do
carácter dos diversos intervenientes, e as mudanças – subtis ou não – que vão
sofrendo, pelos limites (inimagináveis) a que são levados pelas situações
extremas que enfrentam.
10.
Como curiosidade – e um belo exercício para
aprofundar as (muitas) qualidades da série, nos seus dois suportes, convido a
descobrir e comparar as diferenças entre as duas versões.
11. A principal
das quais, é sem dúvida, a manutenção de Shane na série televisiva - quando na
BD morre no fim do primeiro tomo - com um inegável acréscimo de tensão
dramática, a valorização da narrativa e o potenciar e adensar das tensões
latentes.
12.
Mas, também, a forma como o mesmo episódio é
tratado num e noutro suporte, seja a abordagem aos ferimentos sofridos por
Carl, a relação entre Maggie e Glenn, a gravidez de Lori ou toda a envolvente
da situação criada pela existência de um celeiro cheio de mortos-vivos –
soberba na versão televisiva, igualmente marcada na origem aos quadradinhos.
13.
A terminar, numa altura em que se aguarda pelos
novos episódios da segunda temporada da série televisiva, que começarão a ir para
o ar nos EUA no dia 12 de Fevereiro, esperando-se que a Fox, mais uma vez, os
exiba quase em simultâneo em Portugal, deseja-se igualmente que a Devir consiga
acelerar o ritmo de publicação da BD, pois um volume por ano é muito pouco para
o apetite insaciável que a sua leitura desperta…
parabens hehe tá um belo post-vivo ;)
ResponderEliminarRealmente apesar das diferenças entre a adaptação e o original Wd é a sensação da temporada.
ResponderEliminarAgora uma serie continua sem fim a vista não parece o mais adequado para uma editora cujo passado incapaz de levar uma tarefa até ao fim tendo já sido editados 15 volumes in Usa,não me parece que vá chegar tão longe aqui.
drmakete,
ResponderEliminarObrigado... eh eh eh Espero que ninguém lhe dê uma paulada!
Optimus Prime,
Todos podemos emendar os nossos erros.
A boleia do sucesso televisivo foi uma excelente ideia, mas é óbvio que só poderá funcionar se o ritmo de publicação aumentar. Vamos esperar que assim seja!
Aos dois,
Boas leituras... vivas ou mortas!
"Todos podemos emendar os nossos erros."
ResponderEliminarPode até ser mas,os Wolverines estão ai como exemplo do autismo na edição desses 2 volumes apesar de terem levado a proposta até ao fim na minha opinião as 2 edições deixaram muito a desejar.
Está demais! eheheh
ResponderEliminarThe Walking Dead, não pode acabar!