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06/04/2018

Baby Blues: Bateria fraca


E duram, duram, duram...

A analogia bateria fraca/pilhas (de um certo anúncio) que duram, duram, duram... é extremamente feliz para espelhar a resistência de pais e filhos, especialmente quando estes últimos ainda são pequenos.
Porque, por mais que façam, por mais que os façamos fazer, ao fim de um dia de trabalho, em oposição a um dia de escola/treinos/brincadeiras, os miúdos continuam sempre com o nível de energia no máximo, face à nossa sensação de esgotamento. Como Baby Blues, em mais um volume, faz questão de lembrar, remexendo a nossa ferida, reforçando a nossa falta de resistência...

12/01/2017

Ca’Nojo!

A tira dos 5R






Já com 34 livros editados em Portugal – sinal evidente de popularidade e sucesso – a tira Baby Blues pode bem ser caracterizada como ‘a tira dos 5R’ – diferentes – mas nem todos! - claro está.

15/11/2016

Leitura Nova: Baby Blues #34







Título: Baby Blues 34 - Ca'Nojo
Autores: Rick Kirkman e Jerry Scott
Código de Barras: 9789725305881
Nº de páginas: 168
PVP: 12,61 € (com IVA)

08/09/2016

Zits: Peace, Love & Wi-Fi




Rodear, comprimir, escarafunchar, desinfectar, passar à próxima.
Abrir, ler, sorrir/gargalhar, passar à próxima (tira).
Espremer uma borbulha (zits) ou ler uma tira de Zits (borbulhas) implica uma rotina, sempre repetida, sempre diferente. Mas a que não se consegue fugir.

16/05/2016

Baby Blues #33: Não gritem!









É cada vez mais difícil escrever sobre cada nova compilação das tiras Baby Blues, sem me repetir.
Mas, após a leitura, é cada vez mais difícil deixar de o fazer…

18/12/2015

Baby Blues #32












E não há - felizmente... - volta a dar-lhe: tão inevitável como os impostos ou a morte, é um novo volume de Baby Blues cada final de ano. Com a vantagem – inegável – que atenua ou faz mesmo esquecer aqueles…

03/11/2015

Leitura Nova - Baby Blues #3: + Molhados, + Barulhentos, + Pegajosos





Baby Blues #32: + Molhados, + Barulhentos, + Pegajosos
Jerry Scott (argumento) e Rick Kirkman (desenho)
Bizâncio, Portugal, 16 de Novembro de 2015
210 x 220 mm, 168 p, brochado com badanas, € 12,61

Já a seguir, descubra em exclusivo uma dezena de páginas.

11/08/2015

Zits em Concerto







A edição de cada nova compilação de Zits é uma boa notícia, desta vez ‘aumentada’ pelo formato escolhido: longo, em formato italiano e com as pranchas dominicais coloridas, o que o aproxima do formato original de publicação e permite uma melhor visualização das inúmeras metáforas visuais que são um dos pontos fortes de Zits.

20/06/2015

Leitura Nova: Zits em Concerto


 



Jeremy gosta de miúdas, mas não dispensa os amigos. Detesta a escola, mas safa-se. Está perto de ir para a universidade, mas o pensamento insiste em mantê-lo longe do que tem de fazer para se candidatar. Adora guitarra e escrever letras de canções, mas está longe do sucesso musical. Prefere ser preguiçoso, mas decidiu trabalhar na entrega de pizzas. O seu quarto é um mundo de confusão, mas ao menos tem uma gaveta do lixo.

19/12/2014

Baby Blues #31 – Cama supra













Zoe, Hammie e Wren estão de volta, desta vez em histórias de cama.
Não a cama onde se fazem os bebés, mas aquela que eles ocupam depois de nascer.

22/11/2014

Leitura Nova: Baby Blues #31 – Cama supra








O quotidiano feito em tiras com muito sentido de humor.
Jerry Scott escreve, Rick Kirkman desenha.
Mais um fabuloso volume da série que nasceu em 1990, baseada nas peripécias do dia-a-dia em família.
Vinte e quatro anos depois continua actual e hilariante.
Algumas páginas para ver já a seguir.

24/11/2013

Snoopy: A felicidade é um cobertor quentinho









Stephan Pastis e Craig Schulz (argumento)
Vicly Scott e Bob Scott (desenho)
Ron Zorman (arte-final)
Nemo
Brasil, 2013
168 x 255 mm, 88 p., cor, brochado
R$ 28,00


Penso que há obras – pela sua importância na época de publicação ou na história dos quadradinhos, pela sua qualidade, pelo seu carácter autoral… - deveriam ser intocáveis, para evitar a sua banalização. Os Peanuts – como Tintin, por exemplo – estão nesse grupo.
Por isso, a par da curiosidade, tinha bastante receio deste livro. A leitura, no entanto, revelou-se uma agradável surpresa, pelo respeito pela obra de Charles Schulz, pelo reencontro com as personagens, pela recordação de situações-chave da obra, pelo registo divertido, pelo tom de homenagem, pelo sabor a nostalgia.
Para isso, para lá do que já ficou escrito, contribuiu igualmente a planificação diversificada, o bom ritmo que ela imprime à leitura, o traço expressivo e uma boa utilização de cores quentes e planas.
Posto tudo isto, no entanto, preferia que esta tivesse sido uma edição única, pois a sua continuação – mesmo em moldes formais e qualitativos semelhantes - inevitavelmente acabará por contribuir para o esvaziamento da obra-prima original.


12/04/2013

Zitz #17 – Estar Morto é o Contrário de Estar Vivo











Jerry Scott (argumento)
Jim Borgman (desenho)
Gradiva
Portugal, Março de 2013
210 x 220 mmm, 128 p.,
pb e cor, capa brochada
14,50 €



É sabido: Zits é uma (muito boa) tira diária de imprensa, sobre o relacionamento de Jeremy, o protagonista, com os pais e os amigos.
E entre o retrato de uma nova geração unida entre si e nas dificuldades de adaptação a um mundo, que simultaneamente anseiam e temem, e na incompreensão das gerações anteriores, que não acompanharam os progressos que se fazem a um ritmo acelerado, faz-se muito do seu (bom) humor, que tem ainda, como componente fundamental, as metáforas visuais recorrentes, que mostram ao leitor os exageros orais que fazem parte do nosso quotidiano.


Mas não é essa a perspectiva que me leva a trazer aqui Zits hoje.
Quero desafiar quem (me) lê (e a) Zits a apreciar a tira como um longo documentário sobre moda, modas e tendências – por exemplo, quanto contribuiu The Walking Dead para a presença de zombies na capa e em algumas tiras deste volume? - e também como um espelho das mudanças que a sociedade norte-americana – e também a ocidental – sofreu ao longo dos 15 anos que esta BD já conta.


Como o telefone com fios se transformou em telemóvel de última geração, como a inovadora internet, invadiu completamente a vida dos adolescentes (e não só), através do Facebook, Twitter e muito mais, como os pesados computadores iniciais viraram portáteis e tablets, como termos como GPS, SMS e outros se tornaram usuais no nosso quotidiano…
E como, apesar disso, (quase) nada mudou: se Jeremy envelheceu dois ou três anos, mantém o quarto desarrumado, passou do namoro sonhado para uma relação (relativamente) estável com Sarah e até já foi apresentado ao pai dela, manteve as amizades, continua a passar muito tempo dentro da velha carrinha Volkswagen mas agora já a conduz… E continua a não conseguir trocar mais de meia dúzia de monossílabos com os pais e a ser um espelho híper-divertido dos adolescentes que nos rodeiam – pelo menos enquanto não crescem dentro das nossas casas!



19/01/2012

Zits #16 - Dá-lhe gás!










Jerry Scott (argumento)
Jim Borgman (desenho)
Gradiva (Portugal, Novembro de 2011)
210 x 220 mmm, 128 p., pb e cor, capa brochada
14,50 €


1.      Aqueles que acompanham séries – de BD, televisivas… com regularidade – também com alguma paixão… - acabam por criar com os protagonistas laços, por vezes até bem fortes.
2.      Laços que fazem com que se acompanhe com interesse e curiosidade – ou com medo, temor, solidariedade ou, escrevo outra vez, paixão – o seu dia-a-dia…
3.      Graças a esses laços, aprendemos – sim, sou um daqueles que acompanha séries com alguma paixão! – a conhecer os seus protagonistas.

4.      A saber a sua forma de estar e de (re)agir perante os problemas quotidianos ou as situações limite que enfrentam, a forma como interagem com os que lhes são próximos ou com os desconhecidos, o que sentem, como o expressam, o que reservam para si…
5.      Como vivem.
6.      Jeremy, de Zits, é um desses casos.
7.      Um (quase) eterno adolescente, por quem o tempo passa muito devagar – mas vai passando, embora nos quadradinhos das tiras diárias e pranchas dominicais que protagoniza, a um ritmo muito mais lento do que o da vida real…
8.      Que neste tomo já tem idade para ter carta, desfrutando do facto de poder conduzir da forma que só os recém-encartados o fazem.

9.      E pelo que atrás deixei escrito, torna-se evidente que ele – os seus autores – já não surpreendem quem o lê.
10. A sua postura – relaxada, indolente, quase imobilidade absoluta – é a mesma…
11.  Os grunhidos e monossílabos que troca com os pais repetem-se…
Aa linguagem adolescente em que assentam as suas conversas com os colegas também não mudou…
12.  A sua relação com Sara, a partilha da carrinha com Hector, as questões sociais e existenciais do “multi-piercing-ado” Pierce continuam recorrentes…
13.  O domínio da tecnologia e a proximidade com ela – que espanta e desespera os pais – acentua-se…
14.  Mas, apesar disso, aparentemente contradizendo-me, se tudo continua igual, Zits consegue sempre surpreender-nos.

15.  Porque cada uma das suas tira(das), cada uma das suas reacções, cada uma das suas saídas, cada uma das complicações que provoca, cada uma das situações vivenciadas, diverte e faz sorrir (ou mesmo rir), tanto o leitor novo quanto o veterano das suas tiras.
16.  Devido, ao humor puramente visual que recria no papel, como realidade visível, as metáforas banais do dia-a-dia – uma das grandes qualidades de Zits, principalmente expressa nas (bem) coloridas e graficamente melhor trabalhadas pranchas dominicais…
17.  … e também porque Scott e Borgman, aliam àquele humor um sentido crítico e irónico e uma imensa capacidade de traduzirem nos seus quadradinhos, de forma única e irresistível – recorrente, mas sempre surpreendente! - uma das fases mais complicada, atabalhoada, contraditória, desesperante, depressiva e estimulante da vida do ser humano: a adolescência.

04/08/2011

Zits

#15 - Não te ponhas com essa cara
Jerry Scott (argumento)
Jim Borgman (desenho)
Gradiva (Portugal, Junho de 2011)
210 x 220 mmm, 128 p., pb e cor, capa brochada
14,50 €

As recolhas de tiras diárias de imprensa – criadas e pensadas para serem lidas isoladamente, ao ritmo de uma por dia – acabam muitas vezes por se revelar algo repetitivas e mesmo maçadoras, pela duplicação de situações e gags.
Quando tal não acontece, é geralmente sinónimo de qualidade e originalidade. Zits, é um desses (poucos) casos.
Várias razões contribuem para isso, apesar da galeria de personagens que lhe serve de base ser algo limitada: Jeremy, o adolescente que a protagoniza, os seus pais, o círculo de amigos mais próximo da escola – Hector, Pierce, Sara, poucos mais… No entanto, estão todos bem definidos e caracterizados e os seus comportamentos e reacções, aos poucos, pela sua repetição, pela forma como reagem nesta ou naquela situação, vão-se tornando familiares e previsíveis… O que não impede que cada um deles seja capaz de nos fazer (sor)rir em cada gag em que participa. Quer porque são previsíveis, quer porque – bem humanamente… - são capazes de nos surpreender.

Outro aspecto que distingue Zits de outras séries de temática similar – o quotidiano familiar e escolar de um adolescente – é a riqueza gráfica da série, que vai muito mais além do que é normal no género, pois o traço de Borgman é pormenorizado, muito expressivo, funciona tão bem a preto e branco (diariamente) como a cores (nas pranchas dominicais) e, acima de tudo, revela-se excelente quando assume metáforas visuais, como nas tiras que abrem este álbum, transformando a tentativa da mãe acordar Jeremy num desfile duma banda, num passeio de elefante ou num balão de texto real e palpável. Ou, mais comummente, quando o crescimento imparável de Jeremy – de todos os adolescentes – o transformam num gigante que ocupa – extravasa – a própria margem dos quadradinhos em que devia “actuar”. Estes são apenas dois dos múltiplos exemplos que poderia apontar e que são paradigmáticos de casos em que “uma imagem vale mais do que mil palavras”.
Porque Zits, contendo textos, geralmente diálogos, assenta boa parte dos seus momentos mais divertidos nos (múltiplos) silêncios – de espanto, dúvida, surpresa… - que os autores vão espalhando pelas tiras.

Depois, ainda, a diferença que Zits marca assenta na forma a um tempo assustadora – porque hiper-realista – e irresistivelmente divertida – porque caricatural e com um grande sentido de oportunidade – como é retratada a relação entre Jeremy – a geração actual, nascida para clicar, teclar, googlar e outras coisas que tais – e os seus pais – uma geração obsoleta mais ou menos da Idade da Pedra, que desconhece funcionalidades de aparelhos básicos para a sobrevivência como telemóveis, mp3, computadores, preferindo conversar em lugar de utilizá-los… Um relacionamento que (tantas vezes) parece ser apenas um diálogo de surdos ou de seres em diferentes níveis de existência ou em universos paralelos.
Ao longo dos anos que Zits já conta – foi publicada pela primeira vez em Julho de 1997 – Jeremy - indolente, esfomeado, quase mudo, desarrumado, desorganizado, exasperante para os pais… - foi crescendo e desenvolvendo-se e nós, leitores, tivemos o privilégio de o acompanhar – embora na realidade a personagem, graficamente, pouco tenha evoluído e o tempo para ela seja bem lento do que para nós… – nas diversas etapas ligadas aquela fase da vida: saídas com os amigos, namoros, relacionamento com os colegas, empregos de férias, carta de condução…

Momentos diversos mas reconhecíveis do quotidiano de todos nós, que são retratadas com rigor e distanciamento, com realidade e humor, de forma que diverte, dispõe bem, com frequência faz soltar gargalhadas. Pelo menos, enquanto os nossos filhos não se tornarem adolescentes…

15/03/2011

Manual Zits® para Viver com Eles

Jerry Scott (argumento)
Jim Borgman (desenho)
Gradiva (Portugal, Fevereiro de 2011)
160 x 160 mm, 80 p., cor, cartonado,

12 €

Em publicação desde Julho de 1997, Zits é uma das mais divertidas tiras diárias dos últimos anos, publicada diariamente em centenas de jornais de todo o mundo, entre os quais o Jornal de Notícias (que infelizmente não publica as pranchas dominicais).
Baseadas no (tenebroso) mundo da adolescência, têm como protagonista a família Duncan: Connie, a mãe, pró-activa, Walter, o pai, passivo, e Jeremy, o adolescente de serviço, que alterna entre a preguiça extrema e a hiperactividade - existe ainda um irmão, Chad, (quase) sempre ausente na faculdade.
Do seu núcleo duro fazem igualmente parte Sara Toomey, a namorada de Jeremy, Hector Garcia, o seu melhor amigo, e Pierce, o amigo “esqui-sóide” (não o são quase todos os adolescentes?).
Actuais, divertidas, desconcertantes, certeiras, as tiras diárias têm como pressuposto os inevitáveis choques entre as duas gerações em confronto (e guerrilha permanente): a dos pais de Jeremy e a deste e dos seus amigos. Como principais motivos de choque estão as diferenças de ritmo e de ambições, a (proverbial) incapacidade dos pais para lidarem com as novas tecnologias, a (conhecida) incapacidade do filho para respeitar regras e horários, manter conversas com mais de meia dúzia de monossílabos ou compartilhar problemas e aspirações.
Regularmente editada pela Gradiva em português, que conta já com quinze títulos no seu catálogo (catorze volumes anuais e uma antologia), Zits surge agora num formato diferente. Desde logo no suporte físico: tamanho inferior (mais manu-seável), mais luxuoso (a cores, capa dura). E também na forma, uma vez que esta edição, baptizada de “manual”, compila – em formato aumentado - algumas tiras recolhidas ao longo dos tempos, acrescentando-lhes comentários – na forma de lições de vida ou sugestões para momentos específicos - que explicam (tentam explicar) como lidar com os adolescentes (como se tal fosse de alguma forma possível ou viável).
Objecto derivado, portanto, sinónimo (?) do sucesso da tira (também) em português, é de leitura mais rápida que o habitual e indicado especialmente para quem não conhece Zits ou é normalmente resistente a leituras aos quadradinhos. E, claro, para todos os (pobres) pais de adoles-centes, presentes ou futuros.
Até porque é uma súmula do (muito bom) humor que perpassa diariamente por Zits – quer a nível do texto, quer a nível gráfico pois Borgman frequentemente ajuda o leitor a visualizar emoções, reacções, acções - e, por isso, um excelente cartão de apresentação de uma série de leitura francamente recomendável.

04/09/2009

Zits #13 - Pierced

Jerry Scott (argumento) e Jim Borgman (desenho)
Gradiva (Portugal, Junho de 2009)
210 x 220 mmm, 128 p., pb e cor, capa brochada


Menosprezados por alguns que as consideram “leitura menor”, as tiras humorísticas contam entre elas verdadeiras obras-primas como “The Peanuts”, “Calvin e Hobbes” e “Mutts”… Ou “Zits” (que o Jornal de Notícias publica diariamente, bem como outros 1600 jornais em todo o mundo) literalmente “borbulhas”, ou não seja ela sobre a adolescência e a sempre complicada convivência com o acne e com (as) outras gerações, no caso Jeremy, o adolescente que a protagoniza, e os seus pais, pertencentes a um outro (e mui distante) tempo, sem computadores nem telemóveis, mas com músicas estranhas e rituais (levantar cedo, arrumar o quarto, chegar cedo a casa…) incompreensíveis.
Mas é com eles – e com os seus amigos, com destaque para Sara, Hector e Pierce – que Jeremy tem que (con)viver, embora no caso destes últimos, namorada e companheiros inseparáveis de escola, de banda e dos maravilhosos sonhos (quase sempre inatingíveis…) da juventude, tudo funcione bem melhor. O que não impede que também originem razões para o leitor sorrir ou mesmo gargalhar abertamente, recordando (ou esquecendo…) as situações idênticas por que passou/está a passar…
Para isso contribui a forma como Scott explana as situações quotidianas – aparentemente banais - por vezes em diálogos brilhantes, bem como o traço de Borgman, solto e bem trabalhado, pormenorizado quanto baste, com corpos e rostos hiper-expressivos e capaz de traduzir graficamente (e de forma literal) as emoções e experiências das personagens, seja uma cabeça que explode ou alguém que trepa pelas paredes, a invisibilidade dos progenitores, a deformação voluntária das medidas anatómicas ou a incompreensibilidade de algumas conversas. Se tudo isto está em “Pierced”, 13º álbum da série, este distingue-se por ser uma colectânea dedicada a Pierce, tão valioso como amigo… quanto se vendido a peso no ferro-velho, devido aos inúmeros piercings, brincos e acessórios metálicos que ostenta! Idealista convicto de causas nem sempre defensáveis, nesta compilação de tiras, vê-se a coerência e consistência da personagem, dando razão a Maurice Tillieux (1921-1978), um dos grandes nomes da BD franco-belga, que um dia afirmou: “o herói é uma personagem que dificilmente animamos. São as personagens secundárias que fazem uma série”.

Curiosidade
“Zits” tem uma versão semi-animada, os "Zits Motion Comics", disponíveis gratuitamente em
http://www.comicskingdom.com/index.php/zits-motion-comics.

(Versão revista do texto publicado a 8 de Agosto de 2009 no suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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