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24/11/2013

Snoopy: A felicidade é um cobertor quentinho









Stephan Pastis e Craig Schulz (argumento)
Vicly Scott e Bob Scott (desenho)
Ron Zorman (arte-final)
Nemo
Brasil, 2013
168 x 255 mm, 88 p., cor, brochado
R$ 28,00


Penso que há obras – pela sua importância na época de publicação ou na história dos quadradinhos, pela sua qualidade, pelo seu carácter autoral… - deveriam ser intocáveis, para evitar a sua banalização. Os Peanuts – como Tintin, por exemplo – estão nesse grupo.
Por isso, a par da curiosidade, tinha bastante receio deste livro. A leitura, no entanto, revelou-se uma agradável surpresa, pelo respeito pela obra de Charles Schulz, pelo reencontro com as personagens, pela recordação de situações-chave da obra, pelo registo divertido, pelo tom de homenagem, pelo sabor a nostalgia.
Para isso, para lá do que já ficou escrito, contribuiu igualmente a planificação diversificada, o bom ritmo que ela imprime à leitura, o traço expressivo e uma boa utilização de cores quentes e planas.
Posto tudo isto, no entanto, preferia que esta tivesse sido uma edição única, pois a sua continuação – mesmo em moldes formais e qualitativos semelhantes - inevitavelmente acabará por contribuir para o esvaziamento da obra-prima original.


26/03/2011

Selos & Quadradinhos (32)

Stamps & Comics / Timbres & BD (32)
Desta vez não se trata de um selo ou série de selos mas da prancha dominical de 13 de Março de 2011 de Pérolas a Porcos, que Stephan Pastis criou a propósito da emissão norte-americana Sunday Funnies Stamp.

This time it's not a stamp or stamps but the Pearls before swine Sunday page of March 13, 2011, created by Stephan Pastis about the US post emission Sunday Funnies Stamp.

Cette fois, ce n'est pas un timbre ou une série de timbres, mais la Sunday page du 13 Mars 2011, de Pearls before swine, que Stephan Pastis a créé à propos de l’émission philatélique américaine Sunday Funnies Stamp.

09/09/2010

Pérolas a Porcos #8 – Pérolas de sábado à noite

Stephen Pastis (argumento e desenho)
Bizâncio (Portugal, Março de 2010)
210 x 220 mm, 130 p., pb, brochado com badanas


Não hesito em afirmar que Pérolas a Porcos (Pearls before Swine, no original) é uma das mais geniais tiras diárias em publicação. É verdade que um dos seus epítetos poderia ser “Feios, um porco e maus”, pois este é um retrato cínico e cruel mas irresistível do ser humano (todos nós), mostrando o seu pior lado, quer fale do racismo, da violência, da reciclagem, da religião, do desporto, dos programas televisivos, dos grupos de auto-ajuda, das novas tecnologias ou do comércio enganoso. Porque Pastis, o seu autor, traça-o com diálogos inteligen-tes, mordazes, certeiros, finamente irónicos, absurdamente deliciosos ou deliciosamente absurdos, com um notável e irresistível non-sense, baseando-se nos piores defeitos da humanidade– o egoísmo, a maldade, a ganância, a inveja, o oportunismo, a estupidez, a falta de educação – transpostos para uma série de animais antropomorfizados e sem nada que os permita classificar como “fofinhos”: um rato egoísta, impertinente e oportunista; um porco a quem chamar estúpido é um grande elogio; uma zebra simplista e ingénua mas com uma grande vontade de viver; um bode sensato e lúcido, mas pouco interveniente.
A esta base – sólida, consistente e cujos diálogos têm sempre algo de inesperado – há que acrescentar uma série de personagens ocasionais ou recorrentes, com tanto de surpreendente quanto de insólito: Chuckie, o carneiro (não antropomorfizado!) que por isso só faz “béééé” (há tante gente assim!), Herb, o maquinista (miniatura!) dos comboios (em miniatura!), os pictogramas que bem conhecemos da sinalização de portas de WC, uma anémona-do-mar, um par de nozes, bonequinhos vickings efeminados, Barbara Bush, os cérebros “autóno-mos” dos anti-heróis que protagoni-zam a série, o bélico pato-de-guarda, Andy o cão acorrentado com vontade de correr mundo (e com mala feita), Steve e Orville os hamsters de gaiola, o próprio Pastis, descoberto ou acossado pelas suas criações, etc., etc.! Como último achado, surgem os “peixes do tecto” que, sentados no topo da tira, tentam pescar os seus protagonistas!
Neste oitavo tomo, a relação de ódio/von-tade de comer entre a zebra e os (muito, mas mesmo muito) estúpidos crocodilos assume um maior protagonismo, semelhante mesmo ao desfrutado pelo rato e o porco, e é ainda condimentada (passe o termo), pelos novos vizinhos, uns leões fêmea-dependentes.
No entanto, o grande destaque vai para novo cruzamento com uma tira “rival”, desta vez a sossegada e ingénua “Family Circus”, cujo espírito próprio e singularidades gráficas, são vítimas do humor de Pastis e das (más) acções do rato e companhia.
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