Depois de
muitos saltos espácio-temporais que os levaram ao passado e ao futuro, a
realidades paralelas e a galáxias distantes, a próxima paragem de Valérian e
Laureline deverá ser no grande ecrã, pela mão do produtor e realizador francês
Luc Besson.
Aquela que é,
possivelmente, a mais célebre série de banda desenhada franco-belga de ficção-científica,
com mais de 2,5 milhões de álbuns vendidos, estreou-se em 1967, na revista
“Pilote”. Foi criada por Pierre Christin e Jean-Claude Mézières que, ao longo
de 40 anos e 21 álbuns (mais dois tomos enciclopédicos, fora de colecção) – a série foi fechada pelos autores em “O AbreTempo”
(2010) – desenvolveram um universo fantástico, maravilhoso, consistente e
profundamente original, longe dos estereótipos do género, no qual Laureline
progressivamente veio a assumir um papel cada vez mais preponderante ao lado do
protagonista original Valérian.
Esta é uma
oportunidade para Besson e Mézières voltarem a trabalhar juntos, depois do
desenhador ter participado na concepção gráfica do filme “O quinto elemento”,
dirigido por Besson. A ligação deste último com a BD não é nova, pois já
produziu e realizou adaptações de Michel Vaillant (em 2003) e de Adèle
Blanc-Sec (2010).
Ainda não
há data para a estreia desta película, até porque o realizador está a trabalhar
em “Malavita”, tendo agendado, para o início de 2013, um thriller de acção com
Angelina Jolie. Também ainda não foram indicados quaisquer nomes para o elenco,
sabendo-se apenas que o filme será em inglês, live-action e produzido pela
EuropaCorp, de Besson, que em 2007 colaborou com uma produtora japonesa em
“Time Jam: Valérian & Laureline”, uma adaptação animada da mesma série,
exibida na TV francesa.
Em
Portugal, Valérian estreou-se em 1971, nas páginas da revista “Tintin”, onde foi
presença regular, estando integralmente editado em álbum, pela Meribéruca/Líber
e as Edições ASA.
(Versão
revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 5 de Julho de 2012)