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14/05/2012

Eddy Paape (1920-2012)












A banda desenhada belga perdeu ontem mais uma das suas referências. Colaborador das revistas “Spirou”, “Pilote” e “Tintin”, Eddy (Edouard) Paape faleceu aos 91 anos.
Natural de Grivegnée, próximo de Liége, na Bélgica, onde nasceu a 3 de Julho de 1920, Paape teve formação em pintura e ilustração no Institut saint-Luc, tendo conhecido, em 1942, durante a II Guerra Mundial, num estúdio de animação onde trabalhou, Franquin, Morris e Peyo, de quem viria a ser parceiro na revista “Spirou”, sob a égide de Jijé.
Curiosamente, um ano depois, esse estúdio marcaria, de uma outra forma, a sua vida poi, na sequência dos ferimentos sofridos num incêndio que nele teve lugar, seria tratado por uma enfermeira, Laurette Beer, sua futura esposa com quem ainda era casado.
Quando Jijé partiu para os Estados Unidos, Paape “herdou” Jean Valhardi, escrito sucessivamente por Jean Doisy, Yvan Delporte e jean-Michel Charlier, que desenhou durante 8 anos e se tornou a primeira grande referência da sua carreira nos quadradinhos. Ainda na “Spirou” desenhou as primeiras “Belles Histoires de L’Oncle Paul”, a partir de 1951, e animou diversas rubricas.
Acumulando colaborações e parcerias, sob vários pseudónimos, para diversos títulos, Paape voltaria a destacar-se em 1958, com a criação das aventuras de Marc Dacier, mais uma vez com argumentos de Charlier.
Depois de colaborar na “Pilote” com bandas desenhadas curtas, entre 1960 e 1966, ainda neste último ano estrear-se-ia no “Tintin” belga onde, no ano seguinte, lançaria a sua mais conhecida criação, Luc Orient, uma série de ficção-científica (temática então praticamente ausente da revista) de tomo moderno e filosófico, com preocupações pacifistas e ecologistas, escrita por Greg.
“Tommy Banco” (1970), “Yorik des Tempêtes” (1971) e “Udolfo” (1978) foram outras séries que desenhou para a “Tintin”, encontrando-se igualmente na sua vasta bibliografia títulos como “Les Jardins de la Peur” (em 1988, com Jean Dufaux) e “Johnny Congo” (1992, com Greg), sendo de assinalar igualmente a sua vertente de professor de desenho, no Institut Saint-Luc.
Os leitores portugueses descobriram-no a 22 de Dezembro de 1956, no “Cavaleiro Andante” #260, com uma versão aos quadradinhos da morte de Cristo. O especial de Natal desse ano estreava Jean Valhardi, que regressaria na série regular, nos fascículos #393 e #433, sempre rebaptizado… Pedro Valente.
“Marc Dacier” no “Zorro” #1 (1962) e “Douglas Bader” no Jacto #50 (1972) seriam outras histórias de Paape publicadas em Portugal.
A sua marca mais forte, no entanto, foi deixada na versão nacional do “Tintin”, onde foram publicadas 12 histórias de Luc Orient, a partir do #143 (1969), a par de algumas histórias curtas. O herói regressaria ainda nas “Selecções do Mundo de Aventuras” #251 (1982). A Livraria Bertrand editou 3 álbuns, entre 1974 e 1977, a que se juntou um quarto, muitos anos depois, em 2009, na colecção “Clássicos da revista Tintin” (ASA/Público).
Quanto a “Yorik das tempestades”, foi publicado no “Mundo de Aventuras” #240, de 1978, e nas “Selecções do Mundo de Aventuras” #248 (1982), revistas que também publicaram diversas das suas histórias curtas.



17/01/2012

Bruno Brazil e Luc Orient surgiram há 45 anos


Há 45 anos, a revista Tintin belga estreava dois heróis de banda desenhada que os leitores portugueses viriam a conhecer bem: Luc Orient e Bruno Brazil.
Em comum, para além da data e local de estreia, tinham o mesmo argumentista, Greg, um dos mais prolíferos escritores da BD franco-belga, que ao longo da sua carreira assinou mais de 350 álbuns, que no caso de Bruno Brazil utilizava o pseudónimo de Louis Albert. 

Luc Orient

Nas primeiras aventuras, o sábio e atlético Luc Orient – cuja trama base evocava o clássico Flash Gordon – em conjunto com o professor Kala e a bela Lora, enfrentava a ameaça dos naturais do planeta Terango. Depois, o trio deparou-se com diversos fenómenos paranormais que foi resolvendo ao longo de 18 álbuns, publicados até 1994.
Para o desenvolvimento desta série de ficção-científica, algo raro na revista Tintin, Greg trabalhou com Eddy Paape, que adoptou um desenho realista, progressivamente servido por cores contrastantes e enquadramentos mais dinâmicos, com o qual retratou os mundos exóticos que Luc Orient visitou.



Bruno Brazil

Quanto a Bruno Brazil, de cabelo prematuramente branco e sempre elegante, era o responsável pela inusitada Brigada Caimão, composta por Whip Rafale, Big Boy Lafayette, Texas Bronco, Gaúcho Morales e Billy Brazil, uma unidade especial norte-americana encarregada de casos complexos, quer se tratasse da máfia, traficantes ou terroristas.
O desenho estava entregue a William Vance, que soube equilibrar um traço realista algo rígido, com alguns enquadramentos mais espectaculares que realçavam as muitas cenas de acção. Desenvolvida ao longo de 11 álbuns, esta foi uma série que marcou gerações de leitores, pela morte de alguns dos seus protagonistas, algo nada habitual na banda desenhada franco-belga de aventuras.


Luc Orient e Bruno Brazil partilham pelo menos mais dois aspectos em comum: o facto de a morte de Greg, em 1999, ter deixado incompletos novos episódios dos dois heróis, e a divulgação das aventuras de ambos em Portugal ter sido feita no Tintin português – Bruno Brazil estreou-se em 1968 e Luc Orient em 1969 - e, parcialmente, em álbum, pela Bertrand.
No ano passado, a colecção Clássicos da Revista Tintin (e Público/ASA), dedicou um dos seus volumes a Luc Orient.


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