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28/05/2021
Murena #9 e #10
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Jean Dufaux,
Murena,
opinião,
Phillipe Delaby,
Theo Caneshi
23/06/2020
Murena #1: A púrpura e o ouro
A reedição de obras - daquelas que fogem ao restito lote das série sempre disponíveis, como Astérix e Lucky Luke - é um sinal de maturidade de um mercado - por muito limitado que ele seja.
Por isso, as novas edições de alguns dos
manga da Devir ou, no caso presente, deste primeiro volume de Murena,
significam duas coisas: que por um lado a edição original esgotou;
e que por outro há (novos) leitores interessados que justificam o
seu regresso às livrarias.
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opinião,
Phillipe Delaby
18/06/2020
Lançamento: Murena #1 (reedição)
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Lançamento,
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Phillipe Delaby
31/01/2014
Faleceu Philippe Delaby, desenhador de Murena
Philippe Delaby, um dos mais conceituados desenhadores da
banda desenhada franco-belga de época da actualidade, faleceu aos 53 anos,
vítima de um ataque cardíaco.
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Efeméride,
Murena,
Phillipe Delaby
17/07/2013
Murena #8 - A vingança das cinzas
Dufaux
(argumento)
Delaby
(desenho)
ASA
Portugal,
Junho de 2013
220
x 295 mm, 56 p., cor, cartonado
16,50
€
Este álbum encerra o 2.º ciclo de Murena (já com
o nono tomo da série, primeiro do terceiro arco, nas livrarias) e a palavra que
melhor o poderia definir – registo irónico à parte – seria rescaldo.
Decorrendo durante o combate e a extinção do
grande incêndio que destruiu grande parte de Roma em 64 d.C. – e que as
diversas fontes atribuem a Nero, aos seus inimigos ou aos cristãos e que Dufaux
decidiu atribuir a Murena - a narrativa, de certa forma, deixa de lado aqueles que
até agora conduziram este soberbo fresco histórico aos quadradinhos – Nero,
Murena, Pompeia… - centrando as suas atenções nos efeitos do incêndio e das
suas consequências junto dos cidadãos anónimos ou de algumas das personagens
secundárias que esvoaçam em redor dos protagonistas.
Isto não implica que, na sombra, não continuem a
existir conspirações, uma acesa luta pelo poder, ódios e intrigas, cujos
efeitos (mais) nefastos certamente regressarão em força após a pausa que este
álbum – que fecha algumas questões, ao mesmo tempo que lança as primeiras
pistas para outras - de alguma forma constitui e que realça, novamente, a
superior capacidade narrativa da dupla Dufaux/Delaby.
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Jean Dufaux,
Murena,
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Phillipe Delaby
14/09/2012
Murena #6/#7
O Sangue das Feras/Vida dos Fogos
Dufaux (argumento)
Delaby (desenho)
ASA (Portugal, Julho de 2012)
220 x 295 mm, 116 p., cor,
cartonado
21,90 €
Se a banda
desenhada, em diversos momentos e em diversos registos (como em Astérix, Alix ou
As Águias de Roma, para citar apenas obras de fácil acesso em português)
abordou de forma mais ou menos directa a época do império romano, possivelmente
nunca o terá feito com o rigor histórico e a qualidade ficcional que Murena
ostenta.
Acompanhando
o percurso de Nero desde a sua juventude, narrando a sua ascensão ao poder, o
seu comportamento despótico e, suponho, a sua (futura e) inevitável queda, Murena
é um retrato cru e violento de uma sociedade romana já em decadência, minada
desde o seu interior pelas intrigas e a podridão moral.
E Dufaux
traça o percurso de Nero, balizando-o através das suas relações com as mulheres
que marcaram e influenciaram a sua vida: a tia Domitia, a mãe Agripina, a
escrava Acté, a mulher Pompeia…
Esse
retrato – de Nero e de Roma – desvenda a vida nos palácios, o treino dos gladiadores,
a violência na arena, as ruas esconsas e sórdidas ou as campanhas militares, e
mostra o monarca convencido do seu estatuto de semideus, capaz de dar e de se
dar, enquanto isso serve os (que pensa serem os) seus interesses, ou de
afastar, tantas vezes de forma extremamente violenta (física e/ou
emocionalmente) quando os respectivos caminhos deixam de ser comuns.
Se isto é
aplicável ao relacionamento (mais ou menos) íntimo que teve com aquelas (e
outras) mulheres, é também extensível a todos os que o foram rodeando: amigos,
companheiros ou simples interesseiros, conselheiros, bajuladores, criados,
escravos… Aos quais se julga superior, embora muitas vezes não passando de um
joguete nas mãos dos outros.
Em
paralelo, conhecemos também Murena, que até dá o título à série, cujo caminho
diversas vezes – raramente pelos melhores motivos para ele – se cruza com o do
(futuro) imperador. Murena revela-se mais humano – em oposição ao “deus” – construindo
o seu caminho contra a adversidade (e as intrigas) ganhando nesse percurso, pejado
de traições e de perdas dolorosas, uma força interior proporcional à perda da inocência
e da tal humanidade que de início o distinguem.
Por isso, Murena
é uma história de (tentativa de) afirmação pessoal e de vingança (de sucessivas
vinganças) que anda a par da expansão do cristianismo (abordada até agora de
forma apenas ligeira e secundária), da destruição de Roma (na dupla condição de
império e de cidade), de uma forma notável e cativante, quer pela escrita
competente e desenvolta de Dufaux que construiu uma história com inúmeras
ramificações que se vão entrelaçando, fazendo-a crescer em complexidade e
capacidade de apaixonar, quer pelo traço realista de Delaby, servido por uma
excelente gama cromática, cuja melhoria de tomo para tomo é notória.
O díptico
agora em análise, a parte central do 2º ciclo desta saga, termina com Roma em
chamas, embora não devido à loucura (cada vez mais patente) de Nero, mas como
parte (involuntária) de uma vingança que os seus inimigos vão orquestrando na
sombra.
Nota final
Volta à
questão dos álbuns duplos, que já aflorei no texto sobre Bouncer.
Se aplaudo
a ideia de o 1º ciclo de Murena (tomos 1 a 4) ter sido concluído com um volume
duplo incluído na colecção “Os Incontornáveis da Banda Desenhada”, distribuída
com o jornal Público, questiono qual a lógica de ter editado o tomo #5 sozinho,
juntando agora o #6 e o #7, o que deixa isolado o tomo #8 que conclui o segundo
arco desta série.
Uma vez que
a opção inicial não passou por dividi-lo por dois volumes – o que teria sido o
ideal – não faria mais sentido, depois de editado o #5, tê-lo encerrado com um
volume triplo…?
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Phillipe Delaby
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