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25/08/2023
Super Dickie + Almanaque Temático Cascão #64 Super-heróis
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17/07/2023
Super Mickey
Sem demasiadas ousadias, mas...
A
grande vantagem das versões autorais de heróis consagrados é a
possibilidade de cada um apresentar uma abordagem diferente -
evidentemente umas são mais conseguidas do que outras, umas mais
ousadas, outras mais tradicionais - mas todas elas trazem um olhar
novo e estimulante sobre heróis que já conhecemos.
Isto
tem acontecido, de forma mais continuada, com Spirou, com Lucky Luke e também com os heróisDisney nas versões alternativas que a Glénat tem proposto.
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19/07/2010
Le fils d’Hitler
Pieter De Poortere
Glénat (Junho de 2010)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
Resumo
Dickie, o anti-herói de bigode, com cabeça de Playmobil (sic), que costuma passear pela história, encontra-se esta vez em plena segunda guerra mundial, como filho “perdido” de Hitler, esse mesmo, o Adolf.
Desenvolvimento
O desafio era difícil. Porque De Poortere optou por uma história completamente muda. E porque o seu grafismo, aparentemente simplista, próximo do (tal) visual “Playmobil”, numa linha clara estilizada e depurada, de traço grosso e cores lisas, com uma planificação simples e sóbria, parecia pouco indicado para um retrato, ainda que mordaz da II Guerra Mundial.
Mas o holandês, colaborador regular do jornal “Ferraille”, venceu-o a todos os níveis. A história, rocambolesca, assente numa série de episódios/personagens-tipo deste género de relatos, desenvolvida em vários episódios auto-conclusivos, ao longo dos quais vai apresentando e definindo as personagens principais que se cruzam com seres reais como Staline ou Churchill, está bem conseguida, é consistente e extremamente legível.
O autor começa pela vida de Hitler nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, explica como um ferimento o levou a gerar (involuntariamente) um filho cuja existência desconhecia. Como este – o amorfo Dickie - mais tarde se tornou protector (interesseiro) de fugitivos da Gestapo, como o Führer fez de tudo para ter um descendente, como Eva Braun lhe ocultou a existência do filho legítimo, como Adolf fez de tudo para o reencontrar, indo mesmo a um campo de concentração, e como, finalmente,fez com ele, tudo o que um pai anseia: passear, pescar… Até que, com a derrocada final e a perda iminente da guerra, surge o final desconcertante (ou não…), que tem o mérito de repor o ditador no seu lugar, apagando qualquer sombra de limpeza da História que mentes mal intencionadas pudessem tentar descobrir na narrativa.
E com um trunfo irresistível: o humor extremamente inteligente presente em todo o relato. Que pode ser anárquico, irreverente ou cínico até. Que frequentemente passa bem para lá do politicamente correcto - como no suicídio do ditador, falhado por trocar veneno por Viagra. E que outras vezes roça, não, choca violentamente de frente com o mais (saudável) mau gosto (seja lá isso o que for!), como quando, no campo de concentração, a amiga que Dickie procura lhe é trazida… numa urna ou o americano se fere numa explosão provocada por acender um cigarro… numa câmara de gás.
Glénat (Junho de 2010)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
Resumo
Dickie, o anti-herói de bigode, com cabeça de Playmobil (sic), que costuma passear pela história, encontra-se esta vez em plena segunda guerra mundial, como filho “perdido” de Hitler, esse mesmo, o Adolf.
Desenvolvimento
O desafio era difícil. Porque De Poortere optou por uma história completamente muda. E porque o seu grafismo, aparentemente simplista, próximo do (tal) visual “Playmobil”, numa linha clara estilizada e depurada, de traço grosso e cores lisas, com uma planificação simples e sóbria, parecia pouco indicado para um retrato, ainda que mordaz da II Guerra Mundial.
Mas o holandês, colaborador regular do jornal “Ferraille”, venceu-o a todos os níveis. A história, rocambolesca, assente numa série de episódios/personagens-tipo deste género de relatos, desenvolvida em vários episódios auto-conclusivos, ao longo dos quais vai apresentando e definindo as personagens principais que se cruzam com seres reais como Staline ou Churchill, está bem conseguida, é consistente e extremamente legível.
O autor começa pela vida de Hitler nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, explica como um ferimento o levou a gerar (involuntariamente) um filho cuja existência desconhecia. Como este – o amorfo Dickie - mais tarde se tornou protector (interesseiro) de fugitivos da Gestapo, como o Führer fez de tudo para ter um descendente, como Eva Braun lhe ocultou a existência do filho legítimo, como Adolf fez de tudo para o reencontrar, indo mesmo a um campo de concentração, e como, finalmente,fez com ele, tudo o que um pai anseia: passear, pescar… Até que, com a derrocada final e a perda iminente da guerra, surge o final desconcertante (ou não…), que tem o mérito de repor o ditador no seu lugar, apagando qualquer sombra de limpeza da História que mentes mal intencionadas pudessem tentar descobrir na narrativa.
E com um trunfo irresistível: o humor extremamente inteligente presente em todo o relato. Que pode ser anárquico, irreverente ou cínico até. Que frequentemente passa bem para lá do politicamente correcto - como no suicídio do ditador, falhado por trocar veneno por Viagra. E que outras vezes roça, não, choca violentamente de frente com o mais (saudável) mau gosto (seja lá isso o que for!), como quando, no campo de concentração, a amiga que Dickie procura lhe é trazida… numa urna ou o americano se fere numa explosão provocada por acender um cigarro… numa câmara de gás.
Um humor, também, irreverente, reforçado pelas páginas duplas que separam os diferentes capítulos, desenhadas ao estilo dos livros-jogo “Onde está Wally?” onde, mais importante do que encontrar a personagem que está escondida, é descobrir e apreciar as incoerências, as situações absurdas e os gags de que estão pejados cada desenho, que combinam o desembarque na Normandia com cenas balneares ou colocam um campo de concentração paredes-meias com estâncias de montanha, nomeio de uma floresta onde passeiam personagens de contos infantis como o Capuchinho Vermelho ou Hansel e Gretel…
Um humor, finalmente, que se consegue claramente divertir o leitor, a partir de um tema que nada tem de engraçado, nunca esquece o propósito de o fazer reflectir neste passeio por uma das facetas (desconhecidas!) da Segunda Guerra Mundial, onde, apesar de tudo, continuam patentes o seu horror e a ultrapassagem que foi feita de muitos dos limites (morais….) que o ser humano nunca deveria transpor.
A reter
- O todo, que merece ser descoberto e fruído.
Um humor, finalmente, que se consegue claramente divertir o leitor, a partir de um tema que nada tem de engraçado, nunca esquece o propósito de o fazer reflectir neste passeio por uma das facetas (desconhecidas!) da Segunda Guerra Mundial, onde, apesar de tudo, continuam patentes o seu horror e a ultrapassagem que foi feita de muitos dos limites (morais….) que o ser humano nunca deveria transpor.
A reter
- O todo, que merece ser descoberto e fruído.
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