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24/07/2014

Maus














Como é difícil (re)escrever sobre obras com a importância e a dimensão de Maus!
Fica de seguida a minha leitura – actual - como convite para os que ainda não conhecem este livro fundamental.

20/06/2014

Sobre a tradução de Maus







Uma leitura desta edição de Maus, sem outra informação adicional, pode em alguns momentos sugerir que o livro tem uma má tradução ou revisão, ou ambas. No entanto, esclarecemos que esta questão não se prende com falhas na tradução ou na revisão do texto.  
À semelhança do texto original de Art Spiegelman, seguimos nesta tradução o critério de manter um desvio das falas do personagem Vladek Spiegelman ao inglês padrão. Vladek Spiegelman é um polaco idoso e emigrante, terá pois começado a falar inglês quotidianamente já depois de adulto, pelo que muitas vezes não fala com inteira correcção gramatical e sintáctica. A excepção ao desvio acontece quando a voz Vladek Spiegelman surge nas recordações da sua juventude já que nesses momentos, o personagem Valdek fala com fluência por supostamente estar a expressar-se na sua língua de origem. O desvio atrás referido é não só intencional como também, na perspectiva do autor, uma característica inalienável e integrante da personagem, e por isso é exigência do autor que se mantenha em todas as traduções.

(Texto da responsabilidade da Bertrand Editora, com adaptação para a grafia pré-Acordo ortográfico  da responsabilidade de As Leituras do Pedro, que o publicam por solicitação da editora)

01/02/2011

Grande Prémio de Angoulême para Art Spiegelman

Concluída no passado domingo, a 38ª edição do Festival de Banda Desenhada de Angoulême, França, distinguiu o norte-americano Art Spiegelman com o Grande Prémio, pelo conjunto da sua obra, reconhecendo em especial o seu contributo para o reconhecimento da BD de autor.
Nascido na Suécia, a 15 de Fevereiro de 1948, Spiegelman começou nos quadradinhos no movimento underground norte-americano das décadas de 60 e 70, sendo fundador da revista Raw.
Em 1986 publicou “Maus I – A história de um sobrevivente” (que tem edição portuguesa da Difel), uma obra autobiográfica em que aborda o mau relacionamento com o pai a par da experiência deste como prisioneiro do campo de concentração de Auschewitz, durante a II Guerra Mundial, utilizando animais como personagens. Cinco anos mais tarde, “Maus II – E Assim começaram os meus problemas”, valeu-lhe uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e um Prémio Pulitzer especial, em 1992.
Autor interveniente e crítico, Spigelman, considerado pela “Times” um dos americanos mais influentes de 2005, trabalhou para a revista The New Yorker, de onde saiu após o 11 de Setembro, em protesto contra “o conformismo dos media americanos”. Da sua bibliografia constam também obras como “In The Shadows of no Tower”, sobre o atentado às Torres Gémeas, e “Breakdowns”, entre experimentalismo gráfico e a necessidade de não deixar apagar as memórias dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazis.

Quanto ao restante palmarés do festival, este ano bastante eclético, eis as obras distinguidas:

- Fauve d’Angoulême - Prix du Meilleur Album: Cinq mille kilomètres par seconde, de Manuele Fior (Atrabile)

- Fauve d’Angoulême - Prix Spécial du Jury: Asterios Polyp, de David Mazzucchelli (Casterman)

- Fauve d’Angoulême - Prix de la série: Il était une fois en France T4, de Fabien Nury et Sylvain Vallée (Glénat)

- Fauve d’Angoulême – Prix Révélation, ex-aequo: La Parenthèse, d’Élodie Durand (Delcourt) et Trop n’est pas assez, de Ulli Lust* (Editions çà et là)

- Fauve d’Angoulême – Prix Regards sur le Monde: Gaza 1956, en marge de l’histoire, de Joe Sacco (Futuropolis)

- Fauve d’Angoulême – Prix de l’Audace: Les Noceurs, de Brecht Evens (Acte Sud BD)

- Fauve d’Angoulême – Prix Intergénerations: Pluto, de Naoki Urasawa d’après Osamu Tezuka (Kana)

- Fauve d’Angoulême – Prix du Patrimoine: Bab-el-mandeb, d’Attilio Micheluzzi (Editions Mosquito)

- Fauve d’Angoulême – Prix du Public Fnac-SNCF: Le Bleu est une couleur chaude, de Julie Maroh (Glénat)

- Fauve d’Angoulême – Prix Jeunesse: Les Chronokids T3, de Zep, Stan & Vince (Glénat)

- Fauve d’Angoulême – Prix de la Bande Dessinée Alternative: L’Arbitraire (Volume 9)

* Autora já publicada no fanzine Gambuzine

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 1 de Fevereiro de 2011)
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