#2 - La fausse NoteLaurent Vicomte (argumento e desenho)
Claude Pelet (desenho)
Glénat (França, 30 de Novembro de 2011)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,90 €
Pré-história
“Stanislas… Stan…”
É este débil murmúrio, ao crepúsculo, numa rua de Paris, um simples sussurrar do seu nome por uma velhinha que ele desconhece e que morrerá nos seus braços instantes depois, que vai mergulhar Stan numa estranha aventura.
A ele e a Bertille, a sua namorada, pois estarão juntos na busca da casa representada numa fotografia que a velhinha possuía.
Será essa fotografia, bem como um estranho anel que ela dá a Stan antes de morrer, e a conjugação de desejos (ainda inconscientes?) que os guiarão num regresso ao passado para descobrirem, entre outras coisas, como sabia ela o seu nome, como é que Stan aparece à janela da casa, na fotografia tirada cerca de 90 anos antes e o porquê do estranho fascínio exercido nele pela jovem da fotografia. Para saber a resposta a estas questões, será necessário conhecer a misteriosa Sasmira, de olhar tão penetrante, e Prudence, que parece saber tanto sobre viagens no tempo.
“Sasmira”, sendo uma homenagem aos sonhos que muitos (de nós) tiveram perante velhos baús encontrados nos sótãos dos nossos avós, revela uma faceta até agora ignorada de Laurent Vicomte: a de um argumentista sólido, capaz de elaborar uma narrativa densa, bem estruturada, que transmite uma atmosfera opressiva, onde cada aparente acalmia esconde nova revelação, num crescendo surpreendente. Aguardam-se novos volumes, para ver até que ponto consegue dar resposta a todas as questões que colocou. (…)
(Excerto do texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Julho de 1998)
Actualidade
Se normalmente a publicidade é enganosa, no caso concreto deste álbum a editora não exagerará muito ao anunciá-lo como “O álbum mais aguardado da banda desenhada franco-belga”!
Na verdade, os cerca de 15 anos que mediaram entre os dois tomos possivelmente não têm paralelo e a qualidade do primeiro volume fez com essa espera fosse ainda mais custosa.
Agora, como álbum nas mãos – é real, não uma miragem, asseguro! – após a sua leitura, encontro-me dividido.
Por um lado, porque este é apenas o segundo volume de Sasmira e o seu historial faz-me temer ter que aguardar mais alguns anos pela sua continuação (ou conclusão?).
Por outro lado, sem que consiga manter o elevado nível do tomo inicial – algo que seria extremamente difícil – a continuação da história de Stanislas e Bertille, prisioneiros no início do século XX, quase 100 anos antes do seu tempo, responde e corresponde aos pressupostos que o primeiro tomo avançara, mantendo a capacidade de encantar, o fascínio, a sedução, o tom de mistério e fantástico que perpassava as pranchas do primeiro tomo.
Sem querer estará desvendar a história, para não estragar o prazer da sua leitura, adianto que, como esperado, a atracção de Stanislas pela bela Sasmira se acentua, assim como se acentua a estranha ligação entre esta e Bertille. Em paralelo, num ambiente tenso, misterioso e fantástico, no qual a acção decorre quase sempre em ritmo lento, que dá ao leitor tempo de interiorizar e reflectir sobre o que lhe vai sendo mostrado ao mesmo tempo que são desenvolvidas e aprofundadas as personagens principais e se estabelecem diversos tipos de relações entre elas, se muitas questões estão ainda por desvendar, é-nos revelado um pouco mais sobre as razões que provocaram a viagem ao passado dos dois protagonistas e são lançadas pistas que, deixando ainda muito em aberto, permitem antever um desfecho bem trágico para esta cativante saga.
Apesar da entrada de Claude Pelet para o desenho, no qual trabalhou durante os últimos dois anos, o grafismo do álbum não se ressente demasiado, mantendo um elevado nível assente no magnífico traço realista, detalhado na representação de edifícios, viaturas ou cenas naturais, proporcionado e expressivo no tratamento dos protagonistas, em especial das belas e sensuais mulheres, e muito impressivo nas cenas mais espectaculares ou fantásticas.
Para a irresistível atracção do conjunto contribuem também as belíssimas cores de Patricia Faucon, mais conseguidas até do que as do tomo inicial, que contribuem para definir as tensões latentes e o espírito que preside às diferentes cenas.
A reter
- Sasmira #2 está publicado, é real!
- E consegue dar respostas, firmes e coerentes – mas ainda não definitivas – às pistas avançadas no tomo 1.
- O belíssimo traço de Vicomte e Pelet.
Menos conseguido
- 15 anos entre dois volumes é demasiado. Ainda mais quando o primeiro tomo criou tantas expectativas.
- O receio, incontornável, de que o tomo #3 demore, de novo, demasiado a ser publicado.
Preview
- No site da Glénat estão disponíveis para leitura as primeiras 12 páginas do álbum.
02/12/2011
01/12/2011
Melhores Leituras
Novembro 2011
A arte de Under Siege (ASA), de Filipe Pina e Filipe Andrade
A arte de Under Siege (ASA), de Filipe Pina e Filipe Andrade
Dustin, o com-abrigo (Bizâncio), de Steve Kelley e Jeff Parker
Fell - Cidade selvagem (Devir),
de Warren Ellis e Ben Templesmith
de Warren Ellis e Ben Templesmith
Habibi (Casterman), de Craig Thompson
J. Kendall #78 (Mythos Editora), de Berardi, Calza e Piccoli
Mônica #500 (Panini Comics), de Maurício de Sousa Produções
Níquel Náusea - A vaca foi pro brejo atrás do carro na frente dos bois (Devir), de Fernando Gonsales
Sasmira #2 - La Fausse Note (Glénat), de Laurent Vicomte e Claude Pelet
Sibylline 1965-1969 (Casterman), de Raymond Macherot
Sous l'entonnoir (Delcourt), de Sibylline e Picaud
Tif et Tondu - L'Intégrale #7 - Enquêtes à travers le monde (Dupuis), de Will e Tillieux
Y, O último Homem #4 - A senha e #5 - Anel da verdade (Panini Comics), de Brian Vaughan e Pia Guerra
30/11/2011
o pEQUENO dEUS cEGO
David Soares (argumento)Pedro Serpa (desenho)
Kingpin Books (Portugal, Outubro de 2011)
155 x 220 mm, 48 p., cor, brochado com badanas
Resumo
A vida da pequena Sem-Olhos é uma tragédia sucessiva: nasceu cega, foi submetido a um rito iniciático atroz e continua a sofrer às mãos do mais insuspeito dos algozes.
Desenvolvimento
Um dos mais interessantes argumentistas nacionais, David Soares imprime sempre uma marca bem pessoal nas suas obras que, mesmo quando parecem simples e lineares – como, em certa medida, se passa com este livro – apresentam sempre uma segunda (e às vezes terceira) leitura mais profunda e exigente, pelas mensagens (subliminares) e alegorias de que se alimenta a sua escrita.
É o que acontece com o pEQUENO dEUS CEGO, apresentado como uma pequena fábula situada numa China ainda presa a violentos costumes ancestrais, mas que pode bem ser entendido como uma história actual sobre o que fazemos – ou não – com o que os nossos sentidos nos transmitem.
Porque se a trama base, inscrita numa certa tradição de terror, se apresenta linear e directa, a leitura cuidada dos diálogos aporta ao leitor muito em que reflectir, deixando um incómodo semelhante – mas diferente – ao que aquela leitura superficial transmite.
Porque, convém referir, o pEQUENO dEUS CEGO é uma história trágica e terrível, de uma grande violência visível – e invisível – que em vários momentos choca e incomoda o seu leitor. Que até pode mergulhar no livro “enganado” pela agradável linha clara de Pedro Serpa, servida por cores planas e agradáveis também da sua autoria, numa combinação equilibrada entre o manga e o franco-belga, mas que se revela muito eficaz na transmissão do horror já citado, até pelo contraste que entre desenho e argumento acaba por existir.
E se o talento e competência de David Soares, visível também na planificação diversificada, pontuada por vinhetas de página inteira ou mesmo página dupla para acentuar os momentos-chave da narrativa, já não são surpresa para quem se habituou a lê-lo, este álbum revela Pedro Serpa, um desenhador até agora apenas com uma única experiência aos quadradinhos – o institucional e ainda algo incipiente Sete histórias em busca de uma alternativa - com muito potencial, que justifica um acompanhamento futuro, assim possa ter outros projectos para o expressar.
A reter
- A bem conseguida capa (e contra-capa) do livro, pela dupla leitura das silhuetas.
- A confirmação do talento narrativo de David Soares.
- A descoberta do talento gráfico de Pedro Serpa.
Menos conseguido
- A realidade do país em que vivemos – bem anterior à malfadada crise que hoje em dia serve de desculpa para tudo - que eclipsa esta obra numa tiragem pouco mais que residual…
Kingpin Books (Portugal, Outubro de 2011)
155 x 220 mm, 48 p., cor, brochado com badanas
Resumo
A vida da pequena Sem-Olhos é uma tragédia sucessiva: nasceu cega, foi submetido a um rito iniciático atroz e continua a sofrer às mãos do mais insuspeito dos algozes.
Desenvolvimento
Um dos mais interessantes argumentistas nacionais, David Soares imprime sempre uma marca bem pessoal nas suas obras que, mesmo quando parecem simples e lineares – como, em certa medida, se passa com este livro – apresentam sempre uma segunda (e às vezes terceira) leitura mais profunda e exigente, pelas mensagens (subliminares) e alegorias de que se alimenta a sua escrita.
É o que acontece com o pEQUENO dEUS CEGO, apresentado como uma pequena fábula situada numa China ainda presa a violentos costumes ancestrais, mas que pode bem ser entendido como uma história actual sobre o que fazemos – ou não – com o que os nossos sentidos nos transmitem.
Porque se a trama base, inscrita numa certa tradição de terror, se apresenta linear e directa, a leitura cuidada dos diálogos aporta ao leitor muito em que reflectir, deixando um incómodo semelhante – mas diferente – ao que aquela leitura superficial transmite.
Porque, convém referir, o pEQUENO dEUS CEGO é uma história trágica e terrível, de uma grande violência visível – e invisível – que em vários momentos choca e incomoda o seu leitor. Que até pode mergulhar no livro “enganado” pela agradável linha clara de Pedro Serpa, servida por cores planas e agradáveis também da sua autoria, numa combinação equilibrada entre o manga e o franco-belga, mas que se revela muito eficaz na transmissão do horror já citado, até pelo contraste que entre desenho e argumento acaba por existir.
E se o talento e competência de David Soares, visível também na planificação diversificada, pontuada por vinhetas de página inteira ou mesmo página dupla para acentuar os momentos-chave da narrativa, já não são surpresa para quem se habituou a lê-lo, este álbum revela Pedro Serpa, um desenhador até agora apenas com uma única experiência aos quadradinhos – o institucional e ainda algo incipiente Sete histórias em busca de uma alternativa - com muito potencial, que justifica um acompanhamento futuro, assim possa ter outros projectos para o expressar.
A reter
- A bem conseguida capa (e contra-capa) do livro, pela dupla leitura das silhuetas.
- A confirmação do talento narrativo de David Soares.
- A descoberta do talento gráfico de Pedro Serpa.
Menos conseguido
- A realidade do país em que vivemos – bem anterior à malfadada crise que hoje em dia serve de desculpa para tudo - que eclipsa esta obra numa tiragem pouco mais que residual…
Leituras relacionadas
David Soares,
Kingpin Books,
Pedro Serpa
29/11/2011
BD pela saúde
Que a banda desenhada é um género narrativo com imenso potencial didáctico e pedagógico – o que não implica que não seja frequentemente mal utilizado com aqueles objectivos – é inegável.Curiosamente, por coincidência, acredito eu, intervalados por um curto espaço de tempo, foram lançados entre nós dois projectos que, de forma conseguida, encaixam no propósito acima descrito, com a particularidade de ambos versarem sobre questões relacionadas com a saúde.
A liga dos 4
#1 – O estranho caso das 3 professoras
#2 - Festival de Verão em risco
Maria Inês de Almeida (argumento)
Pedro Afonso (desenho)
Liga Portuguesa Contra o Cancro (Portugal, Outubro de 2011)
170x240 mm, 32 p., cor, brochado
5,65 €
O primeiro, de origem nacional, o que é de destacar, assenta a sua estrutura no modelo de séries juvenis protagonizadas por heróis da faixa etária dos leitores a quem se dirige – como os Cinco, os Sete, uma Aventura, etc. – para abordar questões relacionadas com o cancro.
No caso, são quatro amigos, dois rapazes e duas raparigas – André e Pedro, Margarida e Rita - estudantes do mesmo liceu que, num registo com um ligeiro tom policial, de mistério e suspense, investigam “casos” ligados ao seu quotidiano: no primeiro tomo, um cancro do colo do útero que afecta ao mesmo tempo duas professoras gémeas e cuja origem urge descobrir para que o mal não se propague; no segundo, uma cantora afectada por um cancro da mama, o que põe em risco a realização de um festival de verão. Temas actuais e presentes, que ajudam os leitores a identificarem-se com as situações descritas e a prender a sua atenção.
Partindo destes pressupostos, os leitores são introduzidos às possíveis origens, tratamento e consequências de doenças que ainda são vistas em muitos casos como bichos-papões e mostram como conviver com as pessoas afectadas por elas. Tudo de uma forma leve e até agradável, pois o tom didáctico/pedagógico está bastante diluído nas tramas, servidas por um traço simples e acessível.
À venda na FNAC, estas edições assinalem os 70 anos da Liga e contam com o apoio da Sanofi Pasteur MSD.
O que se passa com a Leonor?
Medikiz explica a AIJ
Dr. Kim Chilman-Blair (argumento)
Shawn de Loache (desenho)
Roche Farmacêutica (Portugal, Outubro de 2011)
170x260 mm, 32 p., cor, brochado
O mesmo propósito preside a este livro, embora aqui o estilo – narrativo e gráfico – adoptado, directo e apelativo, esteja mais próximo – a meio-caminho talvez – entre o comic de super-heróis e o manga juvenil.
O que se passa com a Leonor?, na origem inserido numa colecção que conta já quase duas dezenas de títulos, parte do mundo do desporto, mais exactamente do quotidiano de uma equipa liceal de basquetebol feminino, para abordar a Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), que afecta cerca de 1 em cada 1000 jovens de idade inferior a 16 anos em Portugal.
Se neste caso a carga didáctica/pedagógica é mais evidente, pois são bastantes as explicações “técnicas” incluídas, ela é, mesmo assim, aligeirada pelos apartes humorísticos que recorrentemente vão sendo introduzidos na narrativa.
Nela, Leonor, a protagonista que sofre de AIJ, o que a impede de jogar basquetebol, parte numa viagem pelo interior do corpo humano, juntamente com a equipa de super-heróis da Mediland, constituída pelo Bomba (ligado às questões do coração), Chi (pulmões), Cindepele (pele), Gastro (barriga e rabo – sic!) e Axon (cérebro). Ao longo do trajecto é explicado o seu funcionamento bem como diferentes particularidades da doença como sintomas, diagnóstico e tratamento.
A obra, que foi apresentada em Portugal a 12 de Outubro, Dia Internacional das Doenças Reumáticas, destina-se a ser distribuída gratuitamente aos doentes e familiares através dos médicos especialistas e da Associação Nacional de Doentes com Artrites e outros Reumatismos da Infância (ANDAI).
A liga dos 4
#1 – O estranho caso das 3 professoras
#2 - Festival de Verão em risco
Maria Inês de Almeida (argumento)
Pedro Afonso (desenho)
Liga Portuguesa Contra o Cancro (Portugal, Outubro de 2011)
170x240 mm, 32 p., cor, brochado
5,65 €
O primeiro, de origem nacional, o que é de destacar, assenta a sua estrutura no modelo de séries juvenis protagonizadas por heróis da faixa etária dos leitores a quem se dirige – como os Cinco, os Sete, uma Aventura, etc. – para abordar questões relacionadas com o cancro.
No caso, são quatro amigos, dois rapazes e duas raparigas – André e Pedro, Margarida e Rita - estudantes do mesmo liceu que, num registo com um ligeiro tom policial, de mistério e suspense, investigam “casos” ligados ao seu quotidiano: no primeiro tomo, um cancro do colo do útero que afecta ao mesmo tempo duas professoras gémeas e cuja origem urge descobrir para que o mal não se propague; no segundo, uma cantora afectada por um cancro da mama, o que põe em risco a realização de um festival de verão. Temas actuais e presentes, que ajudam os leitores a identificarem-se com as situações descritas e a prender a sua atenção.
Partindo destes pressupostos, os leitores são introduzidos às possíveis origens, tratamento e consequências de doenças que ainda são vistas em muitos casos como bichos-papões e mostram como conviver com as pessoas afectadas por elas. Tudo de uma forma leve e até agradável, pois o tom didáctico/pedagógico está bastante diluído nas tramas, servidas por um traço simples e acessível.
À venda na FNAC, estas edições assinalem os 70 anos da Liga e contam com o apoio da Sanofi Pasteur MSD.
O que se passa com a Leonor?
Medikiz explica a AIJ
Dr. Kim Chilman-Blair (argumento)
Shawn de Loache (desenho)
Roche Farmacêutica (Portugal, Outubro de 2011)
170x260 mm, 32 p., cor, brochado
O mesmo propósito preside a este livro, embora aqui o estilo – narrativo e gráfico – adoptado, directo e apelativo, esteja mais próximo – a meio-caminho talvez – entre o comic de super-heróis e o manga juvenil.
O que se passa com a Leonor?, na origem inserido numa colecção que conta já quase duas dezenas de títulos, parte do mundo do desporto, mais exactamente do quotidiano de uma equipa liceal de basquetebol feminino, para abordar a Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), que afecta cerca de 1 em cada 1000 jovens de idade inferior a 16 anos em Portugal.
Se neste caso a carga didáctica/pedagógica é mais evidente, pois são bastantes as explicações “técnicas” incluídas, ela é, mesmo assim, aligeirada pelos apartes humorísticos que recorrentemente vão sendo introduzidos na narrativa.
Nela, Leonor, a protagonista que sofre de AIJ, o que a impede de jogar basquetebol, parte numa viagem pelo interior do corpo humano, juntamente com a equipa de super-heróis da Mediland, constituída pelo Bomba (ligado às questões do coração), Chi (pulmões), Cindepele (pele), Gastro (barriga e rabo – sic!) e Axon (cérebro). Ao longo do trajecto é explicado o seu funcionamento bem como diferentes particularidades da doença como sintomas, diagnóstico e tratamento.
A obra, que foi apresentada em Portugal a 12 de Outubro, Dia Internacional das Doenças Reumáticas, destina-se a ser distribuída gratuitamente aos doentes e familiares através dos médicos especialistas e da Associação Nacional de Doentes com Artrites e outros Reumatismos da Infância (ANDAI).
Leituras relacionadas
Chilman-Blair,
de Loache,
Liga Portuguesa Contra o Cancro,
Maria Inês de Almeida,
Pedro Afonso,
Rochel
28/11/2011
Irmãos Metralha, 60 anos de assaltos falhados
Há 60 anos, os irmãos Metralha aproveitaram um rombo na caixa forte do tio Patinhas para encherem baldes com dinheiro à pazada. Era o primeiro de muitos assaltos, quase todos falhados, desta família de vilões.A sua estreia ocorreu na história “Terror of the Beagles Boys”, publicada na revista Walt Disney's Comics And Stories #134, datada de Novembro de 1951, embora ela já estivesse desenhada desde Maio desse ano, como obrigavam os prazos de trabalho então em vigor. Portugal descobriu os irmãos Metralha alguns meses mais tarde, através da revista brasileira Pato Donald #59, de 23 de Dezembro de 1952, em “O Vil Metal E Os Vilões”.
O seu criador foi Carl Barks, o mais famoso desenhador dos patos Disney que, com certeza sem o saber, introduzia um trio de personagens que se tornariam indispensáveis nas aventuras do Tio Patinhas.
Se na altura da estreia ainda não envergavam o tradicional uniforme de camisola laranja e calças azuis, com os números de presidiário estampados, com variações dos algarismos 1, 6 e 7, substituídos na época pelo seu nome - Beagles Boys - os irmãos Metralha já possuíam os característicos bonés e as máscaras negras em volta dos olhos. Aliás, com excepção dos “Duck Tales”, em que receberam nomes começados por B, os Metralha foram sempre distinguidos pelo seu número prisional.
Nessa sua primeira aparição - das muitas que haveriam de fazer daí em diante para atormentarem o pato mais rico do mundo - eram só três irmãos mas, ao longo dos anos, muitos outros familiares foram sendo criados: irmãos e irmãs, primos e primas, avô, netos e netas, o Azarado, o Supersenvível, o Intelectual e até um gato, como era norma no universo Disney.
Mais tarde, nos anos 90, quando o norte-americano Don Rosa tentou definir uma cronologia da família Pato em “A Saga do Tio Patinhas” (“The Life and Times of Scrooge McDuck”), baseado nas pistas deixadas nas suas histórias por Barks, antecipou no tempo a inimizade entre assaltantes e assaltado, situando as suas origens no final do século XVIII, quando Patinhas enfrentou os pais e o avô dos actuais bandidos.
A história de estreia, assentava nas preocupações do milionário para proteger o seu largo pecúlio, auxiliado por um pouco motivado Pato Donald, decorrendo toda a trama, bem condimentada pelo habitual humor de Barks, em torno dos choques constantes entre os dois, até ao inesperado e divertido final.
Dessa vez, aparentemente, os irmãos Metralha saíram a ganhar, recolhendo em baldes e carrinhos de mão algum do dinheiro que jorrava por um rombo na caixa-forte, provocado pelos excessos de quem devia zelar pela segurança. No entanto, isso raramente voltou a acontecer ao longo dos anos pois, apesar dos mais mirabolantes planos, dos mais inesperados acasos ou das ideias mais loucas ou audaciosas, o dinheiro do tio Patinhas e a famosa moedinha nº1 nunca mudaram de mãos por muito tempo, terminando quase sempre os vilões em fuga ou atrás das grades, cumprindo a sua sina de personagens secundárias, mais desastrados e conflituosos do que malvados, o que contribuiu para a sua popularidade apesar de estarem do lado errado da lei.
De seguida, podem ler na íntegra a história em que os Beagle Boys nasceram, que encontrei aqui.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 22 de Novembro de 2011)
O seu criador foi Carl Barks, o mais famoso desenhador dos patos Disney que, com certeza sem o saber, introduzia um trio de personagens que se tornariam indispensáveis nas aventuras do Tio Patinhas.
Se na altura da estreia ainda não envergavam o tradicional uniforme de camisola laranja e calças azuis, com os números de presidiário estampados, com variações dos algarismos 1, 6 e 7, substituídos na época pelo seu nome - Beagles Boys - os irmãos Metralha já possuíam os característicos bonés e as máscaras negras em volta dos olhos. Aliás, com excepção dos “Duck Tales”, em que receberam nomes começados por B, os Metralha foram sempre distinguidos pelo seu número prisional.
Nessa sua primeira aparição - das muitas que haveriam de fazer daí em diante para atormentarem o pato mais rico do mundo - eram só três irmãos mas, ao longo dos anos, muitos outros familiares foram sendo criados: irmãos e irmãs, primos e primas, avô, netos e netas, o Azarado, o Supersenvível, o Intelectual e até um gato, como era norma no universo Disney.
Mais tarde, nos anos 90, quando o norte-americano Don Rosa tentou definir uma cronologia da família Pato em “A Saga do Tio Patinhas” (“The Life and Times of Scrooge McDuck”), baseado nas pistas deixadas nas suas histórias por Barks, antecipou no tempo a inimizade entre assaltantes e assaltado, situando as suas origens no final do século XVIII, quando Patinhas enfrentou os pais e o avô dos actuais bandidos.
A história de estreia, assentava nas preocupações do milionário para proteger o seu largo pecúlio, auxiliado por um pouco motivado Pato Donald, decorrendo toda a trama, bem condimentada pelo habitual humor de Barks, em torno dos choques constantes entre os dois, até ao inesperado e divertido final.
Dessa vez, aparentemente, os irmãos Metralha saíram a ganhar, recolhendo em baldes e carrinhos de mão algum do dinheiro que jorrava por um rombo na caixa-forte, provocado pelos excessos de quem devia zelar pela segurança. No entanto, isso raramente voltou a acontecer ao longo dos anos pois, apesar dos mais mirabolantes planos, dos mais inesperados acasos ou das ideias mais loucas ou audaciosas, o dinheiro do tio Patinhas e a famosa moedinha nº1 nunca mudaram de mãos por muito tempo, terminando quase sempre os vilões em fuga ou atrás das grades, cumprindo a sua sina de personagens secundárias, mais desastrados e conflituosos do que malvados, o que contribuiu para a sua popularidade apesar de estarem do lado errado da lei.
De seguida, podem ler na íntegra a história em que os Beagle Boys nasceram, que encontrei aqui.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 22 de Novembro de 2011)
Leituras relacionadas
Barks,
Beagle Boys,
Disney,
Efeméride,
Irmãos Metralha
27/11/2011
Selos & Quadradinhos (69)
Stamps & Comics / Timbres & BD (69)
Tema/subject/sujet: 100º Aniversário da banda Desenhada finlandesa/The 100th Anniversary of Finnish Comics /100e anniversaire de la BD finlandaise
País/country/pays: Finlândia/Finland/Finlande
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 5 de Setembro de 2011
Tema/subject/sujet: 100º Aniversário da banda Desenhada finlandesa/The 100th Anniversary of Finnish Comics /100e anniversaire de la BD finlandaise
País/country/pays: Finlândia/Finland/Finlande
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 5 de Setembro de 2011
Leituras relacionadas
2011,
Finlândia,
Selos e Quadradinhos
26/11/2011
Jogo da Glória
O século XX malvisto pelo desenho de humor
De 26 de Novembro a 26 de Fevereiro, e em paralelo com a exposição Jogo da Glória, os visitantes poderão percorrer as salas de aparato do Palácio, o antigo quarto do rei D. Luis ou a sala moçárabe, que serviu de gabinete de trabalho ao Presidente Craveiro Lopes, numa iniciativa única que pretende dar a conhecer um património de grande significado, pela sua história, arquitectura e localização privilegiada na baía de Cascais.
(Texto da responsabilidade da organização)
Data: 26 de Novembro de 2011 a 26 de Fevereiro de 2012
Local: Palácio de Belém - Museu da Presidência da República; Praça Afonso de Albuquerque, Lisboa (tel.: 213 614 660)
Horário: Terça-feira a Domingo, das 10h às 18h
Organizada a partir da colecção Ricon Peres, a exposição “Jogo da Glória - O século XX malvisto pelo desenho de humor” retrata os principais acontecimentos políticos e sociais, públicos e privados que o marcaram.
Stuart de Carvalhais, Rafael Bordalo Pinheiro, Silva Monteiro, António, Cid, Amadeu de Sousa Cardoso, Almada Negreiros, Luis Afonso, Cristina Sampaio ou Sam são alguns dos nomes associados à caricatura e à ilustração cujos trabalhos originais serão expostos, reconstituindo um percurso de avanços e retrocessos que simula o célebre Jogo da Glória.
Paço Real desde 1870, o Palácio da Cidadela ficou afecto à Presidência da República depois da Revolução republicana. Desde então, foi casa de férias, residência temporária ou local de refúgio de vários Presidentes da I República e residência oficial do Chefe de Estado durante a longa magistratura de Óscar Carmona.De 26 de Novembro a 26 de Fevereiro, e em paralelo com a exposição Jogo da Glória, os visitantes poderão percorrer as salas de aparato do Palácio, o antigo quarto do rei D. Luis ou a sala moçárabe, que serviu de gabinete de trabalho ao Presidente Craveiro Lopes, numa iniciativa única que pretende dar a conhecer um património de grande significado, pela sua história, arquitectura e localização privilegiada na baía de Cascais.
(Texto da responsabilidade da organização)
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