04/01/2018

Comer Beber

Iguaria







Depois de Comer, Beber, apesar do título dizer o contrário.
Ou agora a refeição – com sabor só a entrada…? – completa servida por Filipe Melo e Juan Cavia.
Apesar da ligação temática – gastronómica – e do peso da memória que em ambas impera, as duas histórias são díspares. No tempo, no espaço, no ritmo, na origem. Comer (originalmente Sleepwalk), nos anos 80, era original, lenta, arrastada, quase com cada participante por sua conta – como já (d)escrevi mais demoradamente aqui.
Beber, adaptação de um acontecimento real, decorre na Alemanha durante a II Guerra Mundial. Passa-se (também) num restaurante, desta vez de luxo, durante o domínio nazi. O ritmo é mais vivo, os acontecimentos mais rápidos, a interacção profunda – embora muitas vezes só intimamente.
Para além dos belos desenhos de Cavia, que o pequeno formato impede de apreciar como os originais mereciam e que os escureceu para lá do desejado, para além da escrita de Filipe Melo, que transforma pequenas (quase) anedotas em narrativas envolventes e encorpadas, ambas as histórias partilham outro aspecto, que é na verdade a sua essência: a importância das pequenas coisas. Pequenas para quem observa de fora; enormes, fundamentais, para quem as deseja. Para comer ou beber.
No nosso caso – de leitores – para degustar ao nosso ritmo, bebericando ou apreciando o sabor, porque a banda desenhada (também nos) serve bons pratos.

Comer Beber
Filipe Melo (argumento)
Juan Cavia (cor)
Tinta da China
Portugal, Dezembro de 2017
140 x 195 x 10 mm, 72 p., cor, capa dura
Edição numerada e limitada a 1500 exemplares
15,00 €

(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)

3 comentários:

  1. Anónimo4/1/18 13:42

    O preço é um bocado "salgado" para o numero de paginas e tamanho que tem.

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  2. Estamos de acordo; era um tempero desnecessário...
    Boas leituras!

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  3. Apesar de, como na alta cozinha, o custo não ser proporcional ao tamanho nem à quantidade, mas sim à qualidade. E temos que reconhecer que os produtos são de primeira qualidade e o prato quer daí resultou é de certeza de "cozinheiros" de grande qualidade. ehehehheheh......aproveitando o tema das histórias. Mas sim reconheço e estou de acordo que, se só olharmos, ao produto físico e comparando com outros requintados "pratos" o preço é mesmo "salgado".

    Letrée

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