Ser
comercial
Com o
mercado português de BD dinâmico e diversificado como nunca antes
se tinha visto, é normal que surjam obras como esta,
'representativas' daquilo a que poderíamos chamar - sem qualquer
desprimor - de 'banda desenhada portuguesa comercial e popular'.
Um
tipo de obras que, por diversas razões - desde a dimensão do
mercado aos custos financeiros da edição nacional, passando pela
predisposição (natural ou forçada) dos autores para outras
temáticas (históricas, didácticas, autorais...) - foram sempre
residuais no que à edição de álbuns no nosso país diz respeito.
[E
faço aqui um parêntesis para reforçar que não tenho nada contra a
BD comercial e popular, pelo contrário, acho-a mesmo indispensável
para a existência, o crescimento e a sustentação de um mercado.]

Fogo de Dragão é uma
história linear, de introdução aos protagonistas e ao universo, curiosamente desenvolvida a partir do traço e não
do texto (!), equilibrada nas suas doses de acção, tensão e
suspense, que dá ao leitor o que ele deseja - uns momentos (que
sabem a pouco...) de distracção - com um ou outro pormenor curioso
e/ou original, assinada por dois autores à vontade dentro deste
género - Filipe Faria é o romancista de As Crónicas de Allarya,
de Manuel Morgado falo já a seguir - que poderão fazer Dragomante
crescer e evoluir, assim haja continuidade.
A
edição Comic Heart/G.Floy, com bom papel, boa impressão, no
formato deluxe desta última e a inclusão de um curto dossier de
extras, valoriza o conjunto e torna a obra mais apetecível.

Dragomante: Fogo de Dragão
Filipe
Faria (argumento)
Manuel
Morgado (desenho)
Comic
Heart
Portugal,
Março de 2018
210
x 270 mm, 56 p., cor, capa dura
13,00
€
(imagens
disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em
toda a sua extensão)
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