Num tempo em que impera o doentio e enjoativo politicamente correcto,
em que cada piada, por mais inocente que seja, é logo atropelada por
um sem número de desculpas e justificações, admira como Les
Schtroumpfs Noirs tem conseguido passar quase incólume pelos
grossos pingos de chuva das acusações (gratuitas) de racismo.

Se uma leitura básica e limitada - tão em voga nos nossos dias -
verá aqui uma clara apologia do racismo, nem sempre o que parece, é.

Há poucos anos, nos Estados Unidos, a história viu a luz
rebaptizada (e repintada) como The Purple Smurf - logo roxo!? A
sério?! - sem problemas de maior, mas mentes inquietas. que pensam
velar por nós. poderiam facilmente ver nela um ataque a..., o mesmo podendo acontecer - consoante as diversas interpretações saloias - se estes Schtroumpfs tivessem sido
imaginados por Peyo cor-de-rosa, vermelhos, amarelos...

Escrevi no início que 'admira' como esta história tem escapado -
com ligeiras excepçõres - a críticas relacionadas com uma eventual
postura racista do seu autor. Ao contrário, por exemplo, do que tem
acontecido recorrentemente com Tintin no Congo. Acho, no
entanto, que não haverá surpresa nisto, apenas a diferença de
notoriedade e mediatismo dos respectivos protagonistas, sendo sem
dúvida Tintin mais apetecível que os Schtroumpfs para quem se tem
posto em bicos de pés à sua custa, em busca de 15 minutos de fama
(bacoca)...
Os Schtrumpfs negros
Seguido de O ladrão de Schtrumpfs e O Schtrumpf
voador
Peyo
União Gráfica
Portugal, 1967
190 x 280 mm, 64., cor, capa mole
(imagens da edição original
francófona; clicar nelas para as aproveitar em toda a extensão)
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