No intervalo...
Por vezes, o ‘remexer em velhos títulos’ - que é como quem escreve ler ‘velhas histórias’ (mas não histórias velhas…) - traz revelações curiosas.
É o que acontece com este Drago - a mais recente proposta de Manuel Caldas no seu afã restaurador - criado pelo grande Burne Hogarth no ‘intervalo’ de duas longas e assinaláveis passagens por Tarzan.
Vamos então situar-nos. Drago é uma prancha dominical publicada originalmente entre Novembro de 1945 e Dezembro de 1946, protagonizada por um aventureiro que, na Argentina (!), luta contra um pai prepotente, saudosistas nazis interessados em fazer renascer os sonhos do III Reich e aqueles que pretendem explorar a terra contra os desejos dos seus possuidores.
Narrativa de contornos clássicos, sem grande aprofundamento psicológico de alguns dos intervenientes - faltou-lhe uma vida mais longa para isso - permite (re)descobrir o traço clássico elegante de Hogarth, em páginas de planificação também clássica mas aqui e ali com algumas ‘fugas’ à norma.
Com um ritmo narrativo vertiginoso sem grandes tempos para reflexão, belas mulheres e um herói destemido e nobre no sentido literal do termo, Drago oferece ao leitor exatamente isso: aventura descomplexada e despretensiosa, com a assinatura de um dos grandes nomes do comic da primeira metade do século passado, com a vantagem de, pela primeira vez, ser publicada tal e qual os jornais o mostraram originalmente, num trabalho único de restauração e recuperação como Manuel Caldas - e os seus colaboradores - tão bem sabem fazer- e que explicam de forma muito instrutiva nas páginas finais.
Drago
Burne
Hogarth
Libri
Impressi
Espanha,
Setembro de 2023
245
x 320
mm, 64
p., cor,
capa cartão com badanas
21,00€
Encomendas:
mcaldas59@sapo.pt
(imagens disponibilizadas pelo editor; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
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