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24/01/2013

Comics Star Wars #1 – Clássicos #1




  



Roy Thomas, Don Glut e Archie Godwin (argumento)
Howard Chaykin, Steve leiloha, Rick Hoberg, Bill Wray, Frank Springer, Tom Palmer, Alan Kupperberg, Carmine Infantino e Terry Austin (desenho)
Planeta DeAgostini
(Portugal, 10 de Janeiro de 2013)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
1,99 €



Antecipando a chegada às bancas portuguesas, na próxima 2.ª feira*, do segundo tomo (ao preço de 5,99 €) de um dos mais ambiciosos projectos aos quadradinhos que Portugal conheceu nas últimas décadas, justifica-se uma análise ao volume inicial da colecção Comics Star Wars.


Partindo do objecto (livro) em si é justo dizer que é uma boa edição, ao nível do papel, impressão e encadernação. Que – também por isso – merecia uma legendagem mais atenta, à qual não se pedia mais do que acompanhar a original, o que está longe de fazer, esquecendo uma equilibrada ocupação dos balões e ignorando (quase) totalmente as variações do tipo de letra para definir o rom de voz de cada um dos intervenientes.
Em termos editoriais, impunha-se a inclusão de textos de apoio que ajudassem a contextualizar a obra e situassem as diversas histórias dentro da vasta cronologia do universo Star Wars, fazendo também todo o sentido a indicação das datas originais de publicação e a inclusão d(e algum)as capas originais.
Quanto ao conteúdo em si, facilita se dividirmos este Clássicos #1 em duas partes.
Na primeira, encontramos a adaptação do primeiro filme “Star Wars” que estreou nos cinemas em 1977. Se de alguma forma pode ser considerada uma surpresa a entrega de uma adaptação cinematográfica deste género a dois nomes consagrados dos quadradinhos de super-heróis, Roy Thomas e Howard Chaykin, a verdade é que o traço deste último surge aos olhos do leitor como pouco cuidado e impreciso, com oscilações excessivas na definição dos intervenientes de prancha para prancha e pouco empenho na constituição dos cenários. Desconheço se o facto de a BD ter começado a ser editada passados apenas dois meses após a estreia cinematográfica teve um grande peso no resultado final (no que a prazos apertados diz respeito), mas a verdade é que os leitores – tal como Star Wars - mereciam – e esperavam -mais.
Em termos de argumento, Roy Thomas demonstra competência e consegue, mais do que adaptar o filme (o que geralmente significa que só quem o visionou desfruta em pleno da BD) transpor a história original para um novo suporte, mantendo fidelidade ao seu espírito e sem a descaracterizar.
Na segunda metade do livro, inicia-se a expansão do universo Star Wars através da BD, que ao longo dos anos haveria de atingir uma dimensão que, certamente, era de todo inimaginável quando estas bandas desenhadas foram criadas. Nelas, a situação de alguma forma inverte-se, pois enquanto os argumentistas parecem tactear em busca do melhor tom a adoptar pelo relato, que sofre com o aparecimento em catadupa de lugares e personagens novos de importância diversa, o traço vai melhorando – também em função da qualidade dos diversos arte-finalistas que por ela foram passando – mas em especial quando Carmine Infantino e Terry Austin assumem o desenho, elevando a qualidade gráfica da série - o que o tomo #2 virá (ou não) confirmar.
Em jeito de conclusão, pode dizer-se que este início – para o bem e para o mal – tem as marcas incontestáveis do estilo Marvel dos anos 1980. Mas esse é um “mal” necessário numa colecção deste género, de características cronológicas (embora não exaustivamente), que se propõe publicar perto de 14 mil pranchas de quadradinhos Star Wars!

Nota final
Na sequência da publicação deste texto, a Planeta DeAgostini informou-me que todos os volumes desta colecção serão distribuídos à segunda-feira. As datas indicadas no site da colecção estavam erradas e vão ser corrigidas.
Em complemento, lembro que a colecção Comics Star Wars será quinzenal até ao volume 9, passando depois a uma periodicidade semanal.



13/07/2012

Le Cycle des Epées









Colecção Contrebande
Howard Chaykin (argumento)
Mike Mignola (desenho)
Al Williamson (arte-final)
Sherilyn Van Valkenburgh (cor)
Delcourt (França, Agosto de 2007)
173 x 264 mm, 192 p., cor, cartonado
19,90 €


Resumo
Durante uma emboscada nas ruas da perigosa cidade de Lankhmar, Fafhrd, o guerreiro nórdico, e Sourcier Gris, um renomado ladrão, encontram-se pela primeira vez e tornam-se improváveis amigos, juntos para uma vingança e para as mais inesperadas batalhas e pilhagens.
Esta banda desenhada, originalmente uma mini-série em quatro números, adapta uma série de romances escritos a partir de 1939 por Fritz Leiber (1910-1992), considerado um dos fundadores do género “espada e feitiçaria”.

Desenvolvimento
Género que em tempos fez escola – e para alguns era mesmo a única BD aconselhável – a adaptação em quadradinhos de clássicos da literatura, depois de ter decaído bastante, está hoje de novo em voga. Com a vantagem de a eles, muitas vezes, estarem associados autores jovens, que recriam os originais no novo suporte narrativo, de forma fiel mas também estimulante.
Não sendo uma obra actual – longe disso, pois data do início da década de 1990 – esta mini-série aqui compilada num único tomo, tem a particularidade de ter a assinatura de dois nomes importantes dos comics: Howard Chaykin e Mike Mignola (aqui antes da criação de Hellboy). Ou de três, pois é de toda a justiça incluir também o arte-finalista, o grande Al Williamson!
Na sua origem, está um inusitado encontro entre personalidades – um guerreiro e um ladrão - que nada parecia indicar terem interesses comuns, unidas primeiro em defesa das suas vidas, depois na tentativa de um roubo mítico, na sequência dele, na dor pela perda das companheiras e, em seguida na vingança.
Uma vez consumada, deambulam em busca de presas e sonhos, numa época indefinida e por locais fictícios – à semelhança do que acontece com Conan, com quem têm outras afinidades. Cruzam-se com saqueadores e guerreiros, senhores e magos, espíritos e seres sobrenaturais, com a realidade e o sobrenatural a sobreporem-se com frequência – embora nem sempre de forma muito linear… – e na qual a acção serve geralmente para resolver questões aparentemente complicadas.
Graficamente, o traço de Mignola – por “culpa” própria ou devido à finalização de Williamson? – surge algo incaracterístico e com oscilações, preso a um equilíbrio precário entre um semi-realismo mais convencional e a depuração que o tornaram depois único e famoso.


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